Richard
Eu acordo quando ouço o bipe incessante do meu despertador ao lado da minha cama.
Aposto que nessa hora minha história já virou enredo de um livro.
Não lembro o nome dela, será que ela me disse?
Talvez Sebastian saiba. Deus sabe que não me lembro muito da volta para casa. Eu me levanto e vou até o banheiro para me preparar para o dia. Deixo a água quente quase fervendo, correr pelos meus músculos rígidos.
Coloco o roupão e mando Sebastian subir.
— Senhor?
— O que diabos aconteceu noite passada? Havia uma mulher comigo?
— Você foi a um bar...
— Eu sei disso. A mulher que estava comigo. Quem é?
— Eu não sei...
— Eu disse o nome dela quando entrei no carro?— começo a andar pelo quarto.
— Você disse que ela escrevia sobre o amor, até tinha um nome, não lembro.
— Contei toda minha vida pra uma escritora de romances de supermercado!
— Você mencionou que pode ter falado mais do que o normal!
— Mais do que o normal? Eu disse a ela mais em uma hora do que falei com Meyer em uma semana!
— Você também disse que não estava preocupado...
— O que?— Eu pergunto olhando para ele com curiosidade.
— Você disse que não estava preocupado. Que ela disse que não escreveria sobre você...
— Ela estava absorta e eu falei tudo! Diga-me que se lembra do nome dela.
— Carol, senhor— ele sorri.
— Você se lembra onde ela mora?
— Claro, no mesmo quarteirão que estive parado na madrugada de ontem...
— Vamos lá.
— Ok.
Troco-me rapidamente. Sebastian para o carro e eu fico pensando como falar pra ela não se basear na minha vida para escrever. Se eu soubesse mais sobre ela do que apenas seu primeiro nome. Mas há meios.
— Julius?
— Sr. Di Giammargo?— a voz soa tensa.
— Eu preciso que você veja o que você pode encontrar apenas em um primeiro nome e endereço...
— Me passe os dados.
— O nome dela é Carol, ela mora no 8272 ...— Eu puxo o telefone. — Sebastian em que rua estamos?— Enquanto tento esticar o pescoço para encontrar uma placa de rua.
— 79 Park Avenue, senhor
— 79 Park Avenue. 8272 79 Park Avenue. É o complexo de apartamentos Harold Robbins. Ela é uma escritora...
— Ok, senhor, aguarde na linha, Caroline Warren. Apartamento 82! Ela...
— Envie as informações para mim por e-mail — desligo o telefone e encaro o prédio.
Pego o elevador e logo estou na frente do 82.
— Richard?— ela pisca algumas vezes, talvez para se convencer de que estou parado na sua frente, assim como estou fazendo com ela.
— Carol?
— Como está se sentindo?
— Já estive melhor— ela ri e abre a porta para que eu entre.
— Sim, você bebeu bastante... Quer comer?
— Oh não?— Digo surpresa por ter saído de casa sem comer.
— Deveria. Bêbado e faminto não vai durar muito.
— Eu sei me cuidar senhorita Warren.
— Você me investigou?
— Sim. Eu só precisava saber o seu sobrenome e o número do seu apartamento, então eu..
— Ei, ei, relaxa tigrão! Não estou zangada. Quer comer cereal ou ovos?
— Eu vou trabalhar...
— Seu chefe vai se zangar?
Ela ri, a camisola marca o corpo dela quando ela vai até a cozinha.
— Espere ... você sabe quem eu sou?
— Eu te disse, você parecia familiar! E me deu um clique quando eu cheguei em casa. Você é Richard Di Giammargo.
Ela faz o café da manhã sem pressa.
— Você não tem que trabalhar?— Eu pergunto.
— Eu sou um escritora, eu faço meus próprios horários, Di Giammargo! Deveria tentar ser dono do próprio destino.
— Bem, eu tenho que trabalhar...
— Não — ela coloca os ovos no prato.
— Não o quê?— o cheiro é realmente muito bom.
— Você já experimentou uma folga? Ou tem medo de que sua empresa desmorone sem você? Se Richard Di Giammargo não vier hoje a empresa falirá.
Ela me serve o prato enquanto pega café na cafeteira.
— As coisas precisam de disciplina.
— Sim, principalmente se você está no exército!
— Não ter disciplina nos leva ao caos — olho em volta e noto como tudo ali é um tanto quanto desajustado.
— Não há nada de errado com um pouco de caos. Mantém a vida interessante — ela senta na minha frente e toma um gole de café, o pé apoiado na cadeira como uma adolescente, ela é diferente — Eu vou à inauguração de uma galeria mais tarde— diz ela de repente. — Você quer ir?
— Contigo?— tento fixar os olhos nos dela.
Ela olha em volta antes de se virar para mim.
— Eu não vejo mais ninguém aqui além de nós dois.
— Eu só quis dizer ... você quer que eu vá com você?
— Sim, eu não quero ir sozinha. Você deixaria uma doce donzela, quer dizer, nem tão doce ou donzela ir sozinha?
— Que horas será?
Ela bebe mais um gole de café, meu olhar pousa rapidamente no colo de seus s***s, ela é gostosa demais.
—Não há um horário definido. Mas acho sete perfeito.
Por mais que eu não goste da ideia de uma mostra de arte, eu quero ficar perto dela novamente.
— Tudo bem, estou dentro. Pego você aqui?
— Com seu motorista chique? Claro, Di Giammargo. Pegue-me às 19.