.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 3 ♪¸¸.•*¨*•.

1009 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde a capitã é c***l ♪¸¸.•*¨*•. Gritos e mais gritos. O barulho era insuportável. Talvez parte disso fosse culpa da quantidade de rum que Renriel havia bebido na noite anterior, talvez fosse simplesmente por estar a horas tentando voltar a dormir, mas o maldito príncipe de Asaph – preso na parte inferior do navio –, continuava gritando e chorando. Implorando para que o tirassem dali. O que ele esperava? Uma cama confortável e perfumes de rosas após o banho? A realeza enojava Renriel. “p**a merda...” resmungava alguns marujos do lado de fora da cabine. “Trabalhem seus imprestáveis” Mark gritava, com outros que faziam corpo mole e Ren, abria a porta com força enquanto se dirigia as escadas. “Pequena Ren, parece de mau humor” brincou o imediato, antes de jogar um pedaço de madeira na direção de um marujo adormecido entre as cordas. “Aquele merda me acordou com esses gritos” ela resmungou, antes de sumir na parte inferior. A cozinha estava mais barulhenta que nunca – provavelmente culpa do rum. Os marujos se dividiam entre reclamar e xingar aos nove deuses pela maldita falta que sentiam de suas prostitutas e “esposas”. E ali, ignorando tudo isso, com o inferno queimando em seus olhos, Renriel puxou a porta que dava para a prisão e desceu os degraus frios de madeira. Os pés descalços, encontraram a umidade daquele solo, o cheio de podridão invadiu suas narinas, mas para ela – uma pirata –, não era tão significativo. Não como para aquele merdinha, encolhido na cela, gritando e chorando. “Por favor... me tira daqui...” ele repetia como um maldito papagaio. “Cala a merda da boca” Ren resmungou, jogando um copo sujo – usado para dar água aos prisioneiros –, nas grades de ferro. Aquilo o assustou, fazendo o garoto se encolher ainda mais. “O que foi? O tratamento especial que estamos te dando não foi o suficiente?” As roupas – que constituíam em uma camisa branca, com detalhes dourados e a calça preta com barra de brocado, estavam imundas. Os ratos rastejavam em volta do príncipe e seus braços – parcialmente desnudos –, pareciam mais machucados do que ela se lembrava. “Por favor... por favor... c-capitã...” ele insistia “me tira daqui... por favor... por favor...” implorou com o rosto escondido nas mangas sujas de sua roupa. Ele tremia como um bichinho assustado. Uma das sobrancelhas de Ren se ergueu, ele não parecia fingir. “O que te assusta tanto, princesa?” Perguntou agachando-se em frente a cela. O rosto apoiando em uma das mãos. “É esse ratinho que te faz companhia?” Insistiu, apontando a pistola que estava em seu coldre. “Me tira daqui... me tira daqui...” ele murmurava, implorava em um desespero que fez a mulher a sua frente se interessar, até quando ele imploraria? Ela se perguntou e com um sorriso m*****o, puxou o gatilho. O pequeno rato explodiu em muitos pedaços e o príncipe, encolhido no canto da cela, tremeu como se fosse ele a ter matado a criatura. “Ora, ora, ora, não te ensinaram bons modos, princesa? Eu te livrei do problema... não vai me agradecer?” perguntou com escárnio, sorrindo enquanto apontava a pistola para cima, coçando a cabeça com a ponta. Não houve resposta e com um estalar de língua no céu da boca, Ren puxou as chaves que estavam soltas na mesa ao fundo e entrou na cela. O chão parecia mais sujo ali. O fedor era maior e alguns corpos em decomposição ainda se encontravam na cela do lado. Era de lá que vinha boa parte do perfume natural do lugar. Renriel agachou-se com cuidado, próximo ao príncipe e com um toque brusco, segurou seu queixo e o forçou a olhar para cima. Seu rosto estava machucado – havia ali hematomas que não tinham sido causados por Ren ao capturá-lo. Seu lábio estava cortado, mas o que realmente chamou sua atenção, foram os olhos do príncipe. O que antes havia passado despercebido – graças aos longos cabelos negros do rapaz –, era sua heterochromia. Um de seus olhos era de um lindo carmim – queimando como um fogo de uma lareira –, já o outro, lembrava o crepúsculo violeta dos reinos do oeste. “Oh... então a princesa é uma aberraçãozinha” sussurrou com interesse. Beerin se encolheu quando aquelas palavras foram ditas e Ren se questionou, quantas vezes ele havia sido chamado de aberração? Pela primeira vez em muitos anos, a capitã Callan sentiu pena de alguém. Foi como se uma voz familiar e irritantemente sorridente, sussurrasse para ela, vamos, pequena Ren... você não é tão malvada assim. Com os lábios franzidos, ela indagou. “Quer que eu te tire daqui, princesa? Eu farei isso, então... peça com jeitinho dessa vez, sem gritos.” Os olhos assustados de Beerin estavam se apertaram enquanto ele a olhava com uma expressão chorosa, em uma mistura de desespero e dor, mas ainda assim, seus lábios trêmulos se moveram quando ele sussurrou. “Por favor... capitã... por favor, me tira daqui...” Ren bufou, levantando do chão imundo e deslizando uma das mãos pelos cabelos acobreados, os jogando de forma desajeitada para trás. “Como quiser, majestade”. ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Heterochromia: Heterocromia ou heterocromia ocular causado por um fator genético no qual o indivíduo, humano ou animal, possui um olho de cada cor, ou um mesmo olho com duas cores distintas. Asaph: reino localizado no continente n***o do sul. Governado por Abellio – Rei regente. Reino de onde Beerin é o príncipe herdeiro. Fiesty: reino localizado no continente gélido ao norte. Governado por Eilidh. Em Fiesty é de conhecimento geral que apenas mulheres podem reinar.
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