Os seus, os meus: os nossos

05

— Alicia, você vai adorar a Aly. — Dominique falou super animada com a filha. — Você não sabe, mas ela é super legal.

— Tomara... Porque todas as vezes que a senhora diz isso eu passo horas no tédio na casa de uma desconhecida que quer saber se tenho namoradinhos. — Alicia falou e sua mãe começou a rir, feito uma hiena descontrolada. — Mamá, para com isso!

— Você nem deve beijar, ainda mais ter namorados! — implicou.

Dominique sempre falava que Alicia era chata e exigente demais para namorar.

— É, mamá, não beijo mesmo. — falou, com cara de tédio.

Dominique nem prestou atenção no que a filha falou mesmo, pois estava dando mais importância ao GPS do carro. Ela tinha uma certa dificuldade em usá-lo!

Assim que chegaram na casa de Alyce, um homem com os cabelos claros estava subindo a escada para a varanda da casa.

Ele parou e ficou olhando para o carro com curiosidade.

— Troy, não deve estar me reconhecendo mais. — Dominique falou e deu uma risada. — Ele é o marido da Aly.

— Ah... É estranho escutar o seu próprio apelido quando não se refere a você. — Alicia comentou.

— Imagino que sim. — Dominique falou e logo depois saiu do carro. — Sperb, não está me reconhecendo?!

O loiro desceu a pequena escada, sorrindo. Saíram do carro e quando Alicia percebeu Dominique já estava ao seu lado.

— Claro que estou, Dominique, só não sabia que tinha clonado a si mesma! — Dominique riu do comentário e foi até o homem, abraçando-o.

"Nem somos tão parecidas assim."

— Isso é bom para mim, certo?! — Alicia perguntou, aproximando-se dos dois que riram do comentário.

— Não muito, mas... — o loiro brincou e Dominique o encarou.

— Troy! — repreendeu.

*****

— Fiquem à vontade, vou chamar a Alyce. — Troy falou e subiu a escada que havia ali. Os móveis da sala eram todos brancos e os sofá extremamente macio.

Dominique estava calada olhando tudo em volta, o que era quase um milagre.

— Mamá...

— Dominique! — as duas olharam para a escada, de onde a voz veio.

A mulher loira e baixinha desceu apressada. Dominique se levantou e foi ao encontro da mulher no começo da escada.

— Alyce, você...

— Não me venha com piadas, Antonella Dominique! — repreendeu Dominique, que riu. Se abraçaram apertado por um tempo, enquanto falavam algo que eu não escutei.

— Alicia, vem aqui. — A latina falou e Alicia se levantou, indo até elas. — Então essa é minha filha, Aly... E essa é Alyce Rojas, Alicia.

— Prazer. — Alicia falou, envergonhada e estendeu sua mão para Alyce.

— O prazer é todo meu, querida. — Alyce falou e puxou para um abraço desajeitado, beijando a bochecha e uma pequena parte da boca de Alicia. — Oh meu Deus! Desculpa!

Alyce riu com as mãos na boca após soltar a garota. Enquanto Dominique ria junto da loira, Alicia ficou corada e viu que a loira também estava.

— Tu-Tudo bem... Não foi nada demais.

— Beijando mais uma González, Alyce... — Dominique falou e riu mais ainda, os olhos de Alyce se arregalaram.

"Mamá e Alyce tinham uma amizade colorida?!"

— Deus! Você e as meninas nunca vão esquecer isso?! A única garota que eu beijei foi a Isabele, então esqueça isso!

— Ah, Aly! É impossível esquecer, se nem a Belz esquece. — Dominique implicou, deixando Alyce corada.

— Tia Belz, mamá! — Alicia falou, surpresa. — Eu não sabia!

Isabele, é prima em segundo grau de Dominique, e ela sempre conviveu com a mesma.

Nicolas e Alicia também quando estavam em Cuba. Alicia até desconfiava que Isabele saia com mulheres, mas não tinha como ter certeza, ela nunca aparecia com ninguém.

— Sim, Alicia... Mas depois conversamos sobre isso. — Dominique falou, pedido para ela esquecer do assunto. — Ela sempre fala de você, Aly, vocês não se encontram a bastante tempo, não é?!

— Sim, mas isso não tem importância... É passado, e foi só um beijo, nada demais.

— Nada demais... — Dominique começou a falar e Alyce repreendeu.

— Dominique!

— Alyce... Quero ir ao banheiro, pode me mostrar?! — Alicia perguntou. Era melhor elas conversarem sozinhas.

— Claro e se quiser pode me chame de tia Aly...

Alyce ou melhor tia Aly, era um pouco estranho para Alicia mas ela se acostumou rápido a chamá-la assim.

Alyce era tão gentil e agradável, sabia até onde podia fazer perguntas ou brincadeiras, bem diferentes daquelas tias que todos tem, que ficam falando mais do que devem.

Ela deixou a garota na porta do banheiro no segundo andar, disse que o do primeiro estava com algum problema.

Alicia saiu do banheiro e olhou em volta, apenas o corredor com cinco quartos e alguns quadros pendurados.

— Ethan, você deveria ir. — Era voz de Troy.

— Não quero, não é isso o que quero para vida, pai. – A voz era masculina também, porém mais jovem.

