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Amor Selvagem

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Blurb

Emma Swan nasceu de um romance entre sua mãe e um rico fazendeiro do pequeno povoado de Storybrooke e perdeu sua mãe durante o parto, seu padrasto por não suportar que perdera a mulher que amava e ainda tendo que criar a filha de outro tratou de criar a Emma para ser uma verdadeira delinquente e pôs na cabeça da jovem que a culpa de tudo de r**m que aconteceu em sua vida é do pai biológico, fazendo-a acreditar que tem que vingar a morte da mãe acabando assim com a vida do infeliz.

Regina Mills, filha mais velha da condessa Mills uma moça doce e inocente foi prometida a um jovem também da alta sociedade é criada e educada para satisfazer seu futuro marido da melhor forma possível como convém a sociedade da época e assim ela se viu apaixonada por esse rapaz, mesmo tendo o visto pouquíssimas vezes. Porém, o destino lhe pregou uma peça e para evitar uma tragédia ela terá que passar por cima de tudo que acredita.

Terá Regina tomado a decisão correta?

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Capítulo 1
  Storybrooke, 15 anos antes     Era mais uma noite de festa na casa dos Nolan como de costume. Todas as figuras importantes da cidade e algumas da capital estavam presentes, afinal, a família Nolan era uma das mais influentes e a mais rica da região, porém, David Nolan dono e senhor da propriedade era um homem simples e não gostava dessas reuniões, as aceitava apenas para fazer os gostos de sua esposa, contudo sempre fugia da agitação como agora, estava no jardim de sua casa conversando sobre sua ida no dia seguinte para a fazenda que possuía nos arredores da cidade com seu advogado e amigo Noel Mancera. - Acredito que estamos atrasados senhor Nolan. – disse Noel que caminha a seu lado. - Nunca fui de me apressar por nada e nem por ninguém, querido Noel. – falou zombeteiro. – E também deve haver uma fila de intrometidos esperando saudar o governador e eu não gosto de filas. – fala cansado. - Não acredito que o governador te faça esperar, é seu amigo pessoal e está em sua casa. - Hum, vai saber... Quando pessoas ocupam cargos importantes mudam. – disse David indo em direção a escada.         Quando começaram a subir os primeiros degraus, David escuta seu nome e volta a atenção para uma moça, com seus prováveis 14 anos, ele o olha com a sobrancelha erguida, imaginando o que uma jovem com roupas surradas de menino e descalça estaria fazendo tão tarde da noite, em sua propriedade.   - Senhor Nolan? – chamou mais uma vez se aproximando, David nada disse, apenas ficou lhe observando. - O senhor é David Nolan, não é verdade? – perguntou a garota parando a sua frente. - Saia daqui garota imunda. – disse um segurança puxando a garota pelo braço. - Não, não, não... deixe-a falar. – pediu David ao seu segurança. – Sou eu, o que você quer? - O senhor Smith está morrendo e deseja falar com senhor... – disse a garota. – precisa vê-lo por que... - Não, não, não... eu não conheço nenhum senhor Smith, e se está morrendo procure um médico. – disse para a garota e em seguida virou para Noel. – Vamos! - Mas senhor... - tentou mais uma vez. - Não! saia. – ordenou e viu a garota sair correndo. - Se não me falha a memória... – iria continuar Noel, mas David o interrompeu. - Sim eu sei, mas não quero falar desse infeliz. – disse por fim e entrou na casa.                                                                                               [...]       