Capitulo 2

1867 Words
- Me desculpa. Era a centésima vez que ele se desculpava, era algo tão irritante que dava vontade de dar um murro naquela cara sensual.   Eu havia lavado minhas roupas que estavam sujas, limpei todo o meu quarto -temporário- consegui roupas de cama nova. Trabalhei a manhã inteira, com aquele chiclete grudado em mim. Em cima da minha sobrancelha tinha uma mancha azulada, a doía muito. Depois do almoço resolvo ir para a piscina, como hoje era sábado Jud não iria vir trabalhar. Esforcei-me o máximo para não ficar irritada com o ser, que estava entrando na piscina junto comigo. - Da pra parar de me seguir? - grito tentando ofende-lo. O mesmo coloca a mão no peito, com cara de desentendido. - Você precisa dizer eu te desculpo Matt. - Você é muito bipolar! - falo jogando água nele, mas percebo que nem havia tirado a roupa. - Você é muito chata sabia - ele me surpreende com a masculinidade presente na voz. Tento não olhar quando ele retira sua camiseta por cima dos ombros. Mas como eu sei, era algo impossível. Vejo sua barba bem feita, seus cabelos perfeitos. Sua boca entre aberta, me faz dar um suspiro. Ai que merda, ele é um olhar para mim. Disfarço e começo a nadar para me afastar dele, mas ele se aproxima de mim. Quando não tenho mais saída vejo que eu para encostada na borda da piscina, o mesmo chegando na minha frente. Minha respiração fica abafada, eu não queria ficar próxima dele. Mas o mesmo fica em pé na minha frente e me prende com os braços ao lado da minha cabeça. Seu hálito de menta, envio pelo maço de cigarro faz com que eu queira experimentar novamente seu beijo.   Concentro-me em tentar sair mais, suas pernas me prendem e eu consigo sentir seu corpo completamente encostado no meu. Sua cabeça está no meu pescoço causando inúmeros arrepios por causa de sua respiração. - Você pode me desculpar? - ele sussurra contra meu lóbulo da orelha. Os respingos da água em sua boca, me farão fazer eufórica. Minha pele correspondia a cada toque. - Eu .. desculpo .. - quase digo que não, para saber até onde iria. - Mas agora me larga - nesse exato momento seu corpo me libera um espaço, enquanto luto na minha cabeça se eu saio ou não. * - O jantar ta pronto - gritei para ele me escutar, venha um comer rápido para evitar troca de olhares. - O que temos para hoje? - sua voz era de diversão, mas não respondi. Continuei comendo. Ele pegou um prato e foi até a sala.   Na minha casa nós, nunca comíamos em lugares diferentes. Depois que meu pai partiu, minha mãe tomou conta de mim e da caçula. Não é fácil para um mulher dar conta sozinha de duas filhas, então eu tomei a decisão de ajudar minha querida mãe. Tudo que eu fazia era por elas, então quando datas juntas todas contávamos o que havia feito naquele dia. Mas o problema era que agora, eu não teria mais nenhuma refeição com elas nos próximos dois meses. Mas se eu pudesse levar o marmanjo para minha casa, será que ele iria? Meus pensamentos estão a mil, para um plano de como conversador Matthew para eu visitar minha caçula. Quando acordei logo cedo, não escutei nenhum barulho do quarto de Matt. Tomei um banho, fiz minhas higienes. Enquanto o café passava na máquina. —Matt preciso de um favor - digo ao passar pelo corredor, fico sem o que fazer quando acabo tudo que tinha em mente. - Você quer o que? - uma frecha da porta se abre, dando visão a um corpo seminu. - Por que raios você não veste uma calça - eu quase grito ao ver seu boxe preto.   A minha respiração fica abafada, meu pulmão parece não aguentar por causa de falta de ar. Minha cabeça começa a latejar e minhas pernas ficam bambas. Eu me viro rapidamente, começo a caminhar em direção ao meu quarto sem olhar para trás. - O que você quer? - pergunta um tempo depois, entra no meu quarto vestido decentemente. - Eu preciso ver minha mãe .. hmm .. queria que fosses junto comigo. - Por que raios você quer que eu vá junto? - suas palavras grossas já não me surpreendem mais. - Eu estou cuidando de você, então você tem que ir aonde eu vou - dou de ombros, depois dou um sorriso pelo meu comportamento, eu estava começando a me acostumar. Ele dá uma gargalhada, depois aparece na porta do meu quarto, apenas com uma calça moletom. - Estas fazendo cursinho? Você está ficando pior que eu Emmanuela. - Eu sinceramente to começando a domar a fera - digo, ele sai do quarto e bate a porta do seu. Ele estava me deixando doida, suas ações estavam me deixando sem reações. Eu apenas estava agindo por impulso. Depois de umas duas horas, ele aparece com duas malas na sala, atrapalhando minha concentração da tevê. - Você vai ficar aí parada .. ou .. vai querer ir para sua casa? - sua voz reconfortava minha angústia. - Você está falando sério? - meu sorriso aparece sem eu ter que forçar, enquanto Matt estava a me olhar com os olhos semicerrados. - Apenas vou ligar para minha mãe!   