Lawliet

1016 Words
{P.O.V × L Lawliet} — Misa Amane. — O delegado Soichiro respondeu. Reconheci o nome da garota assim que ouvi, já havia visto alguns anúncios dela na televisão e escutado Matsuda falando sobre a mesma, com certa empolgação. Notando que Light havia saído da sala, decidi ir atrás dele para conversarmos sobre o caso, e eu acabei por encontrar com ele perto da máquina de café que estava na recepção. — Não é estranho? — Ele perguntou, com o copo de café em mãos. — O que? — Que eles não tenham nos chamado para resolver o caso? — Ele continuou. — Near e Mello estão encarregados do caso. — Falei olhando para a janela, vendo as pessoas passarem apressadas umas pelas outras. — Que ridículo! Nós deveríamos cuidar disso. — Reclamou com a expressão irritada. Já tinha um tempo que notava o comportamento de Yagami, ele era bem mais parecido comigo do que eu pensava na primeira vez que o vi, menos sua vaidade isso não combinava comigo. Mesmo usando roupas sociais que o deixavam com uma aparência mais velha, o rosto claro sem nenhuma marca de espinhas ou olheiras, sequer mostrava que ele realmente tinha apenas dezoito anos e os cabelos castanhos, sempre bem cortado e arrumado, de fato ele era atrativo para as meninas. Sempre me perguntei quanto tempo ele demorava para arrumar o cabelo, já que os fios pareciam sempre assimétricos, e era divertido imaginar ele se irritando com algum fio fora do lugar. — Near e Mello, vão cuidar muito bem do caso. — Comentei colocando uma colher cheia de açúcar na boca. Saímos da sala ao notar que o nosso turno já havia se esgotado, e enquanto andava pelo departamento notei Light se despedindo dos demais funcionários, nada de diferente vindo dele que gostava de manter as aparências, ele só não fazia isso quando estava perto de mim, talvez ele soubesse que eu saberia da sua farsa, chegando à frente da delegacia eu aguardava o carro de Watari chegar para que eu fosse embora. — Afinal, quem é essa tal de Misa Amane? — Perguntou com a expressão amarga de sempre. — Uma celebridade, ela atua como cantora, atriz e modelo. O homem que está atrás dela assassinou os pais dela, porém, ele não tem nenhum tipo de ligação com ela ou com a família em si. — Expliquei, com as mãos enterradas nos bolsos da calça. — Então, estamos falando de um perseguidor. — Afirmou. — Talvez, mas ela e a família podem ser vítimas aleatórias dele, ainda não sabemos. — Concluí. — Aizawa me disse que amanhã nós vamos conhecê-la. — Ele disse. — Matsuda irá também? — Perguntei coçando a nuca, imaginando como ele se comportaria. — Conhecê-la sim, mas ele só irá com a gente caso ela insista. — Respondeu, e logo em seguida o carro de Watari chegou. — Você vem comigo? — Perguntei antes de entrar. — Não, eu vou chamar um táxi. — Respondeu e eu apenas entrei no carro. Enquanto eu via pela janela os prédios e lojas passando, me lembrava o motivo de estar retornando a Wammy's House, a chegada de Near e Mello da Inglaterra, apesar deles morarem por lá, eles teriam que vir até Tóquio para acompanhar o caso de perto por ele ser complexo. De certa forma ainda sinto falta de Winchester, das construções, os parques, o clima e os doces que não haviam no Japão, talvez depois da investigação seja uma boa ideia retornar por um tempo. Após chegarmos no orfanato, notei que nada parecia ter mudado na fachada do casarão e assim que entrei, observei as crianças, e alguns jogos e brinquedos de lógica espalhados pelo chão. Subi para o quarto que eu costumava ficar quando ainda morava aqui, sendo invadido por uma onda de nostalgia assim que entrei no quarto, me lembrando do quanto esse lugar era diferente no começo. Antes, tudo isso era apenas a casa de Watari, e também era menor, mas com o seu projeto da Wammy's House crescendo, ele teve que se mudar e tornar esse lugar o orfanato e eu me mudei pouco tempo depois. Tomei um banho e me sentei à mesa do computador, me perguntando se ele ainda funcionava, tudo estava como eu havia deixado antes de sair daqui após aquele acontecimento, era notável que a única coisa que faziam por ali seria a limpeza. — Lawliet, Near e Mello chegaram. — Watari avisou, tirando minha atenção da tela do computador. Desci as escadas seguindo para o hall de entrada, recebi Mello e Near com um caloroso abraço recheado de saudade, e as lembranças não deixaram de vir à tona. Ainda me recordava de como eu tinha encontrado Near, sozinho e chorando em um parque e por reflexo acabei por deixar ele sobre os cuidados de Watari e do orfanato. Mesmo que Near e Mello estavam ali para serem meus sucessores, nossa relação ia bem além de "mestre e aprendiz", por assim dizer, éramos como família. Depois do reencontro nós jantamos e agora nos encontrávamos na sala de estar, conversando sobre coisas banais e lembranças relacionadas a Winchester. — Pensei que Beyond viria. — Falei. — Beyond sumiu de casa faz meses. — Mello citou, mordendo um pedaço do chocolate e recebendo um olhar reprovador de Near. — Vocês comunicaram Watari? — Perguntei, mesmo sabendo que a resposta seria "não". — Na verdade não, ele costuma mandar mensagens dizendo que está bem de vez em quando. — Near explicou. — Não recebo mensagens dele faz muito tempo. — Comentei olhando para a lareira acesa. — Ele ainda deve estar chateado pela m… — Mello! — Near falou alto, interrompendo a fala do loiro. Me levantei da poltrona, dizendo que iria dormir já que no dia seguinte eu teria trabalho bem cedo, desejei boa noite aos meninos que permaneceram na sala. Conhecendo Near e Mello, eu sabia que eles teriam uma longa discussão, por um motivo até um pouco bobo, não era como se eles precisassem tornar aquele assunto um tabu perto de mim, já haviam se passado anos.
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