Passos rápidos eram dados a beira mar, pegadas ficavam na fina areia conforme um vulto loiro percorria o caminho com pressa. Alguns minutos depois, já era passível avistar a simples cabana com telhado de folhas de coqueiro e lona. A garota adentrou ao local cabisbaixa, afinal, não conseguiu cumprir um pedido do homem que repousava enfermo sobre a cama de palha. - Quem é? – perguntou o homem ao escutar a porta se abrir. - Sou eu... Emma. – disse a garota fechando a porta atrás de si. - Venha cá. – pediu e Emma se aproximou. – E o safado que eu disse pra você ir buscar veio contigo? Onde está? – perguntou o senhor se apoiando melhor na cama. - Ele não veio. – respondeu ela. - Por que não fez o que mandei? Desgraçada, agora você verá... – rosnou tentando se levantar. - Eu fui até a festa e falei com o senhor Nolan, disse que o senhor queria falar com ele, mas ele disse que não o conhece. – falou Emma recuando alguns passos. - Aquele desgraçado disse isso? E você o que fez? – perguntou exaltado. - Eu, nada. - Nada! Sabes que estou morrendo, que preciso falar com ele e você não fez nada?! - Mas papai... - Não me chame assim. – gritou ele. – quantas vezes já te disse que não sou seu pai. – disse voltando a se deitar. Emma apenas o observava. – Quer saber quem é teu pai? – perguntou com um tom de deboche. – Ele é seu pai! David Nolan é o seu pai... Ele é o culpado por toda a sua desgraça... da sua miséria... da sua fome. – Emma apenas o escutava com os olhos marejados. – Para ele você deve ser apenas a filha de uma qualquer. E agora quando peço para ele vir por que estou morrendo... por que você vai ficar só... ele diz que não me conhece. Maldito! Maldito! – Repete e é tomado pelo cansaço.     Emma sai da cabana e se senta na areia olhando para o mar, se perguntando porque justo ela tinha que ser esquecida por todos, por que ela não tinha o direito de ter um pai de verdade e não um bêbado que só sabe se aproveitar dela para ganhar dinheiro, ela só queria uma família.                                                                                                 [...]       Era uma manhã tranquila na vila de pescadores de Storybrooke, Noel caminhava lentamente tentando achar a casa de James Smith, resolveu procurar pelo homem desde que Emma havia saído da casa de David, recordava-se muito bem que a relação de David e James não era nada amigável e se James mandou chamar por David o assunto era muito sério. O homem parou sua caminhada quando avistou duas mulheres com cestos na cabeça e na intenção de facilitar sua busca perguntou sobre a casa do homem a quem procurava. As mulheres informaram onde ficava a cabana e Noel seguiu para lá.     Chegando em frente, avistou a mesma garota da noite anterior sentada em uma pedra em frente a casa, ela lhe olhou, mas em seguida desviou o olhar para o mar. Imaginando que essa seria realmente a cabana de Smith, Noel entrou e viu o homem deitado em sua cama. - Quem é você? – perguntou James. - Sou o advogado Noel Macera. - Ah! Um dos criados do safado do David Nolan. – falou com desdém. – sei tudo sobre aquele infeliz. – concluiu. - Então se sabe tudo, também saberá que não sou um criado dele... e sim o advogado do senhor David Nolan. – respondeu Noel. - Dá no mesmo. Foi ele quem te mandou? - Não, não... vim por conta própria porque... pensei que se tratava de algo importante. – disse Noel. - Você sabe quem eu sou? – pergunta James. - Bem, o que sei é que a alguns anos você espalhou algumas fofocas... - Fofocas... – riu sarcástico. - Emma Swan. – chamou e a garota apareceu ao lado de Noel. – aí está sua “fofoca”...                                                                                             [...]       David estava em seu escritório organizando uns papéis antes de voltar a fazenda quando escuta batidas na porta, da permissão para entrar e Noel entra o cumprimentando. - Ah! Noel que bom te ver, tem um monte de papeis velhos aqui que não sei do que se tratam. – disse batendo os dedos sobre as folhas. - Se quiser pode deixar que eu os reviso. – disse e David assentiu enquanto vestia seu paletó. – Você já vai? – perguntou Noel vendo ele terminar de ajeitar a roupa. - Sim, sim... deseja algo? Por que, nos despedimos a noite e se estás aqui é porque queres alguma coisa. – sorriu. – te conheço bem meu amigo. - Sim, sim... acontece que fui ver o... Smith. – falou Noel sem jeito. - Por quê? – Perguntou David arqueando uma sobrancelha. - Senhor Nolan... sei que não gosta de tocar no assunto porque... esse homem