Capítulo 2

3246 Words
THEO Estava deitado, parado olhando pro teto, a beliche de baixo já estava vazia e isso me mostrava que o menino que foi transferido ontem já havia acordado. Encarava a mancha de infiltração que se formava ali quando minha atenção foi roubada por alguém entrando pela porta histericamente. _Bom dia miss liberdade! -era Maggie, minha irmã de criação. Ela está me chamando assim porque hoje é meu aniversário, o que quer dizer que logo estarei fora desse lugar- animado para o dia de hoje?  Bufei e então me sentei na cama deixando meus pés pendurados na mesma, me espreguiçando. _Animado não seria bem a palavra, poderia dizer que estou apático -dei um sorriso de lado e então pulei de onde estava, sentindo meus pés formigarem de leve quando tocaram o chão. _Meu santo c*****o Theo, você tem noção que logo vai estar longe de tudo isso aqui? Que vai poder correr atrás das suas coisas e seguir a sua vida como o rejeitado que você é? -ela riu, como sempre fazendo piadas com assuntos sérios, esse é nosso forte. _Claro que já pensei, mas sei lá, não sei ao certo o que vai acontecer lá fora, você sabe que as coisas não são fáceis assim -agora eu havia falado sério. Não sei se de fato estou pronto para isso, antes de as coisas realmente acontecerem eu ria mais da situação, mas logo estarei lá fora em busca de um emprego, moradia e uma vida e isso me assusta. _Mas também não são impossíveis -ela sempre otimista me encarou e me deu um abraço apertado, esmagando minhas costelas- e por sinal, FELIZ ANIVERSÁRIO LINDO! Soltei todo o ar comprimido em meus pulmões e apertei ainda mais o abraço, desde que Maggie foi transferida pra cá, com dez anos, nos tornamos muito próximos um do outro, tão próximos que nos chamamos de irmãos, e nos tratamos como tal. Ela sempre foi a primeira a me dar parabéns, todos os f*****g anos. _Estava pensando que hoje nós poderíamos sair pra fazer alguma coisa, os meninos estão animados para aprontar algo -disse ela, me soltando e dando um passo para trás, enfiando as mãos no bolso de seu moletom. _Bom, eu irei sair daqui logo, mas vocês sabem que quando voltarem vão ter problemas, né? -ela confirmou com a cabeça como se não se importasse e então deu de ombros. _Até parece que nós somos as pessoas mais exemplares daqui -a ironia em sua voz era palpável, e outra, mais uma pra coleção não faz m*l, e de qualquer maneira nada afirma que seremos pegos. Não posso dizer que era mentira, desde que Maggie, eu e os meninos nos juntamos nesse lugar o terror passou a ser tocado, somos sempre os encrenqueiros, estamos sempre dando o que falar, seja por quebrar as regras daqui, por fugir a noite ou por bebermos os destilados na sala de administração. _E onde querem ir?  _Joe estava pensando em passar na administração e pegar um presentinho pra nós -não diga que eu não avisei, ok?- depois nós poderíamos ir para o terreno logo aqui do lado, ficar no lago e tudo mais, tenho alguns cigarros na mochila ainda. Não me pergunte como ela os conseguiu. Jovens que fumaram pela primeira vez para aparecer e desde então nunca mais pararam, me julgue, mas é a verdade. _Então deixa eu pelo menos me trocar que encontro vocês no refeitório em meia hora, pode ser? -seu olho brilhou enquanto ela assentia com a cabeça antes de sair, me deixando ali no quarto sozinho. Olhei para a beliche bagunçada e me perguntei por um momento ''quem vai ser o infeliz que tomara o meu trono?'', mas não me preocupei com a resposta, meu legado aqui esta chegando ao fim e mesmo sabendo que sentirei falta de todos que eu conheci aqui, sei que de alguma maneira será melhor lá fora. [...] _Olha ele ai! -disse Joe, um dos meus melhores amigos enquanto me cumprimentava com um toque de mão e me puxava para um abraço logo em seguida- feliz aniversário cara, seu presente já está te esperando -eu conhecia aquele sorriso no rosto dele, sorriso de Joe está fazendo o que mais ama: merda- espero que goste -ele abriu a mochila e então me mostrou duas garrafas de whisky, uma cheia e a outra pela metade. _Como ninguém viu isso? A megera não estava na sala hoje? -perguntei. _Digamos que ela estava ocupada demais querendo saber quem furou o pneu de trás do carro dela -respondeu Josh, o irmão gêmeo de Joe.  