Andou do corredor em direção a sala, mas pariu para depois entrar.

— Tudo bem, então... Mas seria legal. — Troy insistiu. O homem loiro e um garoto muito parecido com ele estavam de pé na sala de TV.

— Pai, por favor! — o garoto falou, um pouco irritado.

— Ok, Ethan. — Troy concordou.

Alicia entrou a sala e Troy sorriu como se nada estivesse acontecendo antes.

Ethan a olhou como se perguntasse de onde Alicia tinha saído.

— Oi... Eu só estava no banheiro... Er, já vou descendo! — Alicia falou, nervosa.

— Não precisa, Alicia... Fica aqui, o Ethan te faz companhia... A Aly e a Dominique precisam conversar. — Troy falou e sorriu.

"Pais colocam os filhos em cada uma... Aposto que o garoto pensou isso."

— Ok...

— Ethan, liga a TV e conversa com a garota... Ele é legal, querida!

— Pai! — Ethan retrucou, corado enquanto pegava o controle da TV no sofá para ligá-la.

— Senta aí, querida. — Troy falou, para logo sair do cômodo.

Alicia sentou dois lugares afastada de Ethan, que tentava achar algo, que ele julgava, bom na TV. 

Olhou para a TV e só para lá, ele deixou em fim deixou num filme qualquer.

Com sua visão periférica viu que ele estava como si mesma: parecendo uma estátua. Olhando apenas para frente.

— Se-Seu nome é Alicia?! — ele quebrou o silêncio, envergonhado.

Alicia olhou para o lado dele e ele estava a olhando, com a cabeça levemente inclinada para o meu lado.

— Sim... E o seu? — Alicia já sabia, mas não ia falar nada, afinal não tinham sido apresentados.

— Ethan... Prazer, Alicia. — Ele deu um sorriso e corou.

— Prazer, Ethan. — falou e logo depois voltaram as suas atenções ao filme.

Ficaram em silêncio, por uns 10 minutos, pelo menos.

— Gosta de filmes?

— Gosto... E você?! — Alicia não estava sabendo como manter uma conversa.

Não estava preparada para aquele momento, do nada ter que conversar com um desconhecido.

Mais alguns minutos se passaram, ele começou a mexer em seu celular e de vez em quando olhava para outra coisa que não fosse o aparelho. E Alicia jogando o celular de uma mão para outra sem ter muito o que fazer.

— Hmm... Você quer a senha do WiFi?! — ofereceu olhando-a, apenas por alguns segundos antes de voltar a atenção para o celular.

— Seria bom. — comentou e riu. — Só um momento. — falou enquanto mexia em meu celular.

— Ok. — Ethan riu também.

O garoto colocou a senha no celular de Alicia, não fazia diferença, ela tinha internet no celular mesmo, mas foi bom porque começaram a conversar sobre música, e ficaram mostrando vídeos no YouTube um para o outro.

— Você tem o mesmo gosto musical de uma amiga minha, vocês dariam certo. — Ethan falou, distraído.

Ele estava com o corpo inclinado perto de Alicia, olhando para o celular, atentamente.

— Ela tem um gosto musical muito bom então! — a garota brincou.

Ele olhou para Alicia devagar e a encarou.

— Você está brincando, espero... — Ethan falou, risonho.

— Não, meu ego é super inflado assim geralmente mesmo. — Alicia falou e bateu seu ombro no braço direito do garoto.

Um tempo depois Ethan a chamou para ver sua coleção de vinis, até colocou um deles para tocar.

— Você não tem cara de quem gosta de gibis. — Alicia observou, enquanto Ethan mexia em uma prateleira cheia deles.

Levantou da cama, onde estava olhando a coleção de vinis e se aproximou de Ethan.

— E para gostar de gibis tem que ter cara?! — Ethan implicou, e cutucou o braço da garota.

Ele riu e foi até a escrivaninha ao lado da porta de seu quarto.

— Não, mas... Ah sei lá...

— Assim serve?! — perguntou sorrindo. Ele estava com óculos de grau grande e quadrado.

— Sim, parece um pouco Nerd agora... — comentou e olhou para ele, como se o avaliasse. — O que eu fiz agora foi meio que julgar um livro pela capa, não é?!... Desculpa... Mas me diz, tem muito tempo que você coleciona?

— Mais ou menos... Fui influenciado pela minha melhor amiga. — Ethan falou e Alicia olhou para ele em dúvida. — Sim, melhor amiga. Não pense besteiras.

— Oh... Mas eu não disse nada. — A garota falou, rindo.

— Mas pensou — ele estava certo. — Aqui, ela. — Ethan pegou um porta-retrato que Alicia nem tinha visto na escrivaninha e a mostrou.

— Melissa. — falou ao reconhecê-la.

Ethan e Melissa estavam abraçados no sofá da casa de Ethan, os dois de óculos e sorrindo para a câmera.

— Você a conhece? — Ethan perguntou e sorriu.

— Nós fazemos aula de violão juntas... Não conversamos muito, mas ela parece bem legal. Acho ela fofa por ser tímida... Pelo menos é o que parece.

— Ela é tímida mesmo. — Ethan concordou e tirou os óculos do rosto. — Olha o gibi que a Mel me deu do superman... Ela adora a supergirl!

"Bom saber"