falava m*l do senhor mas... - Tá bom... já que começou não enrole tanto, fale logo de uma vez. – disse David sentando-se em sua cadeira. Noel tirou um envelope de seu paletó e sentou-se em frente ao David. - Ele me deu essa carta. – disse ao amigo. - Para mim? – perguntou David desinteressado. - Sim... acho que o senhor deveria lê-la. – disse estendendo o envelope para o amigo. - Eu não quero saber o que me diz esse bêbado amargurado, eu não tenho culpa se sua mulher.... – Respondeu David já sem paciência. Mas Noel o interrompeu. - Quer que eu leia? – disse o advogado abrindo o papel. “Com as forças que me restam te escrevo, David Nolan... Já é tarde para te fazer pagar por todo o m*l que você me fez e que fez a ela. És rico e feliz, amado e respeitado, enquanto eu vivo na miséria e espero a morte como única libertação. Não sabe como quis te matar, mas agora quem está morrendo sou eu... – Continuava Noel, mas foi interrompido por David. - Noel, por favor... – tentou fazê-lo parar, mas o advogado aumentou a voz e continuou a ler. ... Contudo, há algo que não disse antes e acho que já está em tempo de você saber. Existe uma garota, com 14 anos, ninguém se preocupou em batizá-la. Eu a chamo Emma ,apesar de ser uma garota em nada se parece com um ser humano, é uma fera, uma selvagem, a criei no ódio, dando rédeas a seus piores instintos... e sabe porque? Porque é tua filha” Noel terminou a carta e David estava sem acreditar, como pode um miserável inventar tamanha mentira. - Isso é mentira. É mentira Noel. Ele é um covarde. – disse se remexendo na cadeira. – se fosse verdade, por que se calou até agora? – perguntou e Noel apenas o olhou sem saber o que responder. Após alguns segundos pensando David se levanta. – Vamos ver se ele se atreve a dizer isso na minha cara. – diz David saindo de seu escritório, sendo seguido por Noel.   David entrou na cabana de James acompanhado de Noel, assim que James o viu sorriu sarcasticamente e se apoiou nos cotovelos para ter uma visão melhor. - Ora se não é o miserável do David Nolan. – disse sorrindo sarcasticamente. - Que mentiras são essas que escreveu naquela carta? – pergunta David. - Não são mentiras e você sabe disso, basta olhar para ela e verá que é igualzinha a você. - Se for verdade, por que só agora resolveu abrir essa boca? Como quer eu acredite agora? – perguntou irritado. - Quer saber porque? – sorriu. – Para cria-la a meu modo, transformá-la em uma assassina em potencial, alimentando o ódio, o rancor, transformando ela em um monstro a tal ponto em que chegue a hora dela tirar a vida de quem fez tanto m*l a sua mãe e a ela própria, para tirar a vida do infeliz que lhe privou do amor de uma mãe, de uma família... – respirou profundamente para poder continuar. - ... para tirar sua vida seu desgraçado. – Enquanto falava David se movia incomodado. – Se leva-la contigo terá sua morte pelas mãos dela e se a abandonar a verá condenada a forca por roubo ou assassinato você escolherá o destino de sua filha, do sangue de seu sangue. – concluiu sorrindo. - Mentira! Mentira! – gritou e agarrou o pescoço de James e não o matou porque Noel o fez se afastar. Nesse momento Emma entra na cabana e tanta analisar o que havia se passado ali dentro. - Estavas ai? – perguntou David. - Não, cheguei agora. – disse a loira mirando David. - Você estava ai, ouvindo a conversa. – afirmou David e foi em direção de Emma, mas Noel o deteve mais uma vez. - Por favor senhor Nolan, vamos embora. – David olhou para James e depois para Emma, em seguida se retirou. Noel se virou para a garota e falou: - Se precisar de alguma coisa, pode me procurar. – falou docemente pondo uma mão no ombro dela. – Moro próximo a igreja de Storybrooke, é só perguntar pelo advogado Mancera. – sorriu pondo a mão no rosto de Emma e saiu. De volta a sua casa David senta em sua cadeira do escritório sendo acompanhado por Noel. - Isso não está certo. Essa garota é filha de James a doença deve estar o enlouquecendo. – disse ele passando a mão pelo cabelo. - E o que o senhor pensa em fazer... com a garota? Creio que Smith não durará muito. – perguntou Noel. - Leve-a para a fazenda. Só não fale nada sobre essa loucura que Smith anda dizendo. - Não falarei nada. – afirmou Noel.                                                                                                 [...]       Dois dias depois de visita de David em sua cabana, James faleceu e como Emma não tinha para onde ir, nem alguém para ajuda-la ela foi em busca de Noel, já que ele lhe prometeu ajuda. O advogado a recebeu muito bem dando um teto e alimento enquanto não iriam para a casa de David. - Você entende o que isso quer dizer para você? – pergunta ele sobre Emma ir para a casa de David, pois, ela não queria ir. – Na casa do senhor Nolan nunca te faltará comida, roupa, um teto e também poderá aprender algum ofício para ganhar a vida descentemente. - Eu posso ficar aqui com o senhor, posso limpar, cozinhar ou levar e trazer alguns recados. – pedia ela. - Façamos o seguinte. – começou ela vendo que se insistisse nesse assunto não obteria sucesso. – Você vai comigo e nesses quatro dias que passarei lá se você quiser voltar poderá ficar aqui. – concluiu ele e recebeu um sorriso de Emma.     No dia seguinte, na fazenda de David Nolan estavam conversando Sofia e sua prima Cora sobre as filhas pequenas. Cora tinha uma boa vida com seu esposo Henry, mas este veio a falecer a alguns meses e deixou a mulher e suas duas filhas, Regina e Lilith a mais nova em uma situação difícil, já que antes de morrer descobriu que toda a sua fortuna havia acabado e só restou-lhes dívidas, Cora acredita que esse fora o motivo para o ataque fulminante no coração de seu amado. - Como eu estava dizendo Cora. Você pode mandar Lilith para a capital aos cuidados de sua cunhada que já demonstrou interesse e deixe que de Regina eu mesma cuido, para transformá-la na melhor esposa para meu filho Neal. – disse Sofia contente com a ideia de casar seu amado filho com uma moça de família e criada por ela. - Você tem certeza que será o certo prima? – perguntou Cora insegura. As suas filhas era o que ela tinha de mais precioso na vida e só queria a felicidade delas. - Com certeza Cora, eles formarão um casal lindo e feliz.                                                                                                [...]       David estava em seu escritório dando algumas ordens a seu capataz quando Neal veio avisar-lhe que Noel havia chegado. Logo em seguida o advogado entra no escritório acompanhado de uma Emma tímida de cabeça baixa. O capataz se retirou para maior privacidade. - Quem é ela papai? – perguntou Neal. - Uma amiga. – respondeu David fitando Emma. – Seja bem vinda Emma. – disse o homem, mas Emma nada respondeu. - Cumprimente o senhor Nolan, Emma. – pediu Noel. - Tudo bem Noel. – disse David. – Esse é meu filho, Neal. Gostaria que fossem amigos. – falou e recebeu o primeiro olhar de Emma. - Bom dia senhor Noel. – disse Sofia entrando no escritório e olhando Emma de cima a baixo. - Olha mamãe, o papai pediu ao senhor Noel que me trouxesse uma amiga. – falou Neal contente. - Amiga? Que loucura é essa Noel. – falou Sofia nada satisfeita. - Sofia por favor, depois conversamos. – disse David para a esposa e depois virou-se para o filho. – Neal, providencie para que Emma tome um banho e peça a uma das criadas para encontrar uma roupa para ela. – pediu. - Não irei usar nenhum vestido. – falou Emma um pouco grossa, chamando a atenção de todos. - Tenho um traje novo que ficou um pouco grande em mim, posso dar a ela. – Neal estava eufórico com a ideia de uma amiga e como ela usava roupas de garotos ofereceu suas roupas de bom grado. - Um traje novo, não diga bobagens Neal... - Não tire as decisões de seu filho, principalmente as de generosidade, se ele quer dar uma roupa a Emma ele o fará. – falou rude cortando a fala da esposa. – Vai filho, leva a Emma. O garoto saiu todo feliz puxando a nova amiga pela mão e seguiram para o andar dos quartos. - Noel, você pode seguir para o seu quarto de sempre. – Disse