O passeio.

915 Words
O passeio. 3 Dona Esmeralda e eu acordamos bem cedinho, a casa estava quieta, era domingo todos dormiam, apenas o Sr. Peppi estava na cozinha preparando um pequeno café da manhã para nós, comemos e fomos para o estábulo. Toni já tinha selado dois cavalos, a égua Xena que Dona Esmeralda montaria e o cavalo preto Trovão, Dona Esmeralda ficou apreensiva de eu montar o Trovão, mas Toni disse que era seguro e que o cavalo gostava de mim. De fato quando Trovão me viu relinchou e balançou todo o corpo, cheguei perto falando docilmente com ele, que retribuiu abaixando a cabeça pra eu novamente coça lo. Toni me auxiliou subir no cavalo, senti o coração bater mais forte com sua aproximação. Quando estávamos prontas pra sair Sr. Peppi chega no estábulo e diz a Dona Esmeralda: - Minha Mamma acabou de ligar, pediu para passarmos na Fazenda de Dona Mercedes e comprar tomates pra ela fazer o molho do macarrão. - Então você vai na frente, compra os tomates e depois do passeio vou com a Ângela - Esmeralda você sabe que eu não suporto a Dona Mercedes e também não sei escolher tomates. - E o passeio da Ângela? - Deixamos para outro dia, não tem problema. - disse eu tentando ajudar - Não, não e não - disse Dona Esmeralda já ficando irritada - Então vai o Toni passear com a Ângela- disse Sr. Peppi em um estalo - Vá bene, assim eu concordo- disse Dona Esmeralda já descendo da Égua- Vamo Toni, leve a Ângela pra conhecer a fazenda, quero que a leve também ao lago. - Mas Mamma! Eu...- Toni tentou retrucar mas foi imediatamente cortado por Dona Esmeralda - Não tem nada de mas Mamma, anda logo e cuida da Ângela direitinho. Toni bufou um pouco mas como um bom filho obedeceu montou na Xena e saímos devagar, ele estava visivelmente contrariado, então disse: - Toni, esperamos seus pais saírem e voltamos, não precisa passear comigo contrariado. - Você não conhece minha Mamma, vamos passear. Tirando o mau humor do Toni o passeio estava agradável, a brisa fresca e o ar puro da manhã eram maravilhosos, havia flores por todos os lados, depois de 10 minutos avistamos uma casa abandonada ainda em construção, pedi ao Toni que fossemos vê la mais de perto, ele abanou a cabeça em sinal negativo, não dei importância a negativa dele e continuei a cavalgar rumo a casa. Quando cheguei na frente da casa desci do Trovão, errei o estribo e me estatelei no chão, foi um susto, Toni logo estava ao meu lado, nervoso e preocupado. - Eu estou bem! Foi só um tombo bobo. Ele me ajudou a levantar, e não esperei pra escutar sua reprimenda, já fui entrando no terreno da casa. Fiquei maravilhada, era a casa dos meus sonhos, Toni não teve outra alternativa e me seguiu. - Que casa linda!!! Tem varanda em volta de toda a casa, olha Toni tem lugar pra um jardim e um balanço! Tem uma fonte aqui! Meu Deus!! É a casa dos meus sonhos! E assim continuei descrevendo como uma família seria feliz naquele lugar, tive a impressão de que o Toni estava emocionado, mas logo ele me chamou. - Já chega! Vamos! Ainda tenho que te levar até o lago. Cavalgamos mais um pouco e avistamos o Lago del Garda, quando chegamos Toni veio me ajudar descer do cavalo, ao descer meu corpo ficou bem grudado ao seu, senti minha pulsação acelerada, ele pousou uma das mãos em minha cintura e a outra na minha nuca, me puxou e me beijou, senti seu órgão se avolumando, o beijo foi ficando mais intenso e ele me apertava mais e mais ao seu corpo, minhas pernas amoleceram, quando de repente ele me soltou, pegou a rédea do Trovão e apenas disse por cima do ombro: - É uma tradição de família que quem visita o lago pela primeira vez tem que ser beijada. Então.... tradição cumprida. Fiquei um pouco desnorteada e não consegui falar nada, apenas me sentei em uma pedra e fiquei a admirar a linda paisagem, minhas pernas estavam bambas ainda. Não demorou muito escutamos um barulho de moto, era o Gianni, que chegou perguntando: - Você já cumpriu a tradição do lago com a Ângela? Toni fez um sinal afirmativo com a cabeça - Droga Toni! Pra que você fez isso? Você nem gosta dela - disse Gianni baixinho, Toni apenas disse: - Cumpri a tradição senão a Mamma ia ficar nervosa. E você, não me enche. Gianni bufou, chutou uma pedra e veio falar comigo: - Oi Ângela! Buongiorno! - Buongiorno Gianni! - Você quer voltar comigo de moto? - Agradeço, mas...estou amando andar a cavalo. Gianni ficou desapontado - Tudo bem, nos encontramos lá em casa, já foram todos pra casa da Nonna, só falta nos três. Toni e eu voltamos em silêncio, aquele beijo ainda gritava em minha mente, me senti viva novamente. Chegamos na Fazenda e já fomos pra casa da Nonna com a camionete do Toni, dentro da camionete tinha várias latas de cerveja, sacos de papel com restos de lanches, Gianni reclamou: - Credo Toni sua camionete parece um chiqueiro. - Tá reclamando? Vai a pé hein? Toni colocou óculos escuros, ligou o som da camionete e um rock pesado ecoou, Gianni fez menção de reclamar, mas Toni se adiantou: - Se reclamar vai a pé. Me segurei pra não rir, estava curtindo o som.
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