bc

A maldição do Capitão Gulian Beho

book_age18+
32
FOLLOW
1K
READ
adventure
revenge
witch/wizard
genius
slavery
male lead
non-hunman lead
magical world
multiverse
kingdom building
like
intro-logo
Blurb

NARRA A HISTÓRIA ÉPICA E ASSUSTADORA DO MAIOR CAPITÃO QUE JÁ EXISTIU

Gulian, um pirata narcisista, egocêntrico e temido

por todos os mares acaba tendo enlaçado em seu

ser uma maldição que o impede de ser quem é:

um assassino frio e c***l, treinado por um

espadachim para destruir seus inimigos.

Segundo a mulher que o amaldiçoou:

UMA VIDA QUE ELE TIRAR, UM ANO ENVELHECERÁ.

MORRERÁ DE VELHICE, MAS TÃO JOVEM AINDA ESTARÁ.

chap-preview
Free preview
Uma de muitas
Esta história do capitão, e julgo eu a mais arrebatadora de todas as que já eu escrevi dele, começa em meio a uma batalha comum, no oceano Elom, como tantas outras que ele já enfrentou. Estávamos perto da costa dos reinos de Madeter e Niena, no continente doreumoten, prestes a entrar no mar tortuoso. Lugar onde as águas eram raivosas e cuspiam navegantes inexperientes para o meio do oceano Elom, não sobrando nada mais do que navios destroçados no fundo do oceano e dezenas de corpos boiando nas águas já calmas daquela região oceânica. Por ser quem sou, me permiti o pavor costumeiro e me escondi no armário de meu senhor. Antes era desconfortável, mas como era eu quem o arrumava diariamente, deixava um espaço para esconder quando o capitão Gulian Beho decidia brigar com alguém. Suas vítimas eram escolhidas quase que aleatoriamente. Bastavam cruzar seu caminho e lhe olhar torto que canhões estouravam. Criaturas estúpidas esses humanos. Mas como era de se imaginar, logo quando seu nome foi requisitado ao convés, ele abriu a porta de seu armário de madeira já sabendo que eu estaria ali. — Que vergonha, Telo! — disse ao me passar um olhar desgostoso, embora ele já estivesse acostumado a me ver correndo de medo. De súbito, sua mão alcançou os meus braços e me arrancou dali com certa impaciência e grosseria. O único motivo para que ele insistisse na minha presença em meio às batalhas, era para que eu o observasse enquanto ele matava homens que arriscavam a trilhar seu caminho durante uma briga e depois relatar o modo como venceu, em um pequeno livro específico para essas anotações, no intuito de ter, para as histórias que eu escrevesse dele, relatos de mortes reais, encaixados em outras situações literárias, e, como ele dizia: “não fantasia de sumo em como deveria ser um humano matando outro”. Sem muito enrolar, ele começou a me conduzir para os pavimentos superiores do Dergo, empurrando-me por trás. — Senhor... — Esperei que ele entendesse algum dia a minha relutância em ver todo aquele ódio constante. Mas ele era um humano, o que há de entender nisso? O capitão Gulian nem se preocupou em dizer uma só palavra, só continuava a me guiar até uma escada, me dando leves empurrões, para que eu fosse mais rápido, como se eu conseguisse seguir sua pressa, tendo ele essas pernas gigantes. Rompemos, com a mesma pressa de sempre, os corredores e as escadas dos níveis superiores do Dergo e logo alcançamos a última escada. O capitão ficou a minha frente, de costas a uma porta, e me encarou com aquele aviso em seus olhos grandes. — Você vai ficar lá em cima. Assenti com a cabeça. — Sem dúvida, senhor. Ele se virou e abriu a porta, relevando a luz do mundo exterior. O capitão avançou em seus inimigos de imediato, enquanto eu fiquei recluso quanto ao brilho do sol que ardia as minhas vistas recentemente acostumadas pelo escuro do armário de roupas. Imaginava que a batalha ainda estava de um navio para o outro, não sabia que os tripulantes do navio inimigo já estavam no nosso e alguns dos nossos no outro. O outro navio era um modelo inferior. Tachado como um Polvo de Galgir – lenda mitológica de um deus com doze Polvos Gigantes -. Mais precisamente, ele era um Fluyt colosso. O maior e melhor de sua categoria. Quando mais novo, Gulian não queria um navio simples como os de seus pais. Queria a maior b***a do Mar. Naquela época só haviam quatro Joinkty no mundo, hoje em dia já se tinha doze. E quando lhe foi sugerido um Hoquier ou um Vasdiloom, ele não o quis. Queria um Joinkty. Das três Bestas do Mar, ela era a maior, a mais equilibrada, a mais veloz e a mais furiosa. Ela tinha trinta e oito canhões, treze mastros e oito pavimentos. Suportava