G A B R I E L A
Subi o morro tão rápido que até os meninos da boca estranharam, muito raro me ver correndo. Assim que cheguei o portão estava aberto assim como a minha porta de entrada, fiquei p**a na hora, ele sabe que eu não gosto disso.
Quando entrei para reclamar vi ele com lágrimas nós olhos junto com um homem, e mais uma menina. Fiquei sem reação encarando ele.
José: Não vai dar um abraço no seu pai ? - Veio com os braços abertos na minha direção.
Caminhei bem lentamente até ele, sentindo o impacto do meu peito batendo contra o dele. Senti falta desse abraço durante anos, quando me soltei vi ele rapidamente limpar uma lágrima que insistia em cair.
Fazia tempos que eu não via o meu pai, ele vive viajando e depois de ter formado outra família eu simplesmente deixei ele de lado, juntamente com a minha mãe.
José: Você cresceu, está mais bonita! - Ele falou passando a mão no meu cabelo.
Gabi: Obrigada pai! - Sorri sem graça.
Eu nunca me dei bem nisso de receber elogios, ou acabo ficando desconfortável, ou gosto demais. E nesse caso, eu estou muito desconfortável.
José: Preciso conversar com você sobre os nossos negócios. Fp, tire Geovana daqui. - Ele falou .
Fp pegou na mão de Geovana e saiu arrastando a menina que até então estava emburrada enquanto me olhava.
Me sentei no sofá colocando minha bolsa de lado, ele se sentou de frente para mim.
José: Estamos com problemas na família, sofrendo ameaças e preciso que você fique com as meninas para mim. - Ele falou tudo com calma e pausadamente.
Olhei para ele seria, sem mostrar nenhum dente ou reação. Já sabia que seria algum tipo de m***a, mas não desse nível.
Gabi: E se eu não quiser ? - Perguntei.
Eu realmente não queria parar a minha vida agora para cuidar de crianças que nem minhas são.
José: Gabriela, isso não é hora de discutir. Eu não perguntei, as crianças vai vim morar com você daqui a duas semanas, e eu acho bom você abrir as portas para elas. - Ele falou se levantando e indo até a porta, saiu gritando.
Fiquei quieta, nada mais eu falei.
Ele não deveria ter esse direito, mas ele me conhece e sabe como eu sou uma manteiga derretida. Ele sabe que eu não quero duas meninas mortas por minha culpa.
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