David e Noel atendeu de pronto sabendo que marido e mulher precisava de privacidade. - Quem é essa menina? – Perguntou Sofia assim que o advogado não estava mais no escritório. - Se chama Emma, é uma órfã. – falou David sentando em sua cadeira. - De onde você atirou e porque a trouxe para nossa casa? - Já falei, ela é órfã e pobre, não tem para onde ir. - Me admira sua generosidade, mas você já viu vários órfãos e nunca os trouxe para casa, poderia mandar o capataz leva-la para os aposentos dos empregados. E que história é essa de amiga de meu filho, não vê que são de classes diferentes? – Falou Sofia com raiva. - Onde está seu sentimento de caridade Sofia? -Sabe que faço caridade sempre que posso, mas essa garota tem algo em especial, me diga a verdade. O que te liga a essa garota maltrapilha. – Sofia elevou um pouco a voz, e com isso David levantou-se desafiadoramente. - Emma veio para essa casa por eu quis e aqui ela ficará, está decidido. – falou decidido e saiu batendo a porta.                                                                                                [...]       Em um dos quartos do andar superior Emma se olhava no espelho esboçando um tímido sorriso. Ela vestia uma calça azul e uma camisa de botões brancas com mangas compridas. Escuta batidas na porta e segundos depois Neal entra no cômodo sorrindo. - As roupas ficaram boas em você. – disse o garoto. - Sim. - Pena que meus sapatos não cabem em você. - Não tem problema, gosto de ficar descalça. – disse ela.       Na sala, estavam David e Noel conversando sobre alguns assuntos da fazenda, e em determinado momento começaram a falar em Emma. - Essa garota é diferente. – disse Noel. – Se o senhor soubesse o trabalho que deu lhe convencer a vir. Só aceitou quando prometi leva-la de volta se não gostasse daqui. . – sorriu. – Muito inteligente, porém, muito calada, reservada, com uma certa dignidade natural, não se pode duvidar de suas raízes. - Que raízes? – perguntou David erguendo uma sobrancelha. – Espero que não tenha acreditado nas mentiras de James. – iria continuar se não fosse interrompido por Neal e Emma chegando a seu lado. - Olha papai, como as roupas ficaram bem nela, mesmo sendo roupas de menino. – ele sorriu para Emma. – até parece outra pessoa.     David olhou para a garota hipnotizado, antes com toda a sujeira do corpo e da roupas, os cabelos bagunçados caídos no rosto não era possível ver o que estava vendo agora. De fato a garota  parece muito com ele quando jovem, os mesmos olhos, os cabelos, o formato do rosto. Ele olhou para Noel querendo saber se também era nítido para o advogado tal semelhança. Sem perceber David ficou de pé, encarando a garota em sua frente, sem ter nenhuma reação. - O que aconteceu papai? Está tudo bem? – Perguntou Neal olhando de seu pai para Noel. - Sim, está tudo bem. – Foi Noel que respondeu. – porque não vai mostrar seu cavalo para Emma?  - sugeriu. - Podemos ir papai? – perguntou o garoto tirando David do estado de choque. - Sim, sim filho. Podem ir. – disse finalmente e ficou observando os dois saírem da sala. - Pelos céus! Antes, com toda aquele sujeira e cabelos desgrenhados não pude perceber, mas agora.... – Estava admirado. - Eu também não havia percebido, mas... ela é idêntica a você. – disse Noel. - Ela é minha filha. Porque aquele infeliz do James escondeu isso de mim? - Não sei. - Será que ela sabe que sou seu pai? - Ela não me disse nada, mas... acho que sabe sim. - O que eu faço meu amigo? Sofia nunca permitirá que eu a reconheça... e eu não posso deixa-la assim, sem pai, sem uma família. – disse pensativo e Noel apenas encolheu os ombros sem saber o que dizer.     Enquanto os homens conversavam Sofia estava escondida em um canto da sala, ela não estava acreditando que seu marido foi tão baixo ao ponto de trazer sua filha bastarda para casa. De forma alguma ela iria deixar que essa pouca vergonha continuasse. Ela subiu para seu quarto, precisava pensar em uma forma de mandar aquela delinquente embora.                                                                                                  [...]       No dia seguinte Noel resolveu voltara para a cidade, havia muito trabalho e ele não queria deixar acumular. Emma queria ir com ele, mas por insistência de Neal e do próprio David que fez um acordo com a garota de que se ela ficasse com eles e estudasse para se tornar uma dama direita, ele daria a ela uma casa na praia assim que fosse maior de idade, e assim a garota resolveu ficar. Afinal, ela nunca teve ninguém em sua vida que se importasse com ela, e já estava gostando de ter Neal como amigo.     Três dias se passaram, Sofia não saia do quarto e quando foi questionada por David qual era o motivo dessa sua atitude ela apenas disse que estava com crise de enxaqueca. Emma estava feliz, sempre acompanhada por Neal, ela começou as aulas com o professor particular de Neal e estava gostando da ideia de estudar.     David após muito pensar resolveu reconhecer Emma como sua filha legítima, sabia que teria problemas com a esposa, mas não deixaria sua filha sem seu nome. Ele estava em seu escritório escrevendo uma carta onde reconhecia legalmente Emma como sendo uma Nolan e iria enviar para Noel para que ele desse entrada com o processo quando terminou de escrever a carta Sofia entrou no escritório. - Dessa vez a crise de enxaqueca foi forte não é? – Perguntou ele pondo a carta em um envelope. - Sim, talvez seja pela dor e vergonha. – disse ela ao parar em frente a mesa. – Como se atreve a trazer para essa casa tua filha bastarda? – alterou a voz. – E não adianta negar, ouvi sua conversa com o Noel. Essa garota é tua filha? Tua e de alguma dessas sem vergonhas com quem  me trai. – dizia com raiva. – Como você tem coragem de traze-la para conviver com meu filho? - Sofia se acalme por favor. – disse ele sem paciência. - Não venha me pedir calma! – gritou Sofia. – Não vou aceitar essa bastarda em minha casa. Ou você a manda embora ou eu vou com meu filho.... - Não acontecerá nenhuma coisa nem outra. – Gritou fazendo Sofia recuar. – Sim, Emma é minha filha e nasceu antes de você e eu casarmos. – confessou e Sofia sentou. - Já éramos noivos... - Eu vou reconhece-la. – falou interrompendo a fala da esposa. - Você não se atreverá... - A única coisa que te importa são suas roupas caras, sua imagem de mulher importante e minhas propriedades. O que falariam se eu dissesse que há anos não cumpre seus deveres de esposa, sempre alegando doenças, enxaquecas... – foi interrompido. - Não estamos falando disso. – gritou ela. - Sim, estamos falando de tudo. – Retrucou David. – Não vou cair nessa cena de esposa traída. – disse levantando e mostrando o envelope. – nessa carta estão todas as instruções para Noel dar entrada no processo de reconhecimento de paternidade e não é você que irá impedir. – Falou e saiu do escritório deixando Sofia gritando seu nome.     David detestava quando Sofia ia contra suas vontades, ele foi criado para ser o dono de muitas terras que herdara de sua família e para ser um marido que sempre tomava suas decisões e sua esposa e filhos teriam que segui-las sem contestar, mas algumas vezes, Sofia simplesmente não aceitava certas coisas e isso o deixava furioso, ele era um homem que gostava de ter o controle de tudo. Foi ao estábulo e pegou seu cavalo saindo em disparada, ainda estava meio perdido em relação a Emma, não tinha um amor por ela como a uma filha, mas se sentia na obrigação de ampara-la e sabia que com o tempo conseguiria amá-la como se deve e desejava que ela o visse como um pai. Estava tão perdido em pensamentos que não viu que o cavalo passou por uma árvore com galhos baixos, foi quando sentiu uma forte pancada na cabeça o fazendo perder os sentidos.                                                                                                  [...]       