quatrocentos homens. Mesmo relutante, enfrentei de vez a minha paisagem mais vista na vida. Rompi pela batente da porta e coloquei-me a esquivar a cada passo que dava e retrair meus ombros a cada ressoar das espadas se chocando a minha volta. Como era pequeno e insignificante aos olhos deles, passei quase que despercebido. Os que me percebiam nem se importavam com minha presença e continuavam a brigar com quem era de fato uma ameaça. Vi, de um lugar menos perigoso, minutos depois, o capitão Gulian matando seus adversários como esmagava os mosquitos que o perturbavam durante seus momentos de descanso. Jafees o ajudava. Ela era uma ótima espada; turva, feita do metal mais resistente: cáfio, com cabo marrom escuro metalizado e uma aréola na ponta. Era uma espada longa de oitenta centímetros quase tão brilhante quanto o ego do nosso dono. Eu não era um escravo em si, era um sumo: uma criatura de bastante semelhança com os humanos, embora mais racional. Normalmente temos a pele branco-acinzentada, não muito forte, enquanto outros têm a pele branco-rosada. Temos orelhas grandes, embora a maioria bem comportadas; cabelo normalmente caracolado e volumoso, num castanho escuro ou claro, e o usamos um pouco grande, dando um pouco de volume à nossa pequena cabeça. Nossos olhos são um pouco menores que os dos humanos, embora sejam grandinhos para a nossa estatura e tamanho de cabeça. Temos normalmente lábios finos e levemente rosados; dentes normalmente compridos, com vãos entre um e outro; narizes geralmente afilados e pequenos; e rostos de formato losango e magro. Em questão de anatomia os sumos são idênticos aos humanos, mas o que nos diferencia mesmo são os traços faciais, que os dos humanos são profundos, com milhares de combinações, fazendo cada um possuir sua única aparência. Já os sumos não têm muitas combinações e nem muitos detalhes, permitindo que encontremos, uma ora ou outra na vida, sumos idênticos a nós. Querendo os humanos aceitar ou não, somos a criatura mais bela existente. Normalmente somos pequenos, tendo os homens adultos de 1,35 a 1,45; as mulheres adultas de 1,20 a 1,40. Isso os de estatura mediana aos extremamente mais altos. Embora muitos sumos tenham bem menos do que isso. Eu tenho bem menos do que isso. Era raro encontrar um sumo gordo, embora existissem, pois normalmente passamos fome e vivemos como vermes. Sendo considerados abaixo de qualquer animal existente. Atingimos a consciência geralmente aos um ano de vida e a fase madura normalmente aos oito. Ainda nos consideramos crianças, mesmo depois de alcançar a fase madura, por termos uma baixa estatura até os quatorze anos, que é quando começamos a espichar, parando de crescer apenas aos dezesseis. Vivemos geralmente de trinta a quarenta anos, mas quando o sumo tem uma vida confortável, sem sofrimento, fome e miséria, pode chegar ao dobro disso. Pela minha estimativa, acredito que ainda estarei vivo quando a minha existência contar cinquenta anos, contando que tive uma infância boa e divertida. Vi o capitão passando por um marujo, depois por outro e outro, enquanto se aproximava de mim. Ele os derrubava com tanta sagacidade e desdém, esquecendo ou nem se preocupando em ver o rosto daqueles que matava tão friamente. Tentei me levantar, mas era covarde demais para isso e acabei travado ali no chão, atrás do barril deitado, esperando temerosamente o que o capitão iria me dizer. E não demorou muito para que ele me alcançasse e me desse ordens: — Telo, vá até a cela dos escravos e peça para que Aderi solte todos eles e os mande aqui para cima nos ajudar. — Logo outro marujo se aproximou do capitão, gritando e com a espada para cima. Ele o abaixou com força, mirando no pescoço de meu senhor. Já o capitão desviou aquela espada com a Jafees, acertou um chute na costela do sujeito meio segundo depois, puxou sua espada para trás e a cravou no peito do sujeito. Continuei no chão, sei que não deveria, mas não conseguia lutar contra, era meu instinto, minha natureza covarde, até ser internamente chacoalhado e motivado pelo brado do capitão, que repetiu diversas vezes no meu cérebro, agindo como uma fonte de energia: — Vá logo, criatura! Criatura é a mãe, sua b***a quadrada. Me coloquei de pé num pulo só e o olhei de canto de olho. Corri desvairadamente até uma porta e por ela entrei, desci a escada e passei por alguns homens brigando de