VINCENZO & VALENTINA

2874 Words
CAPÍTULO I NOVA YORK- ESTADOS UNIDOS POV VALENTINA Vamos lá Valentina, primeiro dia de aula e lá vamos nós, meu celular apita uma mensagem da Mel. “TE ENCONTRO NA UNIVERSIDADE” Ela também havia ingressado na mesma faculdade que eu a conceituada New York University, oferecia cursos incríveis, eu realmente havia entrado por meus próprios méritos, mas ainda arrisco dizer que a Mel teve alguma ajudinha, ela nunca gostou muito de estudar e desconfio que essa menina tenha outros interesses, ela é minha melhor amiga da vida, teve uma historia complicada com a mãe e até o pai dela se ajeitar em uma nova relação, Mel foi muito sozinha, hoje ela tem a mim e eu a ela. Olho no espelho, a calça jeans e a blusinha de gola alta mostarda, os sapatos nude estilo boneca e meus longos cabelos soltos, não contrariavam muito o estilo patricinha que todos diziam que eu tinha, mas eu gostava de me vestir bem e Sophia Marshell vulgo minha mãe, ficava feliz por isso, pego minha bolsa e meus cadernos, e desço a escada com medo de estar atrasada. —Bom dia Tina—Antonella diz. —Bom dia Ella, onde estão a mamãe e o papai?—inquiro me servindo de um pouco de café. —Estamos aqui, os dois dizem em uníssono saindo da cozinha, desde que Ada nos deixou, papai sempre prepara nosso café da manhã. —Deixarei você na universidade—mamãe diz. —E eu deixarei a princesinha na escola—meu pai afirma. Reviro os olhos fazendo com que Antonella logo proteste. —Veja, mamãe a Tina, fez aquilo com os olhos, aquilo que a senhora não gosta—a menina diz. —Fofoqueira—digo mostrando a língua para ela. —Meninas parem—meu pai diz e ficamos quieta. Papai não era muito de nos chamar a atenção, ou brigar, isso ficava para a nossa mãe que realmente era quem estava no poder desde sempre, mas quando ele falava o efeito era imediato. Terminamos o café e logo estávamos a caminho do nosso destino, papai e mamãe sempre se despediam no cruzamento das avenidas antes de seguirem cada um para um lado. —Te amo, tenha um bom dia—mamãe gritou. —Te amo mais, que seu dia seja maravilhoso—papai respondeu. E mesmo após tantos anos, eu ainda os achava o casal mais lindo que eu havia visto, eles me inspiravam a acreditar no amor, a história deles me dava a plena certeza de que quando uma pessoa esta destinada a você, nada fará isso mudar. Assim que minha mãe parou o carro em frente a universidade um frio subiu pela minha barriga. —Vai dar tudo certo filha—minha mãe diz. —Tomara mamãe—digo olhando para fora e logo avisto Melissa acenando como uma louca. —Tenha um bom dia querida—minha mãe diz beijando meu rosto. —Obrigada, a senhora também—digo saindo do carro e indo de encontro a Mel. —Nossa que demora—Mel diz. —Já estou aqui não estou? Sua rabugenta—digo a abraçando. Entramos procurando por nossas salas, Mel havia escolhido o curso de Design de interiores, enquanto eu me aventurava em Literatura, não estudaríamos juntas. Após achar nossas respectivas salas, nos separamos, caminhei até a porta da sala e entrei, sentei mais ao fundo não queria chamar atenção, odiaria ser a novata que tem que se apresentar a todos, logo a sala estava cheia e ninguém parecia ter reparado em mim, o que me causou um enorme alivio. Estava focada em meu caderno anotando os horários das aulas, quando sua voz grave preencheu toda a sala. —Bom dia, e bem vindos a mais uma aula, a maioria de vocês já me conhecem—ele diz. Ergo meus olhos do caderno e encontro os seus, que parecem olhar diretamente para mim, engulo em seco, nunca antes senti isso só de olhar para um homem, é claro que eu não era inocente e muito menos virgem, já namorei antes mesmo meu pai querendo matar o pobre Henry a cada vez que ele me deixava em casa, mas diante de mim estava um homem de verdade, que me causava um estranho desconforto no pé da barriga. —Mas vejo que temos uma aluna nova, seja bem vinda, me chamo Vincenzo—ele diz olhando diretamente para mim. —Eu, eu, eu sou Valentina—digo gaguejando o que faz com que todos os outros alunos me olhem. —Seja bem vinda—ele diz disparando seu sorriso, que me afeta de uma forma estranha. As próximas horas passaram voando enquanto ele discursava todo seu conhecimento, ouviria ele por longas horas sem me cansar da sua voz. O sinal para o intervalo soou, e sai apressada para encontrar com Mel, e contar sobre aquele professor. —Como foram as aulas?