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737 Words
Olivia Mais um dia nessa casa horrível, não fisicamente, mas o cheiro… o ar, a brisa que essa casa carrega. Ela carrega a minha infelicidade, o fim da minha vida. O fundo do posso que eu tanto lutei para sair, fui jogada de volta para ele e como? Por confiar de mais em alguém, em um homem que não sabe ouvir o não de uma mulher? Mais eu vou contar como eu vim parar nesse lugar que cheirava a fundo do posso, a infelicidade. Meus pais morreram cedo, cedo de mais, eu sofri muito. Era só uma menina que teve que se sustentar depois disso, fui jogada no fundo do posso, trabalhei em lanchonetes e bares, aguentando o que uma garçonete tem que suportar, era isso ou morrer de fome e não ter onde morar. Passei Dias difíceis, frios e tristes. Mais eu saí de lá, sai do fundo do posso, estudei e consegui ser enfermeira, depois de muito levar nesse hospital passei a ser enfermeira Chefe, eu tava feliz muito até o demônio se aproximar de mim. Eu e o Ricardo éramos amigos de profissão por muito tempo desviei das investidas dele, eu não queria ninguém, homens mentem, machucam e traem, eu sabia bem como era. Neguei cada cantada desesperada, cada aproximação forçada dele, tava ficando insuportável, eram meses negando, ele não desistia, como chefe disse que o emprego dele estava em risco, ele parou, finalmente parou, pelo menos era o que eu achava. Como pedido de desculpas por ter passado dos limites ele começou a ser amigo, eu confiei ele foi convincente e muito. Eu aceitei ele como amigo, saímos juntos, ele trazia lanches em dias cheios, café nas manhãs de turnos virados, eu realmente acreditei que era como amigo. Com o tempo eu comecei a passar m*l, sentir a vista embaçada, por meses. Pensei que era o cansaço do trabalho, mas não era, era efeito do metanol, ele tinha me deixado cega para me sequestrar… como eu sabia disso? Ele me disse depois de tantos dias naquele inferno, ele jogou tudo na minha cara tudo… Em um dia como ele morava mais perto, então liguei para ele quase sem enxergar direito, pedi para ele ligar para o Socorro, mas ele se ofereceu e veio me levar. Fiquei feliz, mas não foi para o hospital que ele me levou e sim para uma casa pequena na favela e hoje eu sou prisioneira dele a tanto tempo que eu já perdi a noção do tempo aqui. Eu tinha tudo, estava bem financeiramente, tinha uma casa, carro, um lindo jardim, uma carreira, uma vida, eu tinha finalmente saído do fundo do poço, a dor de perder os meus pais, tinha diminuído, eu estava seguindo bem… Até ele aparecer, mas por quê? Por que eu? Porque tanta maldade? E eu não tinha ninguém, ninguém para me procurar, a família distantes que eu tinha nunca se importaria ou Sentiria a minha falta, e o por isso eu estou aqui há tanto tempo. Fica cega não foi o pior de tudo, foi apenas o início de um grande pesadelo. Ele era maluco, o Ricardo era um Maluco, vivia como em um conto de fadas que ele mesmo narrava, para mim um pesadelo. Ele vivia como meu marido, mas não com o meu consentimento, como eu daria consentimento para isso? Estava cega e em um lugar que eu não conhecia. Sou usada, quando fecho as pernas, sou espancada. Eu grito, grito muito, mas ninguém me ouve, ninguém me escuta, ninguém me socorre. Então ele termina o seu serviço sujo quase todas as noites enquanto as minhas lágrimas rolam pelo meu rosto, ele me chama de amor, eu já disse que não é amor que eu o odeio que sinto nojo. Mais ele diz que eu o amo por que ele me ama por isso estamos juntos! Em que mundo ele vive? De onde esse ceifador de sonhos e alegria Saiu? Ele não tinha família para ver o monstro que ele era? Com certeza ele não tinha, e se tinha eram piores que ele com certeza! Pelo menos me restavam as lágrimas para chorar, a morte para sonhar, ela me libertária desse mundo c***l, sujo e feio. Mas porque o universo estava demorando tanto a me tirar a vida? Tantas pessoas morrem sem querer e eu que quero não acho a Morte. Ela foge de mim como o d***o foge da cruz.
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