socos. Desviei-me deles, trombando nas paredes, e cheguei até o carcereiro Aderi. Aderi vagava de uma extremidade à outra do corredor das celas, com ambas as mãos dadas para trás e com passos preguiçosos e despreocupados, olhando oras ou outras de cela em cela. Ele me viu à distância e continuou rondando, até que me aproximei, cuspindo as ordens: — O capitão Gulian ordenou que libertasse os escravos para que eles lutem por suas vidas, senão serão... — Sumo — alguém me chamou com tanta rispidez ao se aproximar de mim, como se mandasse um cachorro sair de perto —, os homens estão tentando tampar os buracos no casco enquanto outros tiram a água que está entrando no navio, só que não estão dando conta e precisam de mais homens. Mande os escravos para lá. Olhei para o lado e vi Vitto Noir, primo por parte materna de meu senhor e vice-capitão do navio. Era tão mandão, desproporcionalmente alto, de corpo forte e feio quanto o capitão Gulian, com diferença que Vitto Noir usava seu cabelo mais curto e era loiro, com feições estranhas e olhos azuis; com lábios finos e rubros, enquanto o capitão Gulian Beho era pardo, ainda mais alto, ainda mais forte; de olhos castanhos escuros; que vivia com uma barba m*l feita e espessa; com o nariz maior e menos afilado que o de seu primo, e lábios grandes e volumosos, tão rubros quanto os de Vitto; de cabelo n***o e longo, com leves ondas, até um pouco abaixo dos ombros, quase meando as costas, que vivia amarrado como r**o de cavalo. — O capitão Gulian Beho ordenou que os escravos fossem para a batalha, Vitto — comuniquei. — Então mande dois terço deles para cima e um terço para baixo. — Virou de costas ao bater em retirada, esperando que eu me virasse com essa nova ordem. Bicho nojento. — Não adianta vencer mais uma batalha e ter o Dergo afundado — ele acrescentou em descaso. Olhei para o homem que já sabia o que fazer e ele apenas deu as ordens. De seu jeito ameaçador, advertiu os escravos dos perigos que encontrariam e da pena de morte caso tentassem fugir. Guiei um terço deles até a parte do navio onde imaginava estar com o casco quebrado e Aderi conduziu o resto para a morte certa lá em cima. Eles me olhavam como se eu fosse uma espécie rara, algo que nem deveria falar. Supus que fossem do continente mancesoten, onde o Norte é frio demais para sobrevivermos, ou então eles vieram de algum país onde a nossa existência é um crime com pena de morte, graças à resistência que, alguns dos meus, em épocas passadas, iniciaram e que gerou muitas mortes para ambos os lados. Chegamos numa parte em que vários baldes de água passavam de mão em mão, numa fileira extensa de homens cansados, dobrando o corredor para jogarem a água por uma janela de um cômodo ali perto. Passamos por eles e logo desci a escadaria. Ao chegar ao nível em que todos ali no cômodo estavam, percebi que a água chegava quase até minha cintura. — Venham! — Vitto rosnou para os escravos que se aproximavam, agitando suas mãos com tanta superioridade que não cabia em sua pequena mente. — Rápido! Rápido! Rápido! — Foi dizendo à medida que pousava suas mãos nas costas dos escravos que passavam ligeiros por ele. Homens tentavam remendar os buracos com panos, piche e outras coisas que, agitado demais, não prestei tanta atenção. — Você não consegue fazer isso mais rápido? — Vitto disse para o Werno, um dos colegas que depressa tampava um dos buracos. — A madeira está estilhaçada. Não importa o quanto eu feche, o buraco abre em volta — se explicou aos balbucios. — Então concerte primeiro as voltas onde a madeira está a ponto de ceder e depois vá até a raiz do problema — me intrometi rápido demais para meu infortúnio e percebi os olhares lançados em minha direção. O que aquela coisa estranha pensa que é para se intrometer em assuntos de humanos? Imagino que fosse o que se perguntaram. — Funcionaria? — Vitto verificou com Werno, desviando, só depois, os olhos de mim para ele. — Sim, sim. Acredito que sim — garantiu, sem olhar para Vitto. — Mas enquanto isso a água será jogada com força para dentro. Vitto olhou para nós e apregoou à medida que gesticulava com as mãos e braços: — Distanciem-se mais, estão muito juntos e façam três fileiras até a janela. — Apontou. — Quero que mais três pessoas se juntem a esses três que já estão recolhendo a água do chão. Ajam rápido, pois não tolerarei atrapalhados. — Apontou