Emma estava sentada a sombra de uma árvore raspando um pequeno canivete em um galho que achou no chão quando escutou Neal chamando seu nome. O garoto correu a seu encontro e sentou-se a seu lado. - Porque está se escondendo? – perguntou Neal, ela já havia procurado a loira por quase toda propriedade. - Já me encontrou não? – disse sem se importar, mesmo ela decidindo ficar, sentia falta da praia. - Meus pais brigaram. – Disse Neal triste. - Porque? - Não sei, nunca vi os dois tão bravos. – confessou Neal. - Ele bateu nela? – perguntou como se fosse normal, afinal, onde morava sempre via homens batendo em suas esposas. - Não! – tratou de negar. – Os homens não podem tratar assim uma mulher. – concluiu Neal. - Talvez não aqui. – disse continuando sua tarefa. – de onde eu venho é normal os homens baterem em suas mulheres, assim como algumas mulheres batem nos maridos. - Sério? – Neal estava sem acreditar nas palavras da loira. - Já vi que não conhece nada do mundo. – Disse olhando para Neal. – Você sempre viveu aqui enjaulado igual a um passarinho? – Ela estava curiosa. - Sim, mas por que ainda sou criança. Quando eu crescer mamãe vai me mandar para Paris e conhecerei muitas pessoas e lugares. – falou animado. - Paris. Onde fica isso? - Na França, é longe, do outro lado do oceano. – disse Neal. Emma ia responder, mas avistou ao longe os criados trazer alguém desacordado. - Parece que estão trazendo um morto. – disse ela.     Neal olhou para onde Emma olhava e ao estreitar os olhos reconheceu a roupa que o pai usava e se desesperou. - É o papai. – disse e saiu correndo chamando por seu pai.     Os homens levaram David para seu quarto e o colocaram na cama. Sofia e Neal entraram correndo atrás, Neal que já chorava correu para perto da cama e se pôs ao lado do pai. - O que aconteceu? – Perguntou Sofia. - Ele caiu do cavalo senhora. – disse um dos homens. - Peça a Ana para trazer agua quente, e toalhas limpas rápido. – disse Sofia a uma criada que estava próximo a porta. – E você vá chamar o médico. – falou para o capataz. - O que aconteceu David? – perguntou Sofia quando percebeu o marido abrir os olhos. Ela a ignorou e olhou para seu filho. – Neal. – chamou com a voz fraca. - Sim papai. – disse o menino que chorava. - Filho acho que... não irei resistir... – respirou fundo para continuar. – Cuide da sua mãe e... cuide da Emma, quero que trate ela como uma irmã. - Sim papai eu farei. - Aqui... – disse ele pondo a mão no peito. – tem uma carta...     Antes que ele termine de falar, Sofia que já sabia o conteúdo da carta tratou de tirar o filho do quarto com desculpa de que ele fosse apressar Ana com as coisas que ela pediu. O garoto saiu correndo e então Sofia tirou a carta do casaco de David e guardou no vestido. Os empregados chegaram com a água e as toalhas, mas já era tarde, David Nolan havia morrido.     Após o enterro Neal estava em seu quarto chorando ao lado de Emma que não queria deixar o amigo sozinho. Sofia foi falar com Neal e quando viu Emma ali tratou de fazer o que queria desde o dia em que a garota pisou naquela casa. - O que você está fazendo aqui? – perguntou Sofia. – Fora da minha casa, não quero te ver nunca mais. – falou com raiva e Emma apenas a olhava. – FORA! – gritou e Emma saiu correndo dali. - Não mãe! Prometi ao papai que a ajudaria. – disse Neal querendo ir atrás de Emma, mas Sofia o segurou. - Não quero você perto dela. – falou séria. – agora va tomar seu banho, o jantar será servido em breve.     Os dias após a morte de David foram calmos na fazenda, Sofia recebeu a visita de muitos amigos e também de sua prima Cora e nesse encontro Regina ficou de vez na casa de Sofia para ser criada e educada para se tornar uma esposa digna para Neal. O Jovem foi enviado para um colégio interno na França e Lilith a filha mais nova de Cora fora para a capital morar com a tia.     Sofia chamou Noel para uma conversa em que ela lhe diz que não precisa mais de seus serviços o que deixa o advogado bastante triste, afinal, ele conhece as coisas da família Nolan melhor que ninguém.     E assim, Sofia Nolan tornou-se uma mulher importante na região administrando os negócios da família com pulso firme.

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