Meu braço esquerdo e direito não poderiam trabalhar de forma melhor. Dei uma risada enquanto me sentava para então roubar o pedaço de bolo dele, sendo repreendido com um tapa que não valeu de nada. _Nós vamos que horas? -Maggie estava mais animada que o próprio aniversariante. _Vamos fingir que pegaremos o ônibus pra escola e depois metemos o pé para o nosso destino, o motorista nunca fala nada mesmo, como sempre ele esta mais preocupado com a peituda que senta lá na frente -Josh sendo Josh. _Aposto que rola uns pegas ali viu -completou Maggie. _Que cara sortudo do c*****o, aquela peituda é meu sonho -disse Joe, tirando uma gargalhada de todo mundo ali. Terminamos o café e então fomos até o ônibus, o motorista estava lá sendo mesmo babaca desligado de sempre, olhando mais para o decote da garota sentada perto dele do que para mim, que nem tinha mais permissão para entrar no ônibus e já estava me sentando no fundo junto aos meus amigos. O percurso era simples, haviam apenas duas escolas que poderíamos ir naquela região e os alunos desciam metade em uma e metade em outra, nossa escola de verdade seria a segunda mas o lago que Maggie havia dito ficava ao lado da primeira, e foi lá que descemos, mais uma vez, sem problemas algum. _Bom, temos até o horário do ônibus voltar para entornar tudo o que podemos dessa belezura aqui -Joe balançava a garrafa enquanto falava- e pegar um câncer de leve fumando todos os pirulitinhos do capeta dentro da bolsa da miss cinzeiro -ele riu. _Ai garoto por favor, cinzeiro não, prefiro que me chame de fênix -o cigarro já estava entre os lábios da ruiva quando ela falou, tentando acender o mesmo com um isqueiro velho. _Fênix? Só se for pelo fogo no r**o -Josh não perde uma oportunidade e irritar ela, afinal, além de namorados os dois são melhores amigos.  Merda, acabei de perceber que vou sentir falta disso. [...] Já nem lembrava direito como andava, minha pressão estava lá no chão com a ultima tragada do ultimo cigarro, estávamos bêbados e felizes, naquele momento parecia que todos os problemas que poderíamos estar enfrentando haviam simplesmente desaparecido, os meninos estavam no lago, pelados e brincando como duas crianças e Maggie estava sentada do meu lado, com a cabeça encostada no meu ombro, emocionada de álcool. _Droga, agora que caiu a ficha de que logo logo estaremos distantes um do outro -ela estava literalmente engolindo as palavras. _Você não vai mesmo estragar nosso momento com melancolia agora né? -empurrei ela de leve com a lateral do corpo dando um riso fraco. _Estou bêbada, i****a. Me deixa -ela ajeitou o cabelo para o lado. _Não vamos pensar nisso até que de fato seja o momento ok? _Ok, mas vou sentir falta do meu irmão, quem vai cuidar de mim quando você for? E lá vamos nós... bêbados... _Bom, os meninos. Nós sempre cuidamos uns dos outros desde que o quarteto se reuniu e isso não vai mudar comigo saindo, e outra, seja a Maggie positiva e pense que quando vocês saírem daqui, o que não vai demorar tanto tempo assim, já estarei com metade do caminho andado esperando por vocês. Assim espero, porque quatro moradores de rua não da. _Olhando por esse lado... -ela coçou os olhos, o álcool derruba as pessoas meus amigos- só não podemos ser adotados nos quarenta e cinco do segundo tempo, né? _Ta ligada que se ninguém pegou vocês até agora isso não vai acontecer nunca mais né? -ela riu- ninguém quer saber de vocês não minha filha, olha a cara de problema que vocês tem, e outra, somos experts em causar confusão, não foi por isso que toda família devolveu a gente? E de fato, eu e os meninos fizemos um trato que se a nossa foster family não fosse boa, nós causaríamos problemas o suficiente para que eles nos devolvessem antes da fase de adaptação acabar, e sempre funcionou. _É, vamos pensar nisso depois, agora eu preciso te dizer uma coisa -ela coçou a cabeça meio sem lugar e soltou um suspiro- eu acho que estou... ah, não sei como te dizer isso. _Fala logo p***a, eu sou ansioso! -falei cortando qualquer charme que a ruiva estivesse fazendo para rodear o assunto. _É que eu estou... -e antes que a frase fosse terminada ela foi interrompida pelos meninos saindo do lago com as mãos tampando suas partes intimas. _c*****o A GENTE TA MUITO FODIDO! -gritou Josh enquanto vestia suas roupas as pressas, mesmo que molhado- O ÔNIBUS ACABOU DE PASSAR PELO LAGO, DAQUI A POUCO ELE ESTÁ LÁ NA ESCOLA! Nem foi preciso escutar o resto da frase para que todos estivéssemos desesperados e juntando nossas coisas, de fato, se não conseguíssemos chegar até o ponto de ônibus da escola antes que o motorista cantasse roda, teríamos que voltar a pé, e ai sim o circo estaria armado, e já pegando fogo. Saímos dali correndo como se nossa vida dependesse de chegar no ônibus -e de fato dependia- e não poderia