seu dedo na minha direção e senti uma pontada no coração. — Você ajudará o Werno a reforçar as beiradas e depois a tampar o buraco. — Virou com o corpo para outra direção, apontando o dedo para outros. — À medida que o restante dos encarregados por tamparem os menores buracos for terminando, quero que ajudem o Werno a fechar o dele, ouviram? Acenaram com a cabeça. Não ousariam em fazer diferente. — Agora vou subir, qualquer coisa peça para o sumo me chamar. Minha atenção que, ali, estava dedicada ao problema, foi direcionada à Vitto, que subia os lances da escadaria tão belamente vestido. Sempre o sumo. Chamem ele, ele é um sumo. Mande o sumo limpar sua b***a, ele é um sumo. Humanos depravados. Bestas quadradas. Enquanto eu o via se distanciando, as pessoas começaram a se organizar, como ele havia requerido, e a manter o ritmo de antes, só que agora com mais pessoas no trabalho. E assim que alcançou a porta acima dos lances de escada, Vitto se virou e imediatamente parei de encará-lo e andei e nadei contra a água até Werno, para ajudá-lo. As águas respigavam em mim pelos baldes que eram lançados de volta ao cômodo por uma pessoa em outra porta, perto da que Vitto nos observava, assim como o jato que entrava incessantemente pelos buracos. Demorou até que conseguíssemos fechar os buracos. Pois enquanto tampávamos aqueles, canhões inimigos faziam outros. A água tomou uma coloração avermelhada quando um dos grumetes ao meu lado foi atingido e teve parte de sua cabeça estourada e espalhada por todo aquele lugar. Não demoraram para logo tirarem o corpo dele dali e o guardar em outro cômodo para fazer, mais tarde, o funeral dos homens que perderam a vida porque o capitão deles decidiu brigar. Canhões disparavam de ambos os navios que estavam lado a lado e os destruíam. Iremos ambos afundar, constatei com pesar. Desta vez vamos. Os marujos e os grumetes ruminavam a possibilidade de perdermos essa, enquanto trocavam olhares mofinos. Mas persistíamos, entre um e outro buraco novo, sob a vigilância do Vitto. Embora, com sorte, ele se ausentasse às vezes. Logo o dia se fez noite e Vitto desceu sorridente, alegando que o capitão Gulian Beho havia ganhado a batalha ao matar o capitão do navio inimigo. Quando terminamos de arrumar os buracos e fomos ao convés, havia corpos espalhados e mutilados por todo canto. — Vitto, quero que você guie o Rava até Andorra, onde vamos reparar tanto ele quando o Dergo — o capitão Gulian ordenou sorridente, mostrando seus dentes inexplicavelmente brancos e compridos. — Você ficará com esse navio? — Não. Venderemos — comunicou ao passar por nós e descer a mesma escada por onde subimos minutos atrás. Vitto se virou imediatamente e continuou a perguntar: — E os tripulantes do Rava? — Ofereça um lugar no Dergo àqueles que desejarem ser um de nós e leve os que não quiserem para Andorra e os venda lá como escravos. — Antes de descer a escada, parou na porta e se virou para nós, dizendo: — Perdemos muitos escravos e precisamos de mais para conseguir parte do dinheiro que lucraríamos com os que morreram hoje. Vitto apenas assentiu, não para o capitão Gulian, porque este nem estava olhando, mas como sinal de que entendera. — Sumo — Vitto disse. Lá vem ele. — Sim? — Ajude os grumetes a limpar o Dergo. Não quero ver sangue quando chegarmos em Andorra. — Ele estava mais bravo que o normal Sempre que nos apropriávamos de um navio, após matar o velho capitão dele, Vitto insistia ao primo que ficasse com esse e não o vendesse. Mas o capitão Gulian nunca ouvia. Pelo menos nunca o seu primo. Olhei com tanta raiva que precisei controlar os impulsos para não avançar nele. Não era um grumete, tampouco um escravo para seguir suas ordens. Eu era o cérebro extra do capitão Gulian Beho. Era meu dever ler e absorver a maior quantidade de conhecimento que meu ritmo permitia, mas como poderia fazer isso se esse canalha, invejoso, nojento e mandão me dizia o que fazer a cada vez que notava minha existência?

editor-pick
Dreame-Editor's pick

bc

loja de cobras

read
1K
bc

Golden Boy

read
1K
bc

Afterlife: Póstumo (Livro 1)

read
1K
bc

Samurais x Ninjas

read
1K
bc

Flames Hodrison - As chamas lúgubres

read
1K
bc

Afterlife: Mundos (Livro 2)

read
1K
bc

Amuleto Godrine - O despertar do exército nefasto

read
1K

Scan code to download app

download_iosApp Store
google icon
Google Play
Facebook