Capítulo 02

2002 Words
Seus passos elegantes, eram sua marca! Maura Monteiro, sempre foi uma mulher elegante, ambiciosa, calculista e má. Loira, corpo esbelto, e dona de um sorriso falso. Seu objetivo de anos, sempre foi se casar com um homem influente e poderoso! Ninguém, foi capaz de se qualificar tão bem nesse requisito, quanto,Santiago Monterrubio. _Quando me disseram, que você estava de volta...me recusei a acreditar_Santiago estava sentado em uma das poltronas de couro, que decorava o escritório_ Santiago, está de volta. Ele apenas a olhou, sem expressar reação alguma. Maura se aproxima por trás do sofá, e desliza suas mãos no peito de Santiago, sobre o tecido da camisa. Santiago segura seus pulsos e a afasta. Maura revira os olhos. _O mesmo humor de sempre_ Ela contorna a poltrona, e senta no sofá a frente de Santiago. Maura cruza as pernas, e o tecido leve do vestido sobe, deixando a mostra suas pernas bonitas. A loira fingiu não se importar com a indiferença, que Santiago demostrou._ O que trouxe você de volta pra esse...povoado_ E lá estava, o sorriso fingido. _Nada que interessaria a você_ Ele da um meio sorriso e se levanta. Caminha até a mesa envernizada_ Então, sua irmã, finalmente vai se casar com o Heitor. _Eles formam um belo casal_ Santiago sorriu maldosamente. Maura franziu o cenho desconfiada_ Mercedes, é a melhor escolha que Heitor poderia ter feito. "Se, sendo a melhor escolha, ele queria fugir com a florista, imagina se ela fosse a pior." Santiago pensou consigo mesmo, e se divertiu com a situação. _Eu imagino, que ótimo escolha ela tenha sido, principalmente para a Almerinda. _Almerinda só quer o bem dessa família_ Santiago segurou firme o copo entre seus dedos longos_ Não me admiraria se ela incentivasse, um casamento entre você e eu. Santiago fechou a cara, ao ouvir a insinuação, e a olha sério. Maura joga o cabelo para trás, deixando visível seu decote. _Almerinda não decide nada, em relação a minha vida. Ela pode casar o filho dela com quem quiser...mas a mim_ Santiago tinha uma expressão de ódio_ Ela nunca irá impor nada! Santiago se afasta da mesa. Maura se levanta e vem até ele, na tentativa de toca-lo. _Eu só acho que... _Você não tem que achar nada!_ Ele a interrompeu_ Saia, tenho assuntos a resolver, e quero ficar sozinho! _Mas e o casamento?_ Ela pergunta estupefata _ Não vai comparecer? _Pouco me importo com esse casamento ridículo. Agora me de licença. Santiago fez menção de se afastar, mas Maura o segura pelo braço. _Mas eu... _Sai daqui!_ Santiago a segura pelo braço, fazendo-a se assustar_ Agora! Maura havia esquecido, do quando ele podia ser assustador. A loira puxa o braço, e sai a passos firmes. Santiago anda até a janela e olha para o jardim da fazenda. Estava repleto de mesas cobertas por toalhas brancas. Almerinda caminhava entre os convidados, exibindo uma bondade que ele sabia não existir. Santiago começou a tossir, e se apoiou na parede na tentativa de se manter firme. Ele volta a olhar para o jardim, e vê Almerinda o olhando também. Ela sorri debochado. _Desgraçada_ Santiago senta na poltrona e recupera o fôlego. Ele corre os olhos pelo escritório, e notou o arranjo de flores sobre a mesa de canto, e isso o fez se lembrar da florista. _Então...minha querida madrasta, odeia você_ Santiago sorriu_ O inimigo, do meu inimigo, é meu amigo...que coisa linda. Ele passa a mão nos cabelos, ainda pensativo. Eles poderiam festejar o quanto quisessem, desejando sua morte para ficarem com tudo que era seu, mas não fazem ideia do que vem pela frente. Enquanto isso no jardim da fazenda, Heitor estava parada no altar como uma estátua. Seu olhar perdido e sem foco. "É para o bem da família" Ela disse. Heitor queria se afogar no lago mais próximo. Todos os presentes de alguma forma sabiam, que ele havia se vendido. Se venderia quantas vezes fosse preciso para se ver livre de Santiago, e suas