ser pior, estávamos completamente desnorteados e zonzos com o álcool dando socos e mais socos em nossos cérebros, tentar se manter de pé com quase duas garrafas de whisky correndo em nosso sangue não era a tarefa mais fácil do mundo, e essa tarefa foi falha porque quando chegamos onde o ônibus estaria parado, conseguimos o avistar virando a esquina a um quarteirão de nós, e mesmo correndo ainda mais, ficamos para trás. Fodeu. [...] _Não basta apenas matar aula e fugir da nossa responsabilidade, os quatro ainda tem que roubar minha sala e furar o pneu do meu carro? -gritou Lya, a megera da administração enquanto batia com sua xícara na mesa derrubando o resto de chá que havia ali. _Se não bebêssemos, seria você -retrucou Joe, dando um soluço de bêbado logo em seguida, tentei segurar o riso mas não deu. Quando Lya desviou o olhar para mim eu quase senti o ódio escorrendo por seus olhos, ela sempre acha que o motivo dos meninos serem assim é por minha causa porém dessa vez eu sairia ileso, mesmo que ela me desse uma advertência ou quisesse me punir, era questão de dias até que eu não estivesse mais aqui. _Sorte sua que você já está indo embora garoto -ela apertou os dentes- você não sabe o quanto eu esperei por isso. _Também te amo, anjo -ironizei e ela se irritou ainda mais. _Os outros três sabem que o buraco vai ser muito mais embaixo para vocês, não é? -ela deu uma risada desesperada, parecendo a louca que ela é enquanto voltava a atenção para meus amigos- isso pode gerar até a transferência de vocês, e se depender de mim, vai cada um pra um canto. Nem o Tico e o Teco ficam juntos!  Não tem graça quando é ela que está fazendo as piadas. _p***a, quer dizer... poxa, Lya! -começou Josh- alivia essa pra gente vai, só queríamos comemorar o aniversário do Clark hoje, ele já está saindo daqui e você sabe como somos próximos, se deixar essa passar, prometemos mudar daqui pra frente. _Essa nem cola mais, irmão -Joe riu- usamos mês passado. E de fato, fazemos isso sempre -risos. _Estou farta de vocês me infernizando mais e mais a cada dia que passa! -ela passou a mão em seus cabelos, tentando arrumar o que não dava pra ser arrumado e piscou forte algumas vezes, dando um tique de raiva. Nos seguramos para não rir e piorar a situação- eu juro que moverei montanhas para em um mês, cada um de vocês estar em uma casa diferente bem longe daqui! Ela parecia estar falando sério dessa vez, não seria a primeira tentativa de nos separar, se não fosse a falta de vaga nos demais alojamentos aqui perto, com certeza estaríamos mais que distantes um dos outros, mas o universo segue nos ajudando, junto com esse governo merda que caga pra nós. _Olha, nós sabemos que fizemos errado, e que toda vez dizemos que vamos mudar  acabamos fazendo algo ainda pior, mas da uma ultima chance pra gente, vai! -Maggie juntou as mãos usando todos os seus truques para entrar na mente da megera, que por sorte, até puxa um saco dela. _Maggie, você sabe que passaram dos limites a muito tempo atrás!  _Sim, sabemos, mas o Theo vai sair daqui e as coisas vão mudar! -ela me olhou antes que eu a mandasse tomar no cu e eu entendi que era tudo teatrinho- das outras vezes ele sempre estava aqui tentando fazer com que comprássemos as ideias dele, agora isso vai acabar! Olha que filha da p**a! _E no mais, meu irmão é a coisa mais próxima de uma família que eu tenho -completou Joe, olhando pra Josh sentado ao seu lado- por favor, não queremos o pior, e dessa vez, faremos o necessário para colaborar. Eles estão mesmo falando sério? Porque se não estiverem, podem ser atores que está dando certinho!  O Olhar da mulher a nossa frente baixou junto com suas mãos que antes estavam cruzadas mas agora se encontravam apoiadas na mesa, por mais p*u no cu que essa mulher pudesse ser em seus dias ruins, ela sempre acabava cedendo quando conseguíamos chegar no coração de pedra que ela tinha. _Não posso deixar vocês fazerem coisas assim e saírem ilesos, o que os outros vão pensar? Que podem fazer o mesmo? -indagou ela- isso aqui não é bagunça! _Ah por favor Lya! Você sabe que todo mundo aqui morre de medo de você, nem bom dia você da pras pessoas, além do mais...  -não aguentei e falei, porem Maggie me beliscou para que eu calasse a boca antes que eu terminasse de falar, e ainda bem que ela fez isso. _O que ele está querendo dizer, é que todo mundo aqui te respeita -começou ela, entrando mais uma vez na cabeça da monstra a nossa frente- e ninguém se atreveria de tentar fazer algo que te deixasse com raiva, nem todo mundo é s*******o que nem a gente... entende?  