Recomeçando.

Conhecendo.

Conhecendo. 2

Por volta das duas horas da manhã, chega na Fazenda das Flores, uma camionete prata e estaciona em frente a janela do meu quarto, desce um rapagão de dois metros de altura, físico forte, cabelos loiro escuro, ondulados na altura dos ombros, barba grande e desgrenhada, roupas em desalinho e passo cambaleante, visivelmente alcoolizado, ele escala até a sacada do meu quarto, por várias vezes quase cai. Ao entrar tira toda suas roupas e se dirige até a cama, ao me ver dormindo, para e coça a cabeça.

- Cosa ci fa questa donna nel mio letto? ( O que essa mulher está fazendo na minha cama?)

Nesse momento ele olha em sua volta para ter certeza que está no quarto certo, tendo certeza que está em seu próprio quarto, deita na cama me empurrando pro lado, não se contendo dá uma alisada em meu bumbum, que está destampado devido a camisola ser curta, abro um pouco os olhos e ponho minhas mãos em volta do seu pescoço, ele não recua, me abraça também e me beija, retribuo o beijo com sofreguidão, com os olhos entre abertos sussurro em seu ouvido:

- Como você é lindo!

Ele passa as mãos por todo meu corpo e com destreza arranca minha camisola, nesse momento ele percebe que estou dormindo e desanimado deita de lado e também dorme.

Acordo com um raio de luz em meu rosto, me espreguiço e esbarro em algo, ou melhor em alguém, dou um grito estridente e ele acorda assustado, pulando da cama, percebo que estou semi nua e me enrolo no lençol.

A porta do quarto abre e entram todos juntos, Sr Peppi, Dona Esmeralda, Dona Judite com uma vassoura na mão, Gianni e Bruno.

- Dio Santo!! O que está acontecendo aqui - grita Dona Esmeralda

- Cobre essas partes menino!! - diz Dona Judite tampando os olhos

Ainda enrolada no lençol pergunto apontando para o cabeludo desconhecido

- Quem é ele?!!!!

-Esse sem vergonha é meu filho Toni - grita Sr. Peppi batendo com sua boina no bumbum de Toni que agarra um travesseiro e cobre suas partes.

Bruno já morrendo de tanto rir,da um gritinho:

- Uia!!

Gianni pergunta espumando pela boca:

- O que você fez? Maledetto!!

- Eu dormi! Na minha cama e no meu quarto!! Eu é que perguntou o que está Dona esta fazendo na minha cama?

Dona Esmeralda explica:

- Essa é a Ângela nossa hóspede que veio do Brasil, pelo programa de proteção as testemunhas, eu acomodei ela e a filha no seu quarto.

- Dio Santo!!! Tem uma bambina qui?!!- pergunta Toni olhando em volta

Nesse momento me lembro das crianças e pergunto assombrada:

- Onde estão as crianças?

- Estavam com o Gianni brincando no quintal - diz Bruno

Gianni bate a mão na testa e sai correndo.

Dona Esmeralda me pergunta:

- Filha, você só viu ele agora de manhã?

- Sim! Acho que sonhei com ele, mas era de verdade, o remedinho da Dona Judite me deixou zonza.

- Eu avisei!!! Os remedinhos da Nonna Judite não são brincadeira!!- disse Bruno zombeteiro

- Má Santo Dio!! Era um bem fraquinho. Ou eu peguei o errado ? - disse Dona Judite com o dedo indicador no queixo

- E você seu i****a? Não viu que tinha uma Donna na sua cama?- perguntou Sr. Peppi ao Toni

- Ver eu vi, mas eu bebi um pouquinho e não raciocinei direito só deitei e dormi

- Pronto!! Tudo explicado, vamo tutti voltar ao que estávamos fazendo, vamo vamo - disse Sr. Peppi expulsando todos do quarto, ficando somente eu e o Toni.

Toni me olha de cara feia, joga o travesseiro em mim e dá a volta na cama completamente nú - que visão!! apesar de desleixado ele é maravilhoso! Acordo do meu devaneio e pergunto:

- O que você vai fazer?

- Tomar banho.

-Aqui?

- Sim, onde mais?

E entrou no banheiro. Sentei me na cama ainda enrolada no lençol sentia muito sono e acabei dormindo novamente, quando acordei, fui até o banheiro e ele já não estava lá, tomei banho, coloquei um short jeans uma blusinha e desci. Não encontrei ninguém pela casa, fui até a varanda e avistei Toni no estábulo que ficava uns 50 metros da casa. Fui até o estábulo, um belo cavalo preto veio na cerca me receber, ficou parado me olhando, não me atrevi a entrar, comecei a conversar com ele, que abaixou a cabeça e batia as patas traseiras no chão, passei a mão pelo seu pescoço e cabeça, ele parecia estar gostando, quando Toni chega e fala:

- Seu sem vergonha, fresco! Nem conhece a moça e já está se arreganhando todo.

- Oi Toni. A casa está vazia você tem notícias de todos?

- Foram levar a Nonna em casa, minha Mãe pediu pra te dizer pra ficar tranquila que cuidarão da Catherine.

Toni virou e foi saindo, chamei ele novamente:

- Toni! -Ele parou de costas e eu continuei:

- Eu não me lembro da noite passada, aconteceu algo entre nós?

Ele nem se virou pra responder

- Se você não se lembra, eu muito menos.

Fiquei irritada com aquela atitude, sai pisando duro e sentei em um sofá na varanda da casa.

Logo todos chegaram, Catherine veio toda alegre me abraçar

- Mamãe conheci a casa da Nonna Judite, tem um balanço super legal, podemos voltar lá de novo?

-Sim filha vamos sim , outro dia nós vamos com Dona Esmeralda

- Então, Ângela, a Dona Judite nos convidou para almoçarmos lá amanhã - disse Dona Esmeralda - Mas de manhã gostaria de te mostrar a fazenda, o que você acha?

- Eu vou adorar!!! O almoço e o passeio.

- O que você acha de irmos a cavalo?

- Acho super legal, mas, eu nunca andei a cavalo.

- Isso não é problema, nossos cavalos são mansos, você vai tirar de letra.

Neste momento Toni entra na cozinha, estava de cabelos presos, de calça jeans e sem camisa, de longe senti seu cheiro másculo.

- Oi filho, que bom que você chegou, amanhã quero dar uma volta pela fazenda com a Ângela, você pode selar dois cavalos pra nós?

- O Trovão adorou ela - disse Toni pegando uma maçã em cima da mesa.

- O Trovão? O trovão é arisco, você não pode por ele pra Ângela - disse Gianni preocupado

- Nunca vi ele abaixar a cabeça pra ninguém, hoje ela até fez carinho na cabeça dele - disse Toni

Gianni ficou tenso e me perguntou:

- O que você foi fazer no estábulo?

- Fui procura los, quando acordei não encontrei ninguém e vi o Toni de longe e ... - fui interrompida pela Catherine:

- Oi meu nome é Catherine, e o seu ?

Pela primeira vez vi Toni sorrindo, então ele disse:

- Meu nome é Antônio mas pode me chamar de Toni

- Meu Papai era grande igual a você, sabe, ele morreu.

Toni se abaixou e segurou a mãozinha de Catherine

- Eu sinto muito pelo seu Papai, eu posso ser seu amigo, o que você acha?

Catherine deu beijinho na bochecha de Toni e estendeu a mão dizendo:

- Acho muito bom! Assim quando eu precisar pegar alguma coisa no alto eu te chamo.

Todos riram, levei minha pequena comediante pra tomar banho, logo depois todos jantamos e fomos dormir, Catherine já estava instalada no quarto dos gêmeos.