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Quando Eu Partir

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intro-logo
Blurb

A cada ano que se passa Anna acredita que seu fim fica cada vez mais próximo, mas um romance repentino quebra sua rotina caótica dando-lhe uma nova esperança e a fazendo enxergar o mundo de uma forma diferente.

"Eu queria ter te conhecido antes de tudo isso"

"Eu não vou desistir Anna! Então também não desista"

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Paredes Brancas
Eu olhava para além dos embaçados vidros da janela, observava o vento chocar-se contra as copas das árvores as balançando fazendo com que algumas folhas caíssem à medida que as mais fortes continuavam presas aos seus galhos escuros. Por mais que eu estivesse naquela cama a dias ainda sim me sentia cansada, cansada das paredes brancas e sem graça daquele quarto de hospital, cansada daquela cama dura com travesseiros que pareciam ser a causa da minha torcicolo, cansada até mesmo de ver sempre as mesmas pessoas. Por que eu estou aqui? Bom... Eu já nem sei quais são os motivos que me trouxeram para essa cama, injustiças do destino talvez? Talvez quando o universo jogou sua moeda celestial tenha escolhido dar a mim tais infortúnios. — Bom dia Anna! — Jackie entrou no meu quarto com seu enorme sorriso e a bandeja do café da manhã. Não consegui respondê-la apenas virei minha cabeça até que ela estivesse afundada no travesseiro em uma tentativa infantil de me sufocar. — Já estou vendo que seu humor não mudou muito desde ontem. — Pude ouvi-la puxar o apoio de madeira da bandeja. — Eu quero ir embora... — Disse de forma abafada. — Eu sei que quer, mas vai ter de esperar até estar forte o suficiente. Até lá, sente-se para tomar seu café da manhã. — Senti Jackie dar alguns sutis tapas na minha b***a. Revirando os olhos internamente e me sentei a vendo puxar o apoio para a cama. Na bandeja verde havia um prato com algumas torradas, um suco de laranja, um copinho plástico com gelatina de morango e outro copinho com alguns comprimidos dentro. — Eu já me sinto forte o suficiente Jackie! Não aguento mais esse lugar. — Reclamei pegando uma das torradas que se ficassem um pouco mais duras quebrariam os meus dentes. — O Dr. Clark que vai determinar isso depois do teste de esforço. — Disse colocando um termômetro embaixo do meu braço. Estou presa a esse lugar a cerca de 38 dias desde que o Hunter inventou de querer parar, quem é Hunter? Hunter era um ex-namorado meu e agora é o apelido carinhoso que eu e minha irmã Jessica demos a um dos meus pulmões, bom nem sei se posso chamá-lo assim agora já que ele acabou se tornando mais câncer do que pulmão. Eu provavelmente vou ter que continuar alguns dias em regime fechado e por mais estranho que possa parecer, as visitas diárias da minha irmã são as únicas coisas que tem me animado. — Lado bom é que a sua febre cessou. — Jackie tirou o termômetro do meu braço pegando meu copo de suco e o copinho com os comprimidos. — Não vai me enganar dessa vez Anna, quero ver você engoli-los. — Não confia mais em mim enfermeira Jackie? — Perguntei cerrando os olhos. — Não desde que achei os comprimidos embaixo da cama. Agora tome todos. Revirando os olhos peguei o suco e os comprimidos tomando todos os três em um gole só virando-me para Jackie e abrindo a boca mostrando que havia engolido todos e não escondido embaixo da língua ou algo do tipo. — Isso aí! Bate aqui! — Ela estendeu a mão para mim até que eu lhe desse um hifive desaminado. — Por que não dá uma volta pelo hospital? Vai te animar um pouco. — Eu queria dar uma volta fora do hospital. — Anna, eu não sei o jeito fácil de te explicar isso então vou ser direta. — Ela me olhou de forma séria juntando suas mãos próximas ao peito. — Se você sair desse hospital com seu sistema imunológico fraco como estava quando você chegou, tem grandes chances de pegar uma infecção só de respirar lá fora, e os seus pulmões não iriam aguentar uma nova infecção, você não conseguiria respirar, íamos ter que te entubar além de que se o seu pulmão novo chegasse e você estivesse com uma infecção isso te desqualificaria para o transplante e eu acho que você não quer isso, não é? Não depois de tudo que passamos. — Não... — Respondi de forma baixa dando-me por vencida enquanto brincava com um pedaço de torrada