A mulher ajeitou seu óculos de grau no rosto, apertou os lábios e continuou: _Não funciona assim tão fácil, vocês sabem né? -ela nos encarou cerrando os olhos- temos muito que conversar ainda. De fato a conversa não tinha acabado ali, muito pelo contrário, Lya me dispensou e ficou com os outros três dentro da sala dela tempo suficiente para que eu desistisse de esperá-los no corredor e fosse para o meu dormitório, de consciência mais que pesada por eles estarem de fato se ferrando por minha causa dessa vez.  Droga, meu dia estava tão bom! Quando estava prestes a entrar no meu dormitório escutei alguém chamando meu nome e me virei no susto, avistando uma moça andando as pressas até mim, essa moça era Molly, a mãe que a vida me deu, ela trabalha aqui desde que fui transferido para esse lugar e sempre fomos muito próximo, embora ela seja muito simples, sempre a escutei falando que se dependesse dela, ela já teria tirado Maggie e eu desse lugar. _Olá Molly, tudo bem? -perguntei enquanto ela terminava seus passos se aproximando de mim. _Sim, sim! Tenho uma coisa pra te dar antes de ir embora -ela parecia animada. Franzi as sobrancelhas sem entender. _E o que seria?  Ela levou as mãos em um dos seus bolsos de trás e remexeu até tirar um papel amassado dali, suas mãos tentaram desamassar o mesmo porem foi em vão, sem se importar com isso ela o esticou e o colocou em minha mão, fechando a mesma me encarando. _Aqui tem o endereço da minha casa, estou entrando de férias e não estarei aqui quando você sair, porem quero te ajudar a passar por essa nova fase então avisei ao meu marido que você passaria uns dias com a gente -meus olhos começaram a encher de lágrimas enquanto ela falava- estaremos na casa da minha família no sul, mas tem uma chave debaixo do duende de jardim na entrada da casa, sinta-se á vontade lá. Eu não sabia o que falar, estava paralisado encarando a baixinha a minha frente, com meu peito a mil e sem questionar puxei a mesma para os meus braços e lhe dei um abraço apertado, ela sorriu mas não saiu dali. _Não tem problema eu ficar lá sozinho? -perguntei e a mulher respondeu negando com a cabeça. _De forma alguma! Nosso filho se mudou faz três meses para outro estado depois que se casou, o quarto dele ainda está lá, pode usá-lo como seu até que tenha um lugar para ir, meu marido está ciente e feliz com a situação! E mais, precisaremos de alguém para cuidar da casa enquanto estivermos fora e pagar alguém pra fazer isso é muito caro. Essa mulher de fato é a minha mãe. _Muito obrigado mesmo! Nem sei o que dizer -a esse ponto eu já estava chorando involuntariamente, ninguém nunca fez algo assim por mim antes. Soltei ela dos meus braços, deixando-a arrumar sua roupa. _Bom, eu sei que você está quebrado e minha casa fica na cidade ao lado, então antes que eu vá viajar passarei aqui para te deixar um trocado para a passagem e para fazer um lanche no caminho se quiser. _Olha, não precisa mesmo, sério, eu me viro nessa parte! -afirmei. _De forma alguma, eu insisto! -ela apertou as mãos em volta dos meus braços e sorriu, nesse momento ela também se emocionava e deixava algumas lágrimas escorrerem por seus olhos- meu marido está me esperando lá fora e eu preciso ir -disse ela, se despedindo com um beijo no meu rosto- se cuida garoto, logo nos veremos lá fora -o sorriso em sua expressão era de orelha a orelha. _Boa noite Molly, de verdade, eu nem sei o que dizer -a puxei para mais perto de mim lhe dando o ultimo abraço da noite- obrigado por me ajudar e por confiar em mim, essa foi a coisa mais linda que alguém já fez e não irei te decepcionar. E lá vou eu chorando novamente. _Pode contar comigo garoto, não se esqueça disso.  Mas agora preciso ir -disse ela se soltando- tenha uma boa noite -e então se virou, me deixando ali no corredor enquanto atendia o telefone avisando a pessoa do outro lado da linha que já estava saindo. Ainda processando o que aconteceu entrei no dormitório sem fazer barulho, o garoto da cama debaixo já estava dormindo, subi para a minha beliche e então voltei para a mesma posição que estava quando acordei, encarando o teto me segurava para não fazer nenhum barulho mas os soluços de choro eram inevitáveis, eu ainda não tinha entendido o que tinha rolado a alguns minutos, estava chorando mas era de alegria pois pela primeira vez em dias estou verdadeiramente me sentindo esperançoso para o que me espera lá fora!
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