—inquiro me sentando a sua frente. —Boas até—ela diz me passando um suco que já havia pegado para mim. —Algo me diz ao contrário—digo sorrindo. —Não achei um homem bonito até agora, e na sua turma tem alguém que vale a pena?—inquire me olhando. —Não é bem na minha turma—começo a dizer, mas ela logo me interrompe. —Veja meu tio, ele da aula aqui, Tio!—ela o chama. De repente o motivo dos meus suspiros se materializa ao meu lado, e aquele homem que não sai da minha cabeça desde que entrou naquela sala diz. —Melissa, que bom que esta aqui, seu pai havia comentado comigo, mas me esqueci completamente—ele diz. Eu ainda olhava para baixo quando Mel me apresentou. —Essa é a Tina, ou melhor, Valentina Marshell, ela deve estar na sua turma e é minha melhor amiga—ela diz. Eu ergo meu olhar e deparo com aqueles olhos castanhos me fitando. —Oi de novo Valentina—ele diz sorrindo. —Oi—digo em um tom baixo. —Marshell?—ele inquire. —Sim ela é filha da tia Sophia, sócia do papai—Mel se adianta em dizer. —Claro, que sim, foi um prazer encontra-las meninas, e Valentina não se atrase para a aula—ele diz saindo, enquanto não consigo tirar meus olhos dele. —Ei, babe menos no meu tio—Melissa diz jogando uma batata frita em mim. —Eu não estava olhando para ele—minto. —Estava sim que eu vi, e sim ele é um gato, muito gato mesmo, e o irmão mais velho do meu pai, eu sei não parece por que ele realmente esta bem conservado, o que o faz uns vinte anos mais velho que você, e tenho outra má noticia—ela diz bebendo o suco. —Claro que tem—digo revirando os olhos. —Você jamais teria uma chance com ele—ela afirma. —Não que eu esteja interessada, mas por que eu não teria?—inquiro. —Por que ele nunca, jamais, never, nem em sonho se envolveria com uma aluna, isso deu muito r**m para ele no passado, então minha amiga, sinto muito em dizer mas desista—ela diz sorrindo. —Não seja louca, não estou interessada nele—digo a ela, tentando me fazer acreditar nisso também. As próximas aulas passaram rapidamente e hora ou outra nossos olhos se encontravam, eu só poderia estar louca, eu o estava encarando e ele apenas olhava de volta. Assim que o sinal ecoou todos saíram apressados e um dos rapazes esbarrou em mim fazendo com que eu derrubasse todos os livros que eu carregava. Abaixei-me para apanha-los e logo uma mão tocou a minha, ergui meus olhos e encontrei os seus. —Eu te ajudo—ele diz. —Obrigada—digo envergonhada. —Não tinha ideia de que era filha da Sophia, conheci sua mãe alguns anos atrás e depois que vim morar aqui na cidade, cruzei com ela algumas vezes, mas acabei não associando o sobrenome—ele diz. —Eu não disse meu sobrenome antes, e você também não disse o seu—digo sorrindo. —É verdade, que rude da minha parte, Vincenzo Bianchi, muito prazer—ele diz estendendo a mão para mim. —Valentina Marshell Robbins—digo pegando em sua mão. O contato de sua mão na minha, fez com que meu corpo todo sentisse uma espécie de choque, o que a julgar pelo modo que me olhou e puxou a mão rapidamente também aconteceu com ele. —Eu preciso ir—digo pegando os livros rapidamente da mão dele e saindo sem ao menos olhar para trás. Meu corpo reagia ao contato dele, e seus olhos pareciam enxergar a minha alma, eu nunca fui uma garota atirada e menos ainda me envolvia com homens mais velhos, mas este em particular, o meu