migalhas. A música começou a tocar, anunciando a chegada da noiva. Heitor respirou fundo e se virou para a entrada. Fechou os olhos por um momento, e desejou de todo o coração, que quando os abrisse...fosse Júlia, vindo em sua direção. Seus cabelos castanhos estariam pressos elegantemente, e o alto de sua cabeça estaria uma linda tiara de rosas vermelhas, se destacando com sua pele clara. Seus olhos verdes e redondos estariam brilhando, exatamente quando a conheceu, e seus lábios rosados desenhados por um lindo sorriso...que somente ela tinha! Heitor sentiu vontade de vomitar, ao ver o homem que se tornou. Casando com uma, mas seus pensamentos buscavam pela outra em todo momento, ao ponto de se perguntar, quem ele realmente beijaria ali, no altar quando fechasse os olhos. Seu olhar se encontrou com os de sua mãe, de pé na primeira fileira. Almerinda parou de sorrir ao ver a forma como o filho a encarou. Faltava tão pouco, para finalmente poder desfrutar do dinheiro de Mercedes Monteiro, que ela cravou os olhos em Heitor, deixando claro que ele deveria se manter onde estava...e interpretar seu papel. Mercedes finalmente chegou ao altar, e quando olhou para o futuro marido, não pode deixar de se sentir a mais sortuda das mulheres. Mercedes acreditava de verdade, que o homem que estava ao seu lado, a amava. [...] Júlia corria a toda velocidade montada em sua égua. As lágrimas escorriam por seu rosto, e sua língua saboreou o sangue de seu lábio inferior, causado por seus dentes. Era a única forma de reprimir um grito angustiante que ela guardava dentro de si por meses. A raiva e a dor, por não ter sido o suficiente pra ele, a faziam querer morrer. Sua égua galopava cada vez mais rápido, fazendo os cabelos de Júlia chicotearem sua própria face. Até que ela parou! O peito doía, a alma doía. Júlia jamais permitiria que sua mãe a visse nesse estado, por isso foi para o mais longe possível. Seus pés tocaram o chão...e então ela desabou. Seu choro foi tão alto, que os pássaros nas árvores mais próximas levantaram vôo. Era para ser seu casamento, o seu vestido, seu noivo! Foram meses engolindo cada lágrima, cada humilhação. Era conhecida como " a noiva de uma semana". Júlia respirou fundo e se levantou do chão...era nescessário doer como nuca, para não doer nunca mais! Ela não fazia ideia, mas Sabiá assistia tudo em silêncio, de seu esconderijo. Saiu sorrateiramente da fazenda para ficar de olho em Júlia. Ah, como seu coração doeu ao vela chorar daquela maneira. Seu cavalo se movimentou impaciente pela demora, e Sabiá entendeu que era hora de ir embora. Olhou mais uma vez em direção da vendedora de flores...e praguejou em pensamento. Gostava de seu patrão Heitor, mas não conseguia entender como ele havia sido capaz, de ferir uma flor tão delicada como Júlia. Sabiá era um rapaz jovem, mas ao ver o que Heitor fez, o fez jurar, que nunca em sua vida, iria ferir uma mulher daquela maneira...como seu patrão havia feito! Os sinos da fazenda tocaram em alto e bom som, anunciando o fim da cerimônia. Júlia já se encontrava no roseiral quando os ouviu. Era a confirmação, que um ponto final em sua história com Heitor era um fato! _Você está bem, meu amor?_ Júlia voltou a focar sua atenção, no arranjo que estava preparando para a festa do povoado_ O que acha de encerrar por hoje.. _Estou bem mãe!_ Seu tom de voz saiu firme. Estefânia sabia que era mentira, mas preferiu não aborrecer a filha._ Vá descansar, por favor...está em pé o dia todo. Júlia ergueu o caixote de madeira com os arranjos prontos, e os levou para dentro da estufa. _Não se preocupe comigo, hoje me sinto melhor... _Não mamãe! _ Júlia disse com grosseria encarando a mãe_ A senhora não está bem, acha que não vejo como se arrasta pelo roseiral? Na tentativa falha de me provar que está melhor...mas na verdade piora a cada dia, a cada minuto. _Você precisa de ajuda... _EU NÃO PRECISO! Estefânia recuou, diante da explosão enfurecida da filha. _A senhora precisa se curar. Como vou trabalhar tranquila sabendo que está se esgotando?