que eu jurava que a mancha de geleia se parecia com Abraham Lincoln. — Ótimo, então descanse, ou de uma volta pelo hospital. Volto para ver como você está mais tarde. Acenei para ela a vendo sair do quarto fechando a porta como sempre. Uma das únicas coisas que eu tinha para me distrair nesse lugar eram os meus livros. Nunca fui muito de ficar na internet ou assistir televisão, na verdade, acho que aprendi a ser assim já que a tv daqui não pegava em muitos canais e o Wi-Fi é péssimo! Depois de terminar meu café afastei a mesa pegando um dos quatro livros da mesa de cabeceira ao meu lado. Tratava-se de um exemplar de Lolita devo estar lendo esse pela segunda ou terceira vez, mas antes mesmo que eu pudesse chegar ao final da primeira página ouvi algumas batidas na porta e logo em seguida uma ruiva com uma máscara hospitalar no rosto entra toda animada como se estivesse visitando o melhor lugar do mundo. — Jess, não esperava que viesse hoje. — Disse dando um sorriso totalmente forçado enquanto fechava o meu livro. — Sabe que eu sempre venho visitar minha irmã mais velha! — Ela praticamente pulou em mim me apertando com força. Não pude conter um gemido de dor já que meu corpo todo estava dolorido o que ao menos a fez me soltar. Jessica era uma jovem de 20 anos um tanto estabanada, mesmo tendo apenas 2 anos de diferença as vezes parecia muito mais. — Desculpe... Como está se sentindo hoje? — Perguntou sentando-se na cama ao meu lado. — Ótima, pronta para ir pra casa! — Jackie me disse que ainda é muito cedo para você voltar para casa. — Me recuso a passar outro aniversário em um quarto de hospital! Eu quero sair, dançar, encher a cara, me divertir! Como uma pessoa normal! — Anna... Eu sei, mas tudo que fazemos é para o seu bem... — Jessica levantou-se caminhando até a cadeira de rodas no canto do quarto sentando-se nela e voltando a aproximar-se. — Que tal uma voltinha? — Esse é o seu conceito de diversão? — É quando podemos procurar o carrinho de doces. — Respondeu me olhando arqueando as sobrancelhas de forma sugestiva. Minutos depois aquela doida já me empurrava correndo pelos corredores do hospital fazendo-me gritar e rir com a velocidade em que estávamos. A cada curva que fazíamos eu sentia uma das rodas da cadeira levantar, meu coração disparava com toda aquela adrenalina, não faço ideia de como todo vento não foi capaz de arrancar a minha máscara. Alguns pacientes brigavam conosco por quase os atropelarmos, outros apenas riam ou sorriam por estarmos nos divertindo. Depois de alcançarmos o carrinho de doces e pegarmos dois bolinhos, Je parou de correr gradativamente à medida que nos aproximávamos da maternidade, ela parou a cadeira de rodas posicionado de frente para a galeria de vidro para que eu conseguisse ver os bebês também. — Olha que fofinhos Anna... Olha aquele ali! Tá quase com a mão toda na boca! — Dizia toda boba apontando para um menino. — Eles não são realmente fofos, tem olhos gigantes e cara de joelho se você parar para pensar... Se quiser desenho olhos nos seus joelhos e você terá gêmeos! — Disse recebendo uma cotovelada fraca que me fez rir. — Você é uma grossa! Como pode não achar fofo? Olha aquela ruivinha! — Sabia que você só acha eles tão fofinhos porque nesse exato momento seu cérebro está liberando uma enorme quantidade de dopamina que causa prazer? — Perguntei a olhando com uma sobrancelha arqueada. — Você tem que parar de ler sobre termos médicos, tá te deixando uma chata! — Respondeu voltando a empurrar a cadeira de rodas pelo corredor. — Não leio sobre termos médicos, a minha vida toda é um grande termo médico! — Quer ir ver o jardim? Dá para ver daquela janela. — Apontou para uma parede feita de vidro mudando de assunto. — Não... Me leva de volta para o meu quarto, por favor. — Pedi claramente com um desânimo evidente em minha voz. — Anna... — Por favor Jess... — Praticamente implorei olhando para a ponta dos meus dedos machucados. — Tudo bem... Talvez ela tenha feito de propósito, ou talvez só esteja cansada de tanto correr me empurrando por aí, mas Jessica empurrava a cadeira de rodas lentamente de volta ao quarto. Olhando novamente para a janela pude ver o exato momento que as gotas de chuva começaram a molhá-la. Gozado como o tempo as vezes parece refletir o nosso humor.  

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