Franquia De Filmes

1500 Words
Yara     Sentada em um sofá vendo ele andar para lá e para cá com a mão no queixo já estava me deixando tonta. — Deixa eu ver se eu entendi. Você é de outro universo onde o meu universo é uma franquia de filmes? — Perguntou enfim parando de andar. — E de grande sucesso diga-se de passagem! — Por que eu deveria acreditar em você? — Quando você sofreu o acidente de carro gastou tudo que tinha em cirurgias e a única coisa que te restou foi um relógio que a sua crush te deu, depois você foi atrás de um templo sagrado e a anciã abriu os teus olhos e te fez ir em uma espécie de aventura psicodélica. Tá bom ou quer que eu continue? Ele me olhava mais em choque do que eu fiquei quando descobri estar aqui e que não era um sonho! — Você não deveria estar aqui. — Disse sério por fim. — Elementar meu caro Sherlock! Não me leve a m*l sempre sonhei em estar nesse universo. — Me levantei admirando aquele lugar. — Li inúmeras fanfics sobre isso etc, mas digamos que tem certos acontecimentos que estão por vir que eu realmente não quero vivenciar na pele sabe? — Não me conte! Na verdade não conte o que sabe para ninguém! Pode alterar o rumo das coisas de forma catastrófica isso se já não estiver fazendo isso só com sua presença! — Cerda de efeito borboleta. Aahh droga de family friends! — Me joguei no sofá de braços cruzados. — Pode fazer a macumbinha de abrir um portal e me mandar para o meu universo? — Tem noção de quantos universos, dimensões e realidades diferentes existem? — Perguntou passando a mão no rosto em frustração. — Até Eu arrumar um jeito de te levar de volta você não sai daqui! — Esse "aqui" pode se expandir até as indústrias Parker? Já que tô na cerda quero pelo menos conhecer meu herói! — Parker? — Revirou os olhos. — Se fosse você não desdenharia, vocês tem mais em comum do que pode imaginar e vão ficar mais próximos quando... — PARA! Já disse para não me contar nada! — Como uma criança ele voltou a andar para lá e para cá com as mãos cobrindo o ouvido. — Tá! Só me situa em que filme eu estou. Já falou com o loiro grandão sobre o homem rena? — Já. — Droga, perdi essa também! — Esbravejei acertando um tapa na testa. — Só não saia desse lugar. — Disse antes de sair me deixando sozinha. Ainda era difícil acreditar que tudo isso era real e que eu não seria acordada pelo meu despertador a qualquer momento. Sentada no sofá balancei minhas perninhas de grilo em puro tédio. Já que eu teria que ficar aqui ao menos vou explorar esse lugar que parece bem grande. Me levantando comecei a andar tendo como primeira vista a marcante janela símbolo dos sanctums, a fã doida que habitava em mim deu 300 pulinhos batendo palmas. Continuando minha aventura eu me sentia a Coraline analisando a casa nova, mas eu uma versão mística e instigante. Acabei chegando em uma espécie de salão repleto de armas, armaduras e jarros brilhantes que eu não tinha a menor ideia do que faziam. Me aproximando de um bastão o toquei o vendo brilhar pelas lacunas. — Uma relíquia... — Sussurrei a pegando e percebendo ser nada mais nada menos que o bastão do destino. Tentei usar, mas não aconteceu nada. Devolvendo para o seu lugar voltei a andar olhando o restante das relíquias uma por uma. Já estava ficando entediada, tão entediada a ponto de brincar de subir a escada e descer dando pulinhos. — UMA INVASORA! — Gritou alguém. Quando olhei para o lado pude ver Wong prestes a conjurar um portal. — Não eu não s... Antes que eu pudesse terminar fui praticamente arremessada para dentro do portal dessa vez caindo de cara em grama molhado. Esses portais podiam pelo menos ter uma aterrisagem suave... Se continuar com isso vou voltar para casa sem o coro da cara! — Aí aí aí. — Gemi levantando-me lentamente. Esticando as costas ouvi cada vértebra minha estralar. — Quem precisa de quiroprata quando se tem esses portais?! Olhando em volta percebi estar em alguma parte do Central Park, ao menos não era no topo do monte Everest ou coisa do tipo. Mesmo assim ainda não é um dos melhores lugares para se usar pijama... Limpando a grama da minha roupa comecei a andar