_ E outra vez as lágrimas se fizeram presentes, e Júlia se odiou por parecer fraca diante da mãe_ Eu preciso que fique em casa, em repouso absoluto, cuidando da Lúcia...enquanto eu corro pelo povoado e nos povoados vizinhos, vendendo cada rosa desse lugar, para lhe dar o tratamento que precisa. Estefânia também tinha lágrimas nos olhos. _Já não há mas ninguém para te ajudar_ Ela diz com a voz fraca_ Não é justo que desperdice seu futuro...aqui_ Ela olhou em volta_ Com as unhas cobertas de terra, com grama nos cabelos...os dedos machucados por espinhos, por minha causa. Júlia puxou a mãe para um abraço forte, e sentiu o perfume de seus cabelos. _Sou capaz de qualquer coisa, pra ver você e a Lúcia terem um pouquinho de conforto...viverem com dignidade, pra que eu não ouça minha irmã de oito anos, dizer que irá vender flores de porta em porta no povoado inteiro. Isso não é desperdício...é amor. _É sacrifício_ Estefânia encara a filha_ As vezes me pergunto...até que ponto está disposta a se sacrificar por mim e sua irmã. Júlia não respondeu. E Estefânia sabia a resposta, e se odiou por ser uma completa inútil, um fardo que a filha tinha que carregar. No dia seguinte, Júlia se levantou mais cedo que de costume. Carregou o caminhãozinho e seguiu para fora do povoado, em direção de seus novos clientes. Apesar da noite m*l dormida, ela se sentia melhor do que no dia anterior. A dor não havia passado, mas não se permitiria passar outro dia chorando pelos cantos...sua pequena família dependia dela, não podia se dar ao luxo de ficar triste, de colocar pra fora tudo que seu interior estava sentindo...longe disso. Assim que chegou na floricultura do povoado vizinho, foi logo descarregando o caminhão. Júlia ajeitou o chapeu em sua cabeça e sorriu ao ver Rogério, o dono da floricultura se aproximar. _Bom dia_ Ela procurou ser o mais simpática possível. _Bom dia Júlia_ Rogério sorriu sem jeito_ O que tem pra mim. Ele observou a jovem tirar a pequena rede de proteção dos caixotes. _São três caixas de vermelhas, três de brancas_ Júlia retirou o último caixote do caminhão_ Com essa aqui, fechou cinco de amarelas_ Júlia sorriu. _Muito bem. Vou pedir para carregarem para dentro._ Rogério respirou fundo, tomando coragem e encarou a jovem mulher sorridente a sua frente_ Vou lhe pagar essa encomenda e a da semana passada e... _Não se preocupe_ Júlia o interrompeu _O prazo do pagamento é só para a próxima semana. _Vou fazer o pagamento...porque.._ Ele olhou em seus bonitos olhos, e se sentiu m*l por aqui. Mas eram seus negócios que estavam em jogo _ Essa será a última encomenda que pego com você, Júlia. Seu sorriso sumiu. Piscou algumas vezes, processando o que acabara de ouvir, ou talvez achando que poderia ser uma brincadeira. Uma brincadeira de muito m*l gosto! _Como?_ Júnia disse um pouco alterada. Ela respirou fundo_ Como assim, última encomenda. Nós temos um acordo. _Eu sei, eu sei...me sinto m*l por isso também mas.. _Foi ela não foi?_ Rogério abriu a boca, mas palavra alguma saiu. E nem precisou, seu olhar foi o bastante para Júlia entender._ Almerinda o ameaçou foi isso? A raiva em suas palavras eram nítidas. _Você sabe como é esse negócio. Aqui é um lugar pequeno, não temos tantos recursos como o seu povoado...sou o único comerciante de rosas aqui em céu azul_ Rogério olhou em volta_ Minha família precisa comer também. Ela ameaçou tirar todos os meus clientes, que já não são muitos...eu.. _Tudo bem._ Júlia engoliu o amargo que se formava em sua boca._ Obrigada por avisar pelo menos. Tenha um bom dia! Júlia não conseguia raciocinar direito, a única coisa que sentia era puro ódio. Almerinda Albéniz foi longe de mais...e isso não ficaria assim.
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