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O Que é Que Tem? 1

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Blurb

Para que viver uma vida tão sem graça? Onde não podemos nos arriscar e fazer o que sentimos vontade?

Laís busca agir sempre de acordo com o que seu coração manda, ou quase sempre. Está sempre disposta à arriscar sua vida para realizar seus desejos.

No último ano do ensino médio, deseja se formar o mais rápido possível e se tornar independente, já que ganhará um apartamento logo em seguida.

A única coisa que está esquecendo de incluir em sua vida, é um novo amor. Já que a mesma fechou seu coração para qualquer rapaz que aparecesse.

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Capítulo 01
Laís narrando Existem alguns dias em que acordamos e apenas em olhar para fora da janela já nos faz sentir uma sensação boa. Pode-se dizer que o simples fato da luz solar atravessar as persianas transmite uma mensagem que o dia será positivo. Esse era o pressentimento que estava sentindo. De que a partir do momento em que eu levantasse da cama coisas boas poderiam vir acontecer. Não demorou para que a cabeça de mamãe aparecesse entre o vão da porta do meu quarto que estava aberto. Seus olhos percorreram o cômodo inteiro e voltaram a encontrar os meus. — Bom dia querida. — Saudou sorridente. — Eu e seu pais estamos saindo, o que gostaria que trouxéssemos para o almoço? — Bom dia mãe. — Respondi com a voz arrastada por conta do sono. — Oque estiver disponível, para mim estará ótimo. Havia algo que me incomodava em minha família: eu era filha única. Quer dizer, talvez não fosse apenas isso que me incomodava, mas principalmente o fato de estar sempre sozinha. Meus pais passavam a maior parte do tempo fora de casa, ou seja, restava ficar em casa apenas com a companhia de Margott que trabalhava conosco há algum tempo, porém, passava seu tempo com os afazeres de casa. A mesa estava repleta de alimentos como de costume. Não entendia muito bem a necessidade de tantas opções se éramos apenas em quatro dentro de casa, contando com Margott. — Senhorita Laís? — Ela chamou a minha atenção enquanto me alimentava. — Poderia me avisar assim que terminar seu café? — Nós já conversamos sobre o "senhorita", Laís está bom para mim. — Expliquei. Cada vez que ela me chamava de senhorita era como se algo dentro de mim despertasse. Não gostava de toda essa formalidade, apesar de que isso venha acontecendo desde que ela começara trabalhar aqui. — Desculpe-me. — Desculpou-se envergonhada. — É costume. Sorri em resposta e continuei a olhá-la trabalhar. Ela estava terminando de limpar a pequena coifa que havia na nossa cozinha. Seu olhar transmitia que algo não estava certo. Nós nunca fomos próximas. Na realidade, o intuito de meus pais nunca fora que ficássemos próximos das pessoas que de alguma forma trabalhavam para a nossa família. Papai costumava dizer que era uma maneira de proteger a família. Mas eu não estava gostando do seu olhar. Havia algo triste ali que me incomodava. — Margott? — A chamei. — Está tudo bem? — Perguntei preocupada. Margott parou o que estava fazendo e me olhou um pouco sem jeito, como se estivesse com vergonha de me contar. — Não é nada que precise se preocupar Laís. — Respondeueducadamente. — Essa sua feição não me engana. — Afirmei. — Por favor, fale o que está a incomodando? Ela olhou para os lados como se estivesse observando se alguém escutava nossa conversa, apesar de estarmos apenas nós duas sozinhas naquela casa. Aproximou-se calmamente e sentou-se na cadeira ao meu lado. — Tudo bem. — Falou soltando o ar que estava preso. — Apesar de receber um bom salário trabalhando para vocês, está ficando cada vez mais difícil sustentar minha casa. Moro de aluguel e crio meus dois filhos. Você sabe, as roupas param de servir com o tempo, preciso me preocupar com comida, aluguel, roupas, calçados... A