pelo parque, como o imaginado as pessoas me olhavam como se um fosse uma louca de pijama ou uma mendiga, mas não era meu universo mesmo, tô nem aí! Saindo do parque e andando pelas ruas da cidade praticamente andei com a cara para cima na esperança de ver um dos heróis daqui passar voando para que eu pudesse fingir um treco, quem sabe me “salvavam”, mas a única coisa que consegui foi quase cair em um bueiro. Quando cheguei em uma esquina vi a primeira coisa familiar. A padaria do Sr. Delmar aparentemente reconstruída. Atravessando pouco antes de entrar senti algo passando pelo meio das minhas pernas, havia um gato extremamente felpudo roçando nos meus cambitos. — Ei... — Me abaixei o pegando. — Eu te conheço... É o gatinho do Sr. Delmar, acho que ele está te procurando. Pelo menos eu havia um motivo para entrar além de turistas como uma tieti. Aquele lugar era exatamente como no filme! Repleto de bugigangas e com um cheirinho inebriante. — Oi, acho que é seu. — Disse ao me aproximar do balcão. — Gatinho danado! Estava te procurando a horas! Onde a senhora o achou? — Perguntou todo feliz acariciando o bichano. — Na rua. — Senhora? Estou tão acabada assim? — Obrigado. Gostaria de um lanche como agradecimento? Eu realmente pensei em negar, mas meu estômago respondeu antes de mim roncando tão alto que pode ser ouvido até do outro lado da rua. — Vou te preparar o... — Melhor sanduíche do Queens! — Completei automaticamente. — Ah então ouviu falar sobre o nosso sanduíche?! — Ah claro claro, bastante... — Desconfiada abaixei a cabeça. Enquanto não ficava pronto andei pelo lugar que não era muito grande, mas tinha coisas até que interessantes, tipo uma escova de dentes da equipe de heróis mais conhecida do mundo. — Peter! — Ouvi o Sr. Delmar exclamar. Como uma fugitiva me abaixei tão rápido que até a pressão tocou o chão. "Mas que p***a por que eu estou me escondendo? Não está escrito na minha testa -Oi vim de outra dimensão!" — Pensei me levantando devagar apenas fingindo que havia derrubado algo e percebendo que posso pensar palavrões. Olhando por cima da prateleira na ponta dos pés pude ver Peter fazendo carinho no gato e a única coisa que pensei foi o quanto eu estava invejando aquele felino. Provavelmente pelo seu sentido aguçado ele olhou para trás fazendo nossos olhares se cruzarem. Eu simplesmente petrifiquei! — Mocinha, seu lanche! — Chamou o Sr. Delmar. De cabeça baixa sentindo meu rosto queimar como brasa me aproximei ficando ao lado de Peter já que era ali que o meu sanduíche estava. Com um momento 100% constrangedor comecei a comer aquele sanduíche que com certeza de fato era o melhor que já comi na vida. Pude ouvir Peter soltar um riso nasal olhando pra mim ainda tentando conter o riso. — Pode rir, eu sei que to um bagulho. — Aceitei a realidade. — N-não, não estou rindo de você, é que a frase da sua camiseta... Olhando para baixo percebi que eu estava com o pijama mais constrangedor para se usar fora já que estava escrito "I Shaved My Balls For This?". Passando mico na frente do crush fictício cheeeck! — Peter. — Disse esticando a mão pra mim. — Yara. — Apertei sua mão percebendo que de fato ele tinha um aperto firme. — Diferente seu nome. — De onde eu venho é o nome de uma sereia em um conto. — Deixei escapar entre mordidas. — De onde você vem? — Repetiu franzindo o cenho. — Modo de falar. — Engoli tão seco que quase não passou na garganta. Eu praticamente engoli o que restou do lanche mastigando o máximo que podia na pressa o terminando em pouco tempo. — Sr. Delmar esse é o melhor sanduíche do MUNDO! Não só do Queens. — Disse limpando os restos mortais dele do meu rosto. — Gracias niña! — Respondeu todo animado. — Espero que volte mais vezes. — Eu também... Peter foi ótimo te conhecer! — Sem esperar ele responder ia em direção da saída quando vi a mochila dele aberta quase caindo o traje. — Olha... O zíper da mochila está aberto, vai cair o que tem dentro. Literalmente falei e corri antes que ele pudesse me falar algo e eu acabasse com aquele universo com 2 palavras!
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