1353 Words
Logo depois que Anny contou como tudo aconteceu, minha mãe correu para atender o telefone que já estava tocando á algum tempo. -- Alô, residência dos Grant_ mamãe tentou soar o mais calma possível. -- Oi Roberto...já fiquei sabendo sim__fixei os olhos nela na intenção de conseguir entender sua expressão. -- É, ela esta aqui em casa__se virou pra gente e ficou nos encarando_ Tá bom então... estou te esperando. Desligou o telefone e veio em nossa direção, com uma expressão um pouco  mais aliviada em seu rosto. Diferente de quando ouviu cada parte do relato de Anny. -- Meninas, o Jhonatan foi preso__deu a notícia com gosto. -- Sério?!__falamos juntas. -- Sim, parece que os vizinhos ouviram tudo e chamaram a polícia__explicou enquanto se sentava junto a gente__ Eles chegaram assim que você saiu Anny, de acordo com os vizinhos. -- E o resto da minha família já sabe?_Anny perguntou com uma expressão de alívio no rosto, mas ainda sim com resquícios do que aconteceu horas atrás. Saber que o pai dela havia sido preso pareceu ser a melhor notícia que a mesma poderia ter recebido, pelo menos foi o que eu pensei durante um tempo. -- Não querida, por isso é que o Roberto está vindo para cá__mamãe a respondeu com tranquilidade. Como a adulta diante de tal situação, cabia a ela manter a calma __ Ele quer que você esteja perto quando for falar com seus familiares. -- Tá, mais eles vão querer me levar embora e eu não quero ir!__mais uma vez seus olhos se encheram de lágrimas. -- Calma amiga, talvez eles deixem você ficar com a gente__ tentei conforta-la__ Não pode mãe? -- Claro que sim filha, desde que sua avó concorde Anny, já que a mesma terá sua guarda passada pra ela de imediato, uma vez que você é menor de idade e ela o familiar mais próximo que você possui__minha mãe fez um belo discurso junto de sua resposta. -- Eu não sou mais criança, queria poder decidir minha própria vida__Anny reclamou como sempre faz quando é contrariada. -- Eu sei querida, mas você m*l completou seus nove anos e isso te acontece dessa maneira__mamãe disse, fazendo com que Anny pousasse a cabeça sobre o seu colo__ Então é provável que sua avó te queira por perto. A conversa foi interrompida ao ouvirmos a campainha tocar. Já imaginando quem seria, mamãe mandou que eu me levantasse e fosse atender a nossa "visita". Não demorei para fazer o que me foi pedido. -- Tio!__fui logo lhe dando um abraço ao deixar no ar tal exclamação. -- Oi luz que ilumina o meu dia. O tio Bob é o meu favorito,ele sempre faz de tudo pra me agradar, o que deixa mamãe um pouco irritada. Ela vive dizendo que ele me mima mais do que deveria. -- Vamos entrar logo__disse o puxando para dentro__ Mamãe já tá te esperando. -- Ei calma, assim você arranca meu braço__falou brincando como o de costume. -- Mãe! É o tio Bob. Ele adentrou a sala e deu um forte abraço na minha mãe. Além de ser o meu tio favorito, ele também era o irmão mais próximo que minha mãe tinha. Os outros viviam sempre brigando. Se livrando do longo abraço de minha mãe, tio Bob foi até Anny que estava sentada no sofá apenas nos observando. -- Oi Anny, você cresceu bastante desde a última vez que te vi__falou a pegando no colo e a abraçando. -- Oi__respondeu um pouco tímida, coisa que ela nunca foi. Fiquei até sem entender__ Faz um tempinho, um ano e meio talvez. -- Acho que é isso mesmo__concordou a devolvendo ao chão e se sentando ao  seu lado no sofá__ Sabe porque estou aqui, não sabe? -- Sei, você veio me falar que eu tenho que ir embora com a minha vó. -- Não é bem isso, mas vamos conversar__disse, e como um sinal, os dois ficaram sozinhos na sala, enquanto eu e mamãe fomos para cozinha. -- Mãe, como será que a Anny vai ficar depois disso?