essa altura lágrimas já percorriam suas bochechas, deixando-me com o coração partido. Via pessoas passarem por essas situações a todo momento, mas não conseguia imaginar que ela estava passando por tudo isso calada. De imediato não havia muito ao que ser feito. Antes de tomar qualquer decisão era necessário conversar com meus pais, com certeza eles teriam mais noção do que poderia ajuda-la. — Assim que meus pais chegarem irei conversar com eles. — Avisei. — Laís, por favor, não quero incomodá-los. — Pediu chorosa. — Eu nem deveria estar falando sobre isso com você. Toquei seu braço como se aquela atitude fosse confortá-la. — Não se preocupe, darei um jeito nisso. — Afirmei com certeza. — Muito obrigada. — Agradeceu apertando as minhas mãos. — Serei eternamente grata pelo que está fazendo por mim. E quando menos esperei ela se aproximou com um abraço. Passou seus braços em volta do meu corpo e me apertou. Fazia tempo que não recebia um abraço tão aconchegante e significativo como aquele, como se parte de mim necessitasse daquele contato. Como meus pais passam a maior parte do tempo fora de casa era difícil manter esse contato, o que me fazia sentir falta da infância. Passei alguns minutos da minha manhã ao lado de Margott a ajudando na cozinha e conversando sobre a sua situação. Não era fácil ser mãe solteira e ter que cuidar de dois filhos, que apesar de ter idade para iniciarem alguns trabalhos, ainda não haviam conseguido nada no mercado de trabalho. Agora, via-me perdida com os cadernos que estavam espalhados pela cama. Vida de colegial não era fácil. Matemática, física, química, história... Quanto mais exercícios resolvia, parecia-me aparecer cada vez mais. Era tanta coisa na minha frente e na minha cabeça, que m*l percebi que as horas haviam passado e que já era quase quatro horas da tarde e eu nem havia almoçado. Por incrível que pareça, quando desci a escada deparei-me com meus pais sentados na sala assistindo à televisão como se fosse um costume, a maioria das vezes passavam horas tratando dos negócios e esqueciam do lazer. Margott havia esquentado a lasanha que eles trouxeram para mim e havia preparado também uma limonada, a qual eu amava profundamente. Enquanto me alimentava percebi no relógio que estava na parede que faltava menos de uma hora para seu horário de ir embora. Como era início de mês, resolvi que naquele dia eu faria algo por Margott. Nós iríamos até o mercado fazer sua compra, não me importaria de gastar a pequena mesada que recebia dos meus pais para ajudá-la. Tentei escolher os itens de maneira mais diversificada possível. Todos os alimentos que fossem necessários para três pessoas consumirem em um mês, mais algumas besteiras que todos temos o direito e até mesmo algumas carnes a mais para caso quisessem convidar alguém algum dia. A cada produto no carrinho, os olhos de Margott brilhavam ainda mais. — Meus filhos irão amar tudo que comprou. — Falou animada com os olhos cheios de lágrimas. — Você não costuma comprar esses produtos? — Questionei curiosa. — Às vezes quando sobra um dinheiro. — Respondeu. — Ainda assim, dou preferência para os produtos mais baratos. Uma pontada de dor apareceu em meu coração com a forma que ela contava suas dificuldades e lutas. — Como seus filhos se chamam? — Perguntei. — São dois meninos. — Iniciou respondendo. — OArthur é o mais velho, acabou de completar seus dezoito anos e está terminando o ensino médio agora. E tenho também o Heitor que está no segundo e tem dezesseis. De fato, ela nunca havia mencionado os filhos antes. Talvez eu nunca tivesse dado a possibilidade de conversamos sobre isso, apesar de que ela sempre tentava evitar o máximo de falar sobre a sua vida pessoal, assim como a minha família. Assim que chegamos em sua casa, a auxiliei a descarregar as sacolas do carro. Apesar de uma casa simples, trazia uma sensação de acolhimento, como se