Nossos Jogos

1263 Words
{P.O.V × Nate "Near" River} Após L se despedir de nós na sala de estar, nos deixando sozinhos lancei um olhar fuzilador para Mello, que olhava para mim como se não tivesse feito nada. — Você ao menos pensa antes de falar? — Perguntei me levantando irritado. — Você não pode tornar esse assunto proibido. — Respondeu, deixando o papel da barra de chocolate de lado, e se aproximando de mim. — Não se trata disso, e sim de como ele se sente sobre isso. — Revidei. — Irracional senhor River, irracional. — Falou, dando dois toques em minha cabeça com os dedos. Não era de hoje que Mello agia de forma impulsiva e sem escrúpulo algum, fazia parte da personalidade dele que em muitos momentos me irritava profundamente, e gerava brigas. — Você tem que aprender a controlar sua boca. — Falei. — Com a sua tão perto fica difícil. — Provocou, e em seguida me deu um beijo. O gosto leve do chocolate que ele havia comido era possível ser sentido em minha língua, trazendo um gosto doce a minha boca, ele acabou por me empurrar contra a poltrona onde eu caí sentado, mas ainda sim desajeitado. Sua mão que antes estava em minha nuca, desceu para baixo da minha blusa caminhando em direção ao meu mamilo, mas coloquei minha mão em seu braço fazendo com que ele parasse. — A-aqui não Mello. — Falei com a voz baixa após me soltar do beijo e ele se afastar. Ele me olhou irritado e saiu da sala, e eu permaneci ali com o rosto ardendo pelo beijo repentino, fechando os olhos e me encostando na poltrona, as partes onde ele havia tocado ainda estavam quentes e me faziam suspirar profundamente. Minutos depois eu me levantei notando o papel do chocolate que ele tinha deixado no sofá, bagunceiro como sempre, antes de ir para o quarto passei pela cozinha procurando mais uma daquelas barras de chocolate, e ao encontrá-lo subi as escadas. Entrei no quarto com cautela, tentando ver se Mello já estava dormindo e para a minha não surpresa, ele não estava, me sentei na cama encostando minhas costas na cabeceira. — Mello? — Chamei, mas não obtive resposta. Eu sabia que o ignorar dele era proposital. — Poxa, que pena, eu acho que vou comer esse chocolate sozinho. — Falei, e comecei a mexer na embalagem, na tentativa de chamar a atenção dele. Ele se virou para mim, se colocando de joelhos na cama enquanto olhava para a barra de chocolate, em um movimento rápido ele me beijou novamente tirando o chocolate das minhas mãos, e o colocando na pequena estante ao lado da cama. Aos poucos seus beijos iam se intensificando, suas mãos passeavam por debaixo da minha blusa e sua boca descia lentamente para o meu pescoço, entre beijos e mordidas leves no meu pescoço ele começou a abrir os botões da minha camisa. — M-mello… — Tentei falar, mas minha voz não saía. — Nate. — Ele chamou, com a voz baixa em meu ouvido me fazendo arrepiar. Meu corpo todo estava quente, eu estava ofegante com seus toques, fiquei por cima dele com a intenção de fazê-lo parar com suas provocações, que estavam me fazendo delirar aos poucos. — Mello, a gente não… — Não finja que não quer Nate, eu sei que você está no seu limite. — Ele disse, me interrompendo. — Não estou não. — Falei, sentindo um desafio vindo. — Prova. — Provocou, mordendo levemente meu pescoço. Então eu me levantei da cama, fechando os botões da camisa, pensando seriamente em ceder e satisfazer minhas vontades carnais, mas eu não poderia deixá-lo ganhar tão facilmente. — Boa noite Mello. — Sussurrei, e então mordi levemente seu lábio inferior, mas antes de dar mais um passo, ele me segurou pelo braço. — Dormir no outro quarto é fácil, quero vê-lo dormir aqui. — Ele disse sorrindo. — Desafio aceito. — Semicerrei os olhos, e me deitei ao seu lado já imaginando como aquela noite seria longa. A leve ventania balançava as cortinas brancas do quarto, e os raios de um sol fraco junto dos passarinhos cantando, denunciava que a manhã já havia chegado. Olhei para o lado e vi Mello seminu, só então me recordei do desafio da noite passada e instantaneamente me perguntei o motivo de ter aceitado aquilo. Mesmo sendo apenas mais um de nossos jogos, a Wammy's House não era o lugar para aquilo, principalmente quando estávamos no meio de uma investigação. Se ele ao menos soubesse se comportar durante os momentos necessários, como quando estivéssemos trabalhando, mas não, ele conseguia ser um completo pervertido mesmo nesses momentos. A verdade é que somos muito competitivos, então eu sabia que isso iria durar por muito tempo pois os dois lados iriam até o máximo de seu limite para não ceder. Logo vejo os olhos azuis de Mello se abrindo vagarosamente, ele sorri de forma carinhosa e eu retribuo o gesto fazendo carinho em seus cabelos, era perceptível a calmaria que ele me trazia. Mas nem sempre os dias foram assim, me lembro claramente que costumávamos competir por quase tudo, desafios geralmente feitos por ele e que eu sempre aceitava. Ainda me lembrava dos dias na Wammy's House, as lembranças eram realmente boas mesmo muitas delas sendo ligadas à brigas, o que me deixava fascinado era como todas as provocações vindas dele, eram motivadas pelo seu sentimento de amor por mim. Não me esqueço do dia que ele se confessou, com o rosto corado, a cabeça baixa e a fala rápida, o que me fazia pensar que ele não só estava admitindo esses sentimentos para mim, mas também para ele mesmo. Alguns beijos e provocações depois nós descemos para tomar café da manhã, a mesa cheia como era de costume na Wammy's, me dava uma sensação de nostalgia. — Lawliet, você vai participar das investigações ? — Mello perguntou. — Não, dessa vez vão ser somente você, Near, Matt e mais alguns oficiais além do delegado, eu farei a segurança da Amane junto com Light. — Explicou, colocando açúcar em seu chá. — Matt virá ? — Perguntei, quase engasgando com a comida. — Sim, mas ele fará trabalhos externos para vocês, então não se preocupe. — Tranquilizou e eu não dei mais respostas. Depois do café da manhã, subi para meu quarto e tomei um banho, com apenas minha calça vestida e sem camisa eu me olhava no espelho, pensando em como as coisas iriam prosseguir com Matt. — Near, a gente… Mello abriu a porta do quarto, mas interrompeu a fala assim que me viu sem camisa, dando um sorriso ele se aproximou e me abraçou por trás, e logo em seguida passou a fazer cócegas em mim. Começamos a correr pelo quarto rindo, e entre as minhas risadas e súplicas para que ele deixasse de fazer aquilo, nós caímos na cama rindo de toda a brincadeira. Mello que estava por cima, aninhou seu rosto em meu pescoço e ali permanecemos por alguns minutos, apenas sentindo o calor corporal um do outro, e eu sentia que poderia ficar ali para sempre. — Será que vamos conseguir pegar o assassino ? — Ele perguntou de repente. — Claro, nós estamos juntos. — Falei, e entrelacei nossas mãos. Quando saímos da Wammy's House, Lawliet já havia ido para a delegacia e apesar de também estarmos investigando, nós iríamos para o QG da polícia onde ficaríamos a par do caso. Mas o que me preocupava de verdade era Matt, que também estaria por lá.
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