Episódio 2

1074 Words
— Você está realmente corada. Ela comentou, erguendo as sobrancelhas em direção as minhas bochechas. — É só que... está quente aqui, só isso. Ela fez um gesto, fazendo ver que a sua descrença era evidente, mas eu sabia que não deveria tentar me explicar mais. Entre as duas, Natália sempre foi quem melhor se entendeu com os homens. Eu nunca soube o que fazer ou dizer. Eu me enroscava com as palavras e acabava parecendo uma pessoa estranha. Mas tudo bem para mim. Não queria arriscar o rumo da minha vida, tentando conhecer alguém. Tenho que me concentrar nos negócios da família, que agora eram mais importantes do que qualquer outra coisa. Tomei um gole da minha bebida e perguntei a Natalia sobre o cara com quem ela tinha acabado de começar a namorar. Eles tinham saído algumas vezes, mas não havia nada realmente sólido entre eles. — Ele é muito chato. Ela me disse, revirando os olhos. — Eu preciso de alguém que me emocione muito e com quem eu sinto aquela faísca, sabe? Alguém com quem realmente queira passar todo o meu tempo. Esses caras, com quem tenho saído, eles só... É como se não tivessem nada de interessante para dizer. — Ei, você eventualmente encontrará alguém. Eu assegurei a ela, e ela encolheu os ombros. — Honestamente, neste ponto, estou começando a perder as esperanças. Ela admitiu com um suspiro. — Sinto que já tive um encontro com todos os caras desta cidade. — É uma cidade grande. Lembrei ela. — Tem muitos caras por aí aqueles que você ainda não conheceu. Você só precisa dar a eles uma chance. — Ultimamente tenho sido muito generosa com as minhas possibilidades. Ela comentou, pegando o seu copo novamente. Mas antes que eu pudesse dizer outra coisa, um garçom aproximou-se da mesa e colocou uma taça de vinho na minha frente. — Sinto muito, acho que você trouxe isso para a mesa errada. Eu disse, e ele olhou por cima do ombro para mim. — Não, está certo senhorita, é para você. Ele respondeu. — O cavalheiro do bar enviou. O meu coração disparou e olhei para o cara que estava olhando para mim. Ele ergueu o copo para mim e sorriu. As minhas bochechas começaram a ficar vermelhas novamente. — Obrigado. Murmurei para o garçom, e quando me virei para Natalia, os seus olhos quase saltaram das órbitas. — Quem é aquele homem? Ela perguntou animadamente, virando a cabeça para dar uma olhada melhor no homem que acabou de me enviar a bebida. — Que homem? Eu me faço de desentendida. — Aquele de terno azul! Ela diz, deixando claro que não vai cair no meu truque. — Sim, acho que foi ele quem me mandou a bebida. Eu respondi, olhando para a bebida. Nunca antes alguém me mandou uma bebida num bar como esse, muito menos alguém tão se*xy e atraente quanto ele, e eu não tinha certeza do que pensar sobre isso. — Foi por isso que você estava corada quando voltei? Natalia pergunta. — Vocês dois estavam conversando? — Não, não conversamos, apenas... — Você acabou de flertar com um cara? — Eu não estava flertando! — Bem, acho que estava. Ela observou, apontando para a bebida. — Você deveria ir lá e fale com ele. Eu balancei a minha cabeça. — Não posso fazer isso. — Por que não? Ela me incentiva. — Está claro que ele gosta de você. E ele é muito bonito. — Ele é muito mais velho que nós! Protestei, mas ela encolheu os ombros. — Ei, se ele é tão bonito, que diferença isso faz? Ela perguntou. E ela tinha razão. Ele era incrivelmente atraente, e pude ver algumas mulheres olhando para ele, claramente desejando que fossem para elas que ele tivesse enviado essa bebida. — Eu não vou falar com ele. Murmurei. — Então falarei com ele por você. Ela respondeu. Eu agarrei o braço dela antes que ela pudesse se levantar e fazer isso. — Não, você não vai. Eu sussurrei e pude sentir uma pequena emoção no meu estômago. Deveria ser eu quem falaria com ele, se eu quisesse é claro. Peguei a taça de vinho que ele me mandou e tomei um gole. Foi caro, era bom. Estava claro que ele estava se esforçando para me impressionar. — Se você não for lá nos próximos cinco minutos, eu irei. Ela avisou. — Vamos. Controle-se, Natalia. Bebi mais um pouco de vinho, tentando ganhar coragem líquida para poder conversar com ele. Eu podia senti-lo olhando para mim, e eu queria mais do que aparecer e falar algo com aquele cara se*xy que parecia querer ser notado por mim. — Vamos, faça isso agora. Natalia incentivou-me. — Trinta segundos e eu farei isso eu mesma. — Ok, ok, entendi. Eu disse, e me levantei. Eu estava com as minhas pernas tremendo um pouco e eu não sabia se era por causa dos nervos, do álcool ou de uma mistura de ambos, mas eu ia fazer isso. Eu ia conseguir. Ia a… De repente, e antes que pudesse alcançá-lo, alguém se aproximou do meu homem misterioso. Ele se inclinou para ele e baixou a voz, murmurando algo ao seu ouvido. O outro cara tinha uma longa cicatriz que descia por uma bochecha e a protuberância em suas calças, fazia pensar que ele estava escondendo uma arma em algum lugar sob as roupas. Não que esse tipo de coisa me chocasse, dado o tipo de trabalho ao qual me dediquei, mas me fez duvidar. Fiquei para trás por um momento, e o homem que me enviou o vinho olhou para mim com uma expressão de desculpas no rosto. E então, sem nada além disso, ele se virou para sair do bar, seguindo o cara de aparência suspeita que tinha vindo falar com ele. E ele se foi. Os meus ombros caíram numa mistura de alívio e decepção, enquanto eu o observava sair pela porta. Ok, talvez eu não tivesse a fantasia de flertar esta noite, afinal. Provavelmente assim foi melhor. Não tinha ideia do que aquele homem estava fazendo. Não faço ideia do que eu ia fazer ou para onde ele estava indo Talvez eu devesse deixar isso para lá e desistir esta noite e ir embora para casa. Ou contentar-me com uma noite divertida bebendo com uma amiga, em vez de pensar na possibilidade de ter algo emocionante com um estranho.
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