__perguntei enquanto pegava um suco de laranja na geladeira.Mamãe estava preparando um lanche para todos. -- Não sei Karen, vai ser difícil, mas ela vai superar__ela nunca me chamava pelo meu nome, era sempre algum apelido, o que demonstrava um grande temor por parte dela. Terminamos de preparar alguns sanduíches e voltamos a sala com tudo em uma bandeja, a qual colocamos sobre a mesa que ficava a frente do sofá. O assunto entre o tio Bob e Anny já havia acabado, e apesar do momento, ambos pareciam tranquilos. Com isso, tomamos o suco e comemos os sanduíches durante um pequeno tempo repleto de brincadeiras da parte do meu tio. Em seguida, Anny e eu subimos para o meu quarto. Ela iria dormir aqui esta noite já que sua vó chegaria apenas no outro dia. -- Anny, você está se sentindo um pouco melhor?__perguntei enquanto vestia meu pijama de bolinhas. -- Vou ficar, te garanto isso__ela respondeu de maneira tão fria que acabou me assustando. -- Como assim? Não entendi. -- É simples Karen, a partir de hoje não deixarei ninguém pisar em mim, ninguém irá me menosprezar, e principalmente ninguém irá encostar em mim sem o meu consentimento__me olhou de um jeito,que realmente me deu medo__ Ninguém mesmo. Terminamos de trocar de roupa e nos deitamos. Ainda tivemos uma breve conversa antes de finalmente cairmos em sono profundo. ****** Eram umas sete horas da manhã quando minha mãe entrou no meu quarto quase nos derrubando da cama. -- Hora de acordar meninas__disse puxando as cobertas__Vamos logo. -- O que deu na senhora mãe? Nunca fez isso antes__reclamei com voz de sono. -- Para de reclamar e levanta logo, a avó da Anny vai chegar em uma hora ou menos. -- Nossa, eu tinha me esquecido!__Anny disse ao levar num susto que a fez cair da cama. -- Pois é, ela mandou uma mensagem ontem a noite assim que vocês subiram__mamãe explicou__ Então se arrumem logo e desçam. Ao terminar, mamãe saiu do quarto nos deixando sozinhas. Anny correu para o banheiro na minha frente como sempre fazia, e aquilo me dava a maior raiva. Não tem algo que eu deteste mais do que ter de esperar para poder tomar o meu banho, e só para piorar, quando Anny entra no banheiro parece que ela esquece que tem que sair com vida de lá. -- Anny, da pra sair logo daí?!__já fazia meia hora que ela estava la dentro e a avó dela já estava pra chegar e eu não tinha nem mesmo escovado os dentes ainda. -- Calma ai que já to saindo!__gritou do lado de dentro. Ela sempre fazia a mesma coisa. Me empurrava na cama e saia correndo pro banheiro, quando já estava la dentro, ficava gritando que estava saindo mais não saía até da no mínimo meia hora e isso era o que me deixava com mais raiva. Quando enfim terminamos de nos arrumar, descemos as escadas e fomos direto pra cozinha. -- E então mãe, a avó dela já tá vindo?__perguntei com cara de quem não quer nada. -- Está quase chegando__disse focada no que fazia__ Seu tio foi buscá-la na rodoviária. Antes que eu pudesse fazer mais alguma pergunta,ela colocou alguns biscoitos e dois copos de leite em uma bandeja e entregou pra gente, nos  mandando sair da cozinha porque já estávamos atrapalhando. Passados alguns minutos a avó da Anny chegou. m*l foi entrando e já encheu a neta de abraços e beijos. -- Mãe! Ela já chegou!__gritei pra ela que não demorou a se colocar junto a gente. -- Olá seja bem vinda, meu nome é Katharina Grant__mamãe se apresentou__ Sou a mãe da Karen. -- O meu é Floriana Jones__também se apresentou__ O prazer é todo meu. Elas conversaram um pouco e minha mãe voltou para cozinha, pois estava fazendo o almoço que não demoraria para ficar pronto. Eu tentei aproveitar ao máximo as últimas horas que eu tinha com minha melhor amiga, já que haviam decidido que ela realmente iria embora com a avó antes da noite...
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD