1.Lua
Acordei no susto com um chorinho alto do Pietro, procurei meu celular e vi ser cinco e meia da manhã, meia hora antes do meu despertador tocar. Corro até o canto do meu quarto, onde fica o chiqueirinho dele e o pego no colo.
— Bom dia, tia — beijo sua bochecha e levo ele pra cozinha.
— Ele não sabe o que é dormir até tarde não? — Luan aparece na cozinha com a cara amassada.
— Ele é diferente do pai — zou ele que bate na minha testa.
— Tá que nem o bozo, Luana — fala e lhe dou dedo.
— É porque meu filho me acordou — debocho.
— Tua tia só me esculacha, namoral — pega o Pietro do meu colo — Eu cuido dele, vai lá se arrumar pro trabalho — concordo — Obrigado, Lua — beija minha cabeça.
Volto pro meu quarto, coloco a roupa do trabalho separada e passada em cima da cama, pego minha toalha pendurada na porta do guarda-roupa e vou pro banheiro. Tomo um banho rápido, me enrolo na toalha, faço um coque na frente do espelho e vou pro meu quarto. Visto minha lingerie e minha calça. Vou até a cozinha e Carolina já estava arrumada.
— Bom dia, princesa — beijo sua bochecha.
— O dia tá ótimo pra você. Luan já começou o dia fazendo cagada — reclama e rio sabendo que vem mais uma das brigas deles que vai terminar num piscar de olhos.
— O que eu fiz agora, Carolina? — cruza os braços.
— Eu falei pra comprar o leite do Pietro, agora cadê?
— Tira do peito, mais tarde eu compro.
— Eu estou atrasada e você sabe que se eu me atrasar mais um pouquinho, não entro na escola.
— Então vai logo, garota. Eu dou um jeito pra alimentar ele — ela ia falar mais alguma coisa e os interrompi.
— Carol — ela me olha — Pega o moto táxi e vai pra escola — lhe dou dinheiro — Luan se arruma e vai agora pro teu trabalho — resmunga — Vou esperar a tia Márcia chegar pra ficar com a vó por um tempinho, vou pedir o menino pra trazer o leite do Pietro e levo ele pra creche.
— Obrigada, Lua, você é um anjo — Carolina beija minha bochecha, em seguida do Pietro, pega sua mochila e sai de casa.
— Tá vendo só? Saiu sem dizer pelo menos um tchau cachorro pro namorado — reclama e rio.
— Tu sabe que quando ela chegar, vai te fazer juras de amor.
— O melzinho do preto aqui é brabo — bate no peito e veste a camisa que estava na cadeira — Te amo, Lua — beija minha cabeça — Tchau, garotão — brinca com o Pietro e rala de casa.
Ligo pro Jd e peço pra ele me trazer banana e leite do Pietro. Como Luan já tinha feito o café e os pães, só levei pra minha avó no quarto dele. Coloco em cima da cômoda e a chamo baixinho — Acorda, vó — ela grunhe, mas logo abre os olhos e sorrir pra mim.
— Minha Lua — sorrir.
— Bom dia, vovó — beijo sua testa — Só se alimenta e toma os remédios e pode voltar a dormir, tá bom? — a ajudo se sentar na cama, lhe entrego os comprimidos e ela toma, aferi sua pressão e lhe entreguei o café. Assim que ela acabou, levei tudo pra cozinha, lavei e logo chamaram no portão.