Primeiro - Professor substituto

1953 Words
O local da minha carteira era a primeira da fila e ao meu lado esquerdo havia uma janela fechada com bastante venezianas, à minha frente estava o birô do professor, eu sempre sentei nesse tipo de lado não importando a classe, eu sempre era a primeira da fila, a primeira que terminava de copiar, a primeira que pegava a prova e entregava, eu era a melhor aluna, e já havia passado em inglês. NUnca tinha tantas faltas a não ser por necessidade grande, eu queria estudar medicina e me tornar médica, uma médica de sucesso. Por tanto para ser aceita em uma boa faculdade o meu foco era manter uma postura impecável mesmo com a maioria me chamando de ''Babona do professor(a)'' pois eu realmente era, era uma excelente aluna bastante focada e nunca mudei, era obcecada com as regras, e agora perto do final do ano letivo aparecia um sujeito com testa um tanto largo, cabelos bagunçados, uma postura horrível que se comparava com a de um dos rapazes da turma do fundão se dizendo ser nosso professor substituto de inglês. Ele começava segurando uma lista e todos prestavam atenção nele, ''Bom dia turma! eu quero conhecer vocês, então vou usar a lista.'' Ele dizia em inglês e em seguida traduzia para o português. ele estava testando nosso nível de inglês, se estávamos preparados para isso. Tínhamos duas aulas, ou seja, ele ficaria das sete até as nove e meia conosco, as ''Meninas Malvadas'' não paravam de falar como ele era bonito. oque levou enquanto ele fazia a chamada olhar para elas. ''Você! a ruivinha do canto, como se diz ''professor gatinho em inglês?'' '' Ele questionou e arqueei minhas sobrancelhas, ela olhou para os lados um tanto sem graça e respondeu Cat Teacher e estava correto. Agora eu não entendia oque ele queria com aquilo, não pareceu se importar com o elogio, ele prosseguiu a aula. Fez uma básica revisão do verbo to be com todos nós, oque eu achei humilhante, não estávamos no primário e isso me fez surtar.  ''Isso é rídiculo '' sussurrei.  '' Pois não?'' Questiona ele virando para mim.  — Isso é rídiculo, não somos nenhuma criancinha para estudarmos o Verbo To Be, O senhor pode continuar com o conteúdo. - Reclamo batendo com a caneta sobre as folhas de meu caderno.  — Você é a Priscila. - Ele abre o caderno de notas e fica olhando, em seguida olha para mim. — Priscila eu estou feliz, você é uma ótima aluna. Mas, nem todos aqui estão com as notas todas dez iguais as suas, então eu estou revisando para aqueles com mais dificuldade. - Ele diz fechando o caderno pondo novamente na mesa e com animação voltava a dar a aula. Eu não concordava nenhum pouco com a forma dele para ensinar a matéria, mas de alguma forma ele conseguia prender os alunos, até os bagunceiros prendiam atenção nele, as Mean Girls sussurravam sobre sua b***a, algo que me fez anotar em um pedaço de pape tudo errado que ele estava fazendo. Em minha lista haviam os seguintes itens: Má postura, roupas indevidas, forma de lecionar inadequada. anotei tudo e durante aquela aula pedi para ir ao banheiro.  — Eu quero ir beber água. - Falei seriamente após levantar a mão. — Ah eu também quero. - Diz ele parando de escrever no quadro pondo a caneta grossa no bolso, ia até a mochila preta de couro e a abria, tirando dela uma garrafa térmica de água, ele tirava um copo e bebia sozinho, algumas meninas riam do comportamento dele. Estava de deboche comigo?— Ah, gelada. - Ele responde  e novamente fecha a garrafa, fecho meus olhos  e bato com a caneta na folha do caderno. — Professor, eu posso ir beber água? - Pergunto em um tom suave.  — Em inglês. - Diz ele indo para o quadro novamente e eu digo com facilidade ''Teacher, can I go drink water?'' E ele responde ''Yes. Go.''Eu fui diretamente para a secretaria segurando minha folha de papel, disposta a reclamar sobre a má conduta daquele tal de Bruno. Chegando na porta da diretoria eu bati na porta e em seguida esperei ela dizer que eu poderia entrar. — Diretora Margarida. - Digo entrando após abrir a porta. — Olá Priscila. - Diz ela com um sorriso suave nos lábios, uma mulher de cabelo castanho que era descolorido artificialmente para parecer loira, olhos amendoados e castanhos, ela usava um batom coral, nada chamativo, e suas roupas era um tom neutro e agradavel, uma mulher que seguia o padrão direito. — Diretora Margarida, me perdoe mas eu tenho uma queixa. - Fiz exatamente como planejei, disse a forma como ele entrou, a maneira como fazia as aulas, ela prestou atenção em mim e em tudo oque eu dizia.  — Ele se comporta como se fosse um Aluno e nem aparenta ao menos ser um professor. — Bom, o Bruno foi muito bem recomendado pela universidade qual ele estuda. - Ela junta as mãos na mesa me mostrando uma ficha. — Ele é um excelente aluno e fala inglês fluentemente, por isso recebemos ele já que é um aspirante a professor.  Nas outras turmas que ele deu aula durante a tarde não ouvi nenhuma queixa a respeito dele e sim elogios, mas conversarei com ele sobre suas queixas. - Ela diz mediante a um sorriso — Volte para a aula Priscila, não se preocupe.  — Eu agradeço muito diretora. - Digo com um sorriso gentil e me despeço, voltando então para classe, mas no caminho escuto um coral cantarolando, ao me aproximar da classe vejo que eles cantavam pude reconhecer. era Pretty Woman, do filme ''Uma linda mulher'', não era do inglês americano, mas todos na sala tinham uma folha dessa musica. Ele estava no final da sala lendo com a galera do fundão, os auxiliando.  — Vai, vocês conseguem. - Dizia ele ajudando os alunos completarem a pronuncia das frases.  e na lousa estava escrito ''Posso ir beber água'' em inglês e em português. fora, a forma de pronunciar. Ele era um tanto engraçado, mas me ignorava, toda vez que eu levantava a mão ele fingia que eu não existia, ele procurava sempre aqueles mais do fundo da classe, cheguei a pensar se era algum problema comigo, e quando a aula finalmente se deu por encerrado ele foi guardando as coisas dentro da mochila e todos passavam por ele o elogiando. Mas eu não. Fui até sua frente e cruzei meus braços, estava chateada e queria respostas. — Professor Bruno. - Digo me aproximando dele, ele para segurando o Skate pondo abaixo do braço.  — Pois não? - Ele questiona sem me olhar tanto. — Porquê não me deixou responder quando eu levantei a mão? - Pergunto diretamente.  — Você já passou de ano. - Ele responde calmamente. — e os outros quais eu dei atenção estão precisando até de quinze pontos para passar.  então ignorei você, a Amanda e as outras por isso. - Ele responde  e passa por mim sem esbarrar ou encostar, não gostei. Eu sempre fui acostumada a receber atenção dos professores e professoras, eu era a aluna preferida, e aquele cara vinha do nada me mostrar o contrário? Odiei.  Busquei dentro da classe um medicamento para dor de cabeça em minha mochila no tom bege, mas não tinha. Em cada pequeno bolso não havia, e eu não gostava de pedir na direção, então como a terceira e quarta aula era de Artes, e eu já havia passado decidi pedir ao professor que me liberasse e assim ele fez.  Em trajeto para casa com a mochila nas costas eu fui caminhando tranquila, não havia razão para pressa, pois tudo era muito calmo e assim tranquilo eu só esperava que providencias fossem tomadas por aquele sujeito que se dizia professor. Entrei em minha rua e já comecei imaginar em ouvir musica clássica.  Eu era diferente, embora muitas garotas de dezoito anos gostassem de funk e outras de rock, eu gostava de apreciar o doce som do violino, a suavidade de teclado em musicas de Bethoveen e Mozart. Finalmente chego em casa, achando ter um pouco de paz, apenas desejava ir para meu quarto e ouvir música. Música calma e tranquila que me fizesse dormir e viajar por meus horizontes. Quando ponho a mão na maçaneta e ouço o leve estalo da porta se abrindo, ao entrar de cara me deparo com um casal nú, sendo o pior de tudo os meus pais. Minha mãe deitada de pernas abertas e meu pai entre elas, eles paravam o ato e me olhavam, e a unica coisa que consegui fazer no momento foi gritar. ''Priscila! não é nada disso oque está pensando'' dizia minha mãe, mas eu não consegui mais olhar para ela, me virei em meio aquele tremendo embaraço pondo as mãos em meu rosto. ''Você e o papai estavam fazendo! fazendo no meio da sala!'' não consegui parar de repetir. Sentia o nervoso se espalhar em meu corpo, uma agonia. Minha mãe era uma mulher muito bonita, tinha belas curvas esbeltas e uma silhueta de uma musa,e p****s enormes de origem artificial. Diferente das coxas que eram academia.  ela tinha tatuagens em seus braços e também nas pernas, apenas em lugares que ela conseguisse esconder, cabelos longos tingidos de preto pois eles eram como o meu, em um tom suave. Já meu pai era um homem grande, forte de ombros largos, cabelo bem cortados quase que careca por ser tão rente, ele era tatuador e em seu corpo tinha muitas tatuagens e barba bem desenhada no rosto. Assim como minha mãe, ele tinha tatuagens apenas onde desse para cobrir.  Eu estava quase vomitando, sabia que meus pais se amavam pois ele sempre fazia declarações para ela, a época mais bonita dos dois era a do Dias dos Namorados, pois ele a enchia de presentes e de mimos, sempre a chamando de ''Mon Angie'' que em francês significa ''Meu anjo''. Uma coisa era as vezes ouvir os dois no quarto, mas chegar em casa e dar de cara com a cena me deixou bastante constrangida. Ela pareceu já ter se vestido e tocou em meu ombro.'' Bebêzinha, a mamãe e o papai. só...'' — vem cá! vocês não trabalham não?! - Gritei com meu rosto todo vermelho. — Trabalhar sabe? pra ter dinheiro e sustentar!  — Não tenho nenhum cliente marcado para hoje. - Diz meu pai  já totalmente vestido e minha mãe juntando as mãos tocando os dedos uns nos outros.  — E eu fechei a loja mais cedo para ficar com seu pai. - Ela responde abaixando a cabeça. — Tranquem a porta quando forem fazer isso, tranquem a porta! Se fosse a Jade que entra aqui e vê isso? - Questiono e menciono minha irmã mais nova, Jade tinha nove anos, mas ainda era muito inocente.  — Erramos. - diz minha mãe. — Não vai se repetir. - Diz meu pai se aproximando, mas eu não conseguia olhar para a cara dele. — Não cheguem perto de mim! vocês estavam tran...- digo e sinto meu estomago revirar, não acreditava no que eu tinha visto. — Ei! você não é alecrim do campo que nasceu sem ser semeado não querida! - Grita minha mãe ficando no tom autoritário e colocando a direita no quadril.— Porque saiu mais cedo da aula?  — Eu já passei mãe, só vou por presença. - Grito passando pelos dois e vou correndo para meu quarto. — Não cheguem perto de mim. — Querido, Erramos? - Dizia minha mãe olhando para meu pai e pude ouvir o som do estalo de beijo no rosto ou lábios, não sei...não vi.
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