Capítulo 3 - Apenas um sonho.

986 Words
- Irei chamar os seus pais aqui para ter uma conversa, ambas estão suspensas por três dias e que isso não se repita! Agora se retirem da minha sala, por favor e Melody, vá até a enfermaria cuidar desse rosto, está h******l.  Me segurei para não dar risada da cara que ela fez ao escutar o diretor falando de seu rosto.  Ao sair da sala, me esbarrei com alguém.  - Olha por onde anda. - Falei e ao olhar para quem foi, congelei, Caio...  - Nossa, o que foi aquilo? - Perguntou me encarando.  - Pergunte a ela. - Falei dando um passo, mas fui impedida pelo mesmo, que segurou levemente em meus braços.  - Eu estou perguntando para você, não para ela. - Falou calmamente.  - Ela me provocou. - Disse como se fosse óbvio.  - Tá, mais eu não te via desse jeito desde o terceiro ano do ensino fundamental, quando a menina roubou a sua boneca favorita.  - É que eu não suporto quando roubam o que é meu, Caio, simples assim.  - Aé? - Falou um tanto curioso.  - É sim. - Confirmei.  - E o que foi que ela roubou que é seu, Jenni? - Falou soltando o meu braço e me encarando.  Suspirei fundo e disse: - Você!  Naquele momento, o meu coração bateu rapidamente, eu estava totalmente fora de mim por ter admitido aquilo ao Caio, que me encarava com um olhar surpreso.  Respirei fundo e comecei a andar, mas fui impedida novamente por ele, que me virou com tudo me fazendo ficar perto de mais dele.  Senti a sua respiração perto da minha, seu perfume exalava sobre minhas narinas e então, encarei seus lábios.  - Jennifer? Jennifer? - Escutei de longe, tudo foi se escurecendo e eu abri os meus olhos lentamente.  - O quê? - Falei sem entender nada ao perceber que tudo não passava de um sonho.  Não, eu não havia brigado com a Melody e muito menos admitido para o Caio o que eu sinto, me senti aliviada e estranha ao mesmo tempo.  Era a hora do intervalo, então me levantei da carteira e fui como se nada tivesse acontecido.  Mais tarde...  Já estava na hora da saída finalmente, tudo bem, primeiro dia de aula sempre era legal, mas nada melhor do que descansar um pouco pós aula.  Quando eu estava andando pelo corredor, esbarrei em alguém, aquilo me deixou um tanto irritada, eu sei que era baixa, mais caramba.  Olhei para pessoa e congelei ao ver o Caio parado bem em minha frente.  - Olha por onde anda, baixinha. - Falou sério.  Eu odiava de todo o coração ser chamada de baixinha, e ele sabia muito bem, aliás, sempre me chamava assim quando queria me irritar, e pelo jeito isso não mudou nele.  - Se me chamar assim de novo, irá perder a capacidade de gerar filhos. - Falei praticamente no mesmo tom que ele, que deu uma pequena risada ao escutar aquilo.  - Que isso, fiquei até com medo agora. - Falou num tom de ironia.  Respirei fundo e disse tentando ser a pessoa mais calma do mundo: - Olha, garoto, não me provoque. Por fim saí andando.  Quando saímos da escola, a Beatriz teve a ideia de irmos tomar sorvete, ela queria conhecer mais o Mateus e deu essa desculpa, então fomos, eu sabia que meus pais não estariam em casa quando eu voltasse, então nem me preocupei com o horário.  - De onde veio? - Bia perguntou para o Mateus, que comia o seu sorvete de chocolate.  - De Campinas, lá era uma cidade e tanto... - Quando ele iria terminar de falar, o meu telefone começou a tocar, era a minha mãe.  Ligação: - Alô? Oi mãe, tudo bem?  - Estou bem filha, e você? Como foi a aula? Já está em casa?  Congelei ao escutar aquilo, já faz umas 2 horas que a aula acabou e já era para eu estar em casa faz tempo.  - Foi boa, mãe, estou bem sim, é... Não mãe, eu ainda não fui para casa.  - Por quê? - Falou com voz de brava.  - Eu fui tomar um sorvete com a Bia, mãe, nada demais.  - O Caio está preocupado, filha, vá até lá já!  - Mais mãe... - Falei sem entender aquilo.  - Não irei falar de novo, até mais, filha, juízo.  Fim da ligação.  Olhei para o Mateus e para Bia que conversavam alegremente e disse: - Gente, preciso ir, minha mãe mandou eu ir para a casa.  - Tá bom, amiga, vamos embora todos juntos então. - Falou já se levantando do banquinho.  Após pagarmos a conta, fomos para as nossas casas, descobrimos que o Mateus morava umas 4 ruas antes da minha casa.  Quando eu abri a porta de casa, me deparei com o Caio dormindo no sofá da sala.  - Deus, me ajuda. - Falei ao perceber que eu teria que lidar com ele por tempo indeterminado.  Logo um cheiro de comida invadiu as minhas narinas, graças a Deus a minha mãe havia contratado a Marina, nossa cozinheira que ficará aqui pelo menos quatro vezes na semana.  Cumprimentei a mesma e fui para o meu quarto no andar de cima.  Tomei um banho e logo recebi uma mensagem da Bianca.  "Amiga, vamos para a praça andar de skate? " "- Vamos sim, só irei me trocar e almoçar, te encontro daqui 30 minutos". Respondi e corri para o meu armário.  Peguei uma blusa aleatória branca e um short jeans preto, coloquei a roupa e logo em seguida coloquei uma vans preta.  Prendi o meu cabelo num r**o de cavalo, borrifei um pouco de perfume em meu pescoço e coloquei lentes de contato.  Peguei o meu skate no canto do quarto e desci as escadas me deparando com o Caio sentado no sofá almoçando.  Quando ele me viu arrumada, me olhou de cima a baixo e disse: - Aonde você estava?  - Desde quando eu devo satisfações a você? - Falei terminando de descer as escadas.  - Desde que sua mãe mandou eu cuidar de você. - Falou como se fosse óbvio.  Dei risada e ele disse: - Qual é a graça?  - Você não cuida nem de você mesmo, Caio, me poupe.  - Quem te garante? - Perguntou intrigado.  - Eu me garanto. - Falei como se aquilo fosse óbvio.  Fui para a cozinha e fiz o meu prato. 
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