Enquanto eu arrumava minhas roupas, ele estava falando com Katherine. Com sua permissão, ele pegou seu carro, dirigimos até a minha cidade. Quando chegamos toda a casa estava fechada, por sorte eu sabia da chave reserva, nem me preocupei em ajudar Matt. Simplesmente fui em busca da chave, da minha pequena casa. Como de fantasia, a chave estava embaixo da tampa do vaso. A casa estava organizada minha mãe era muito caprichosa. Enquanto eu levava minha bolsa para meu quarto Matt ficava olhando a casa. - Como vocês conseguem morar num cubículo? - debocha, tentei fingir que ele não estava me humilhando. - Essa é a minha vida, eu gosto dela - falo enquanto abro as janelas da sala. - Você tem noção de bactérias devem ter nesse lugar apertado. - Cala a boca! - Minha filha, que modos de falar são esses? - essa voz me deixou levemente calma. - Mamãe! Maninha! - Vejo a pequena Savannah a correr em minha direção. - Emma, Emma você trouxe brinquedos? - fiquei triste, mas eu nem havia recebido ainda. - Quem é esse ai? Seu novo namorado? - Savannah falou e eu não consegui calar a boca dela a tempo. - Sou seu novo cunhado, e lhe darei um monte de presentes - Matthew se intromete e ela me olha com um sorriso bobo.   Será que ele fez isso porque ela tinha câncer ou porque ele era bondoso mesmo? Passamos a tarde inteira conversamos, enquanto Savannah brincava de boneca com Matthew. - A janta está pronta! - Mamãe grita enquanto saímos da sala e vamos para a cozinha. - Hmmm .. macarrão com carne moída - eu amava a macarronada dela. Matt ficou meio sem graça com a simplicidade da minha família. - Posso dormir com eles mamãe? - Savannah pergunta enquanto eu faço que sim com a cabeça. - Claro que não docinho, eles são namorados você só atrapalharia - eu com certeza estava muito vermelha porque eu estava com como bochechas quentes.   Depois de lavar a louça, fiz minha higienes e fui preparar uma cama de cobertas do lado da minha. Matt trocava de roupa no banheiro, enquanto eu colocava meu pijama comprido de ursinhos. Me aconchego na cama, esperando ele. Mas fico traumatizada ao ver Matt entrando somente de boxer no meu quarto. - Não estou falando por m*l, mas .. da pra colocar uma calça pelo menos ?! - Para encher o saco, vai dormir garota - sua voz me enfureceu, eu taquei um travesseiro nele, o mesmo se desviou. - Você é mais criança que sua irmã! - Pelo menos minha irmã não saiu de casa por causa de mim - deixo escapar, mas logo tampo minha boca com as mãos. - Não fale de Gabe, nunca mais - seu tom de voz me deixou assustada, minha mãe com certeza tinha ouvido la do quarto. - Fala mais baixo por favor - peço sem graça. - Quantos anos tem sua irmã? - ele deita na sua cama, logo depois que apagou a luz. - Ela tem seis anos.   Não gostava de pensar muito sobre minha irmã, eu a amava tanto lembrar da doença dela me sentir-se m*l. - Ela é uma garotinha incrível - me surpreendo com suas palavras, acabo deixando algumas lágrimas cair. Eu sabia que precisava ajudar minha família, eu prometi que ajudaria, abandonei os estudos, meu antigo trabalho. Tudo para esse tratamento do câncer. - Ela gostou de você - comece a soluçar com o choro. - Eu queria que ela estivesse melhor, para você ver o quanto ela é hiperativa. - O que houve com seu pai? - essa pergunta inesperada, faz com que eu chore mais ainda, quando penso que não consigo mais aguentar sinto Matt se aconchegar de joelhos ao lado da minha cama. Ficando com seu rosto perto do meu. - Meu pai nos abandonou quando soube da doença de Savannah, ele dizia que não iria gastar dinheiro com ela ... foi embora sem deixar nada, que recomeçar. As vezes eu minto que meu pai morreu, só para não lembrar de como eu o odeio tanto por não ter coragem o suficiente de ter ficado. Estamos a uns meses juntando o máximo de dinheiro possível para o tratamento de Savannah, mas não é nada barato. Ele nem se quer ligou para perguntar se ela estava viva ainda ... - eu estava prestes a terminar de contar quando sua mão vai até minha bochecha para limpar como lágrimas. - Minha irmã foi embora, pois eu estava maluco. Eu sei que as vezes ainda não sou cem por cento, mas fico triste dela ter se mudado. Minha mãe tinha ficado aborrecida com ela, mas meu pai deixou ela ir. Elizabeth a filha do meu padrinho sempre esteve comigo nos momentos mais difíceis da minha vida .. quando eu namorava Marie, eu estava com planos de noivar .. ela era tudo para mim .. mas um dia recebi um telefonema dizendo para ir no parque da reserva, então eu fui no horário em que me referi e encontrei Marie com um outro cara. Ela estava me usando por causa do meu dinheiro, eu tinha uma empresa que com ajuda do meu pai eu fundei. Tudo estava indo tão bem, mas vê-la se esfregando com outro cara me fez perder a cabeça. Briguei com os dois e fui para um bar beber, acabei arranjando confusão e me expulsaram. Quando eu estava sem carro voltando embora eu resolvo jogar meu carro de uma ponte. Eu achava que podia acabar com o meu sofrimento, mas no fim .. foi ai que tudo começou - confessa. Nós éramos duas pessoas complicadas, isso já dava para se perceber. Ninguém mais fala nada, enquanto o silêncio reinava por alguns minutos, sinto sua respiração pesada no meu ombro. Será que ele ia fazer o que eu estava pensando?
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