professor estava me tirando o sono e me fazendo ter os mais devassos pensamentos. POV VINCENZO  Mais um dia iniciava, e eu já estava cansado sem ao menos o ter iniciado, eu amava o que fazia, adorava lecionar, e era grato por ter conseguido esse emprego na NYU, mesmo após aquele incidente com Giulia na Itália, eu ainda lembrava de seus olhos castanhos e de suas palavras, ela me levou até a beira do abismo, me fez pular sem paraquedas e viver um amor proibido, minha aluna, filha do reitor, onde eu estava com a cabeça? E desde então vivo em Nova York, em um apartamento confortável, mas ainda sinto falta do meu país, dos costumes e claro ainda me pegava pensando em Giulia, em como ela esta depois desses cinco anos. Entro no banho e deixo a água escorrer pelo meu corpo, lembro-me de todas às vezes em que as mãos dela estavam passeando sobre meu corpo, arrancando de mim gemidos sem pudor algum. Saio do banho me dando conta de que as lembranças haviam me feito atrasar, pego uma calça caqui e uma camisa azul marinho, ajeito meu cabelo rapidamente coloco meus óculos e saio pegando a chave do carro e minha pasta. Chego a universidade em cima da hora, e isso verdadeiramente não é do meu feitio, passo apressadamente em frente a porta da sala da reitora que me chama, ela é uma mulher bonita, deve ter a minha idade, por diversas vezes ela insinuou querer sair comigo, mas depois de Giulia não quero mais saber de relacionamentos dentro do ambiente de trabalho. —Professor! —Sim—digo voltando dois passos. —Está atrasado—ela diz. —Me desculpe isso não vai acontecer novamente Reitora—digo olhando para ela ainda parado á porta. —Pode me chamar de Anna, tudo bem espero que não se repita e a propósito tem uma aluna nova na sua turma—ela diz me olhando. —Obrigado, vou indo—digo voltando para o corredor que leva a minha sala. Entrei na sala, procurando por alguém diferente, vi a garota sentada olhando para o caderno, parecia anotar alguma coisa. Apresentei-me, e quando seus olhos levantaram do caderno e se encontraram com os meus, algo mudou dentro de mim, seus olhos azuis pareciam me chamar, passei o decorrer das aulas sempre buscando seus olhos. Assim que tocou o sinal ela saiu correndo, e eu que não tinha o costume de passear pelo refeitório na hora do intervalo, lá estava buscando por ela, todos meus sentidos gritavam alerta, perigo, mas eu queria vê-la. Foi então que ouvi a voz conhecida e escandalosa da minha sobrinha Melissa. Caminhei até a mesa dela, vendo que a garota que eu procurava estava ali, então após Mel nos apresentar formalmente descobri que a doce garota era filha dos sócios da nossa empresa, que mundo pequeno, recordo-me vagamente dela nos aniversários da Mel, com seus óculos e aparelhos, mas agora ela era uma mulher, uma mulher muito bonita e também minha aluna, o que me deixava claro que eu tinha que me afastar. Voltei para a sala e as próximas aulas evitei aqueles olhos azuis, e aqueles lábios que mordiam a caneta, ela parecia fazer de propósito, mas tudo nela exalava inocência. Ao final das aulas, um dos alunos esbarrou nela quando estavam saindo, o que fez com que seus livros caíssem, ela se abaixou para recolhe-los no mesmo instante que eu e nossas mãos se tocaram, um calafrio subiu pelas minhas costas, seu toque fez isso, seus olhos invadiram os meus, mas logo ela saiu correndo sem ao menos se dar conta de que um dos seus livros estava comigo, olhei para a capa do livro e não pude acreditar no que meus olhos viam, cinquenta tons de cinza, serio pequena travessa? Entrei no sistema de dados dos alunos, para verificar se os dela já haviam sido implantados, e lá estava, endereço, dados estudantis e o mais importante contato telefônico, anotei seu numero em meu celular, juntei meu material e fui para casa. Cheguei em casa e fui tomar um banho eu precisava relaxar, entrei no chuveiro e eu estava duro, meu p*u estava duro demais, e toda vez que eu fechava meus olhos, aqueles olhos azuis surgiam na minha mente, eu não podia pensar naquela garota, mas meu corpo reagia toda vez que eu lembrava de seus olhos, sua boca, as curvas do seu corpo. Saio do banho, coloco apenas uma bermuda, esta calor nesta época do ano, abro meu notebook e entro no sistema da faculdade, busco novamente seu nome, e lá esta sua foto, seu nome completo e sua data de nascimento, ela não tinha nem dezoito anos completos, como ela entrou na universidade? Corro a tela mais para baixo e vejo que ela entrou através de uma prova ela ainda faria dezoito daqui a três meses, agora que ela era proibida mesmo para mim. Olho o livro na mesa ao centro da sala, abro em uma pagina qualquer leio as primeiras linhas. “Ele se atira em cima de mim, empurrando-me contra a parede do elevador. Sua mão agarra meu cabelo e o puxa para baixo, deixando-me com o rosto virado para cima, e seus lábios colam nos meus. Não é exatamente doloroso. Nunca fui beijada assim. Minha língua afaga timidamente a dele e as duas se unem numa dança lenta e erótica se encostando e se sentindo. Ele me quer. Christian Grey, deus grego, me quer, e eu o quero, aqui, agora, dentro do elevador.” Que leitura um tanto questionável para uma menina, abro em outra pagina e leio novamente. “A Submissa se manterá sempre limpa e depilada. A Submissa não se envolverá em quaisquer relações sexuais com qualquer outra pessoa senão o Dominador. Vê-lo ajoelhado na minha frente, sentir sua boca em mim é algo muito inesperado e sensual. Mantenho as mãos em seu cabelo, puxando-o delicadamente ao tentar aquietar minha respiração bastante ruidosa. As mãos dele deslizam nos meus s***s, e respiro fundo quando seus dedos rodeiam e começam a massageá-los de maneira delicada, mas firme. Arqueio o corpo instintivamente, pressionando os s***s nas mãos dele. Dá muito t***o saber que é meu corpo que faz com que ele se sinta assim” Definitivamente, essa não era uma leitura para uma garota inocente, ao menos que ela não seja tão inocente assim, submissão e dominação não é para qualquer um, são gostos peculiares, como o próprio personagem do livro em minhas mãos disse, será que ela gosta? Não vou negar que isso me atrai pensar em tê-la ao meu dispor, faz com que meu p*u endureça na hora sob minha cueca. A noite já caia sobre a cidade, e eu estava lutando comigo mesmo para não mandar uma mensagem para ela, até que eu fui vencido pelo meu lado devasso, sem pudor, e safado. Abro o chat, e tiro uma foto do livro dela em meu colo, estrategicamente colocado onde ela veria o volume dentro da minha bermuda, escrevo a mensagem. “Deixou um livro para trás” Bloqueio à tela do celular, pedindo para que ela não responda a mensagem, até que a notificação chega. “Vincenzo?” Luto comigo novamente, mas decido escrever. “Quem mais poderia ser? A menos que tenha deixado seu livro cair em outro lugar” Envio para ela, e aguardo ansiosamente a resposta. “Que vergonha, esse livro nem é meu, uma amiga me emprestou” Dou risada, por ela tentar esconder o que estava lendo, posso imaginar ela vermelha de vergonha. “Eu li algumas partes, gostaria de ler o resto, será que sua amiga me emprestaria?” Logo a resposta surge. “Sim pode ler” Digito “Diga a sua amiga que agradeço, logo devolvo” Uma notificação e a resposta. “Sem problemas, professor, até amanha.” PS: Eu não me lembrava que a capa do livro era tão grande. Eu olhava para o celular sem acreditar que ela havia escrito aquilo, essa menina ia acabar com o resto de sanidade que havia em mim, eu não podia me deixar levar por ela, ela era minha aluna, menor de idade, filha dos sócios da empresa da família, havia muita coisa em risco, por uma noite com uma menina travessa.
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