Esta é uma obra de ficção. Nomes, Personagens, Lugares e Acontecimento descrito são produtos da imaginação da Autora.
Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.
Esta Obra Segue as Regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa.
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Dado Narrando.
Início de Ligação.
- Tá falando sério c*****o ? - Digo saindo da boca feliz da vida por que minha primogênita vai nascer.
Téco: É sim chefe, a patroa me apressou e ameaçou para levar ela para o postinho. Caso eu não levasse na hora que ela quis ir ela ia falar pra tu me mandar embora, bota fé nisso ? por isso que eu só tive tempo de avisar agora. - Ele diz e eu caio na risada.
Dado: Só a minha mulher mesmo. - Falo e desligo a chamada.
Fim de ligação.
Saio de lá cantando pneu e em 10 minutos chego no postinho.
Pergunto em qual quarto minha mulher está e vou direto sem fazer minha ficha de acompanhante memo.
Aproximando da porta já escuto Nanda reclamar e gritar com os médicos, ela sempre foi uma mulher de boa e ver ela assim confesso que me surpreendeu mermão.
Entro na sala e caminho até ela, seguro sua mão e incentivo ela fazer força para ganhar minha filha logo e assim fez. Kallyen nasceu linda, branquinha dos olhos azuis igual a mãe e com 3.545 quilos, super saudável. A única coisa que ela puxou para o pai aqui foi o cabelo loiro e a boca. Dei um selinho na Nanda enquanto o médico cortava o cordão umbilical da minha princesa, olhei para e disse :
Dado: Eu te amo, obrigado por isso, obrigado pela nossa família, obrigado por ter me escolhido mesmo sabendo que eu sou todo errado - digo encostando nossas testas.
Nanda: Você foi a minha melhor escolha meu amor, eu te amo muito, vou levar você para sempre no meu coração. - não entendi muito essa última fala dela, mas não digo nada, continuo ali com ela até que os médicos deram a minha filha no colo e eu segurei ela todo desengonçado e fiquei olhando para aquela princesinha, ajeitei ela no colo e entreguei para Nanda que chorava muito, ela segurou por alguns minutos e depois as enfermeiras saíram com Kallyen para examinar e terminaram de fazer a limpeza do parto na minha mulher. Eu não desgrudei de Nanda nenhum minuto se quer, acompanhei passo a passo do que os médicos estavam fazendo nela. Estava tudo tranquilo até que um barulho ecoa pela sala e os médicos largam o que estão fazendo e correm para tentar salvar a minha mulher, eu comecei a ficar desesperado e quebrar tudo dentro daquela sala, vi eles tentando reanimar ela, mas foi sem sucesso, quando o doutor disse " Eu sinto muito " em um passo cheguei perto dele, e quando fui acertar um murro em sua cara sinto uma picada no braço e toda a adrenalina que está no meu corpo vai se acalmando e logo caio no chão, em pouco tempo sinto minhas vistas escurecer e apago.
****
Horas depois eu acordo e olho ao redor querendo que fosse mentira o que tinha acontecido, mais infelizmente não era ! Era pra ser o dia mais feliz da minha vida e está sendo o pior de todos. Nunca imaginei perder a Nanda, não por agora, foi tão difícil conquistar aquela mulher linda e carismática e no parto da nossa filha ela morre. Nunca fui de chorar, mais naquele instante eu me permiti que isso acontecesse e fiquei pensando se eu iria dar conta de cuidar da nossa filha sozinho.
Tirei os fios dos meus braços e me levantei daquela maca, sai da sala e comecei andar pelo os corredores até encontrar o médico, quando achei, ele tentou se esconder, corri atrás dele e segurei dizem :
Dado: Coé parceiro ? Vai ficar fugindo do seu patrão agora é ? - Ele não diz nada e só abaixa a cabeça.
Dado: p***a mano, eu não fiz por querer aqueles bagulho não, eu sei que tu não tem culpa de nada, mais era a minha mulher sacou ? - Ele acente com a cabeça.
Dado: Como que tá a minha filha ? Quero ver ela.
Doutor: Me acompanhe por favor.
Segui ele até o fim do corredor e entramos em uma sala que tava cheio de crianças recém nascidos também, tinha duas enfermeiras que olhavam elas, fui até onde minha filha estava e perguntei :
Dado: Quando é que eu posso levar ela ? Quero ela no enterro da mãe dela. - digo com meu peito ardendo.
Doutor: Não tem previsão, agora sua filha está sem o leite materno, eu aconselho você deixar ela aqui até os quatro meses e depois você pode começar a dar leite para ela e leva - la embora.
Dado: Tá doido é p***a ? Eu tenho a favela pra comandar, e outra, quem me garante que vocês vão cuidar bem da minha cria ? - Pergunto alterando o tom de voz.
Doutor: Se acalme por favor, eu só dei uma opinião, e que no entanto é a melhor opção por enquanto. Pense comigo, se você levar ela embora, como vai cuidar dela ? Você sabe que aqui nós somos todos competentes e por isso você nos empregou. Vamos cuidar dela com muito carinho, e você poderá visitar ela o horário e o dia que quiser.
Respiro fundo e fico pensando por alguns segundos, realmente ele está certo. Eu só quero o bem da minha filha e não estou afim de perder ela também.
Dado: Tá certo então doutor. Vou confiar em vocês, mas se acontecer alguma coisa com a minha filha eu mato todos vocês - falo e ele se treme todo.
Dou um beijo na minha princesinha e saio da sala junto com o doutor, pego meu celular e tem várias ligações dos meus parceiros, coloco o celular no bolso da calça e falo para ele :
Dado: Me leva na sala de necropsia.
Doutor: Claro - Ele disse entrando no elevador, entrei também e a porta se fechou, quando a porta se abriu saímos e paramos em um corredor frio e estranho, caminhamos até a sala e ele abriu a porta, tinha vários corpos lá, ele me levou até onde estava o amor da minha vida e eu abaixei o pano que cobria a sua cara. O doutor saiu da sala e eu fiquei ali, olhando para ela e tentando entender por que o fim dela tinha que ser assim, nós tínhamos tantos planos ainda e agora vou ter que fazer todos eles sozinho. Passo a mão em seu rosto e beijo sua bochecha dizendo :
Dado: Descanse em paz meu amor, prometo que vou me esforçar para ser um bom pai para a Kaka - digo baixinho e tampo novamente seu corpo e saio da sala, meu coração tava a mil, minha cabeça doía de uma forma insuportável. O médico estava do lado de fora me esperando, em silêncio caminhamos até o elevador e voltamos para o andar de baixo, me despeço dele e entro no carro desesperado, ao mesmo tempo que a ficha caiu parece que não.
Ligo para a funerária, falo como quero as coisas para o velório e saio de lá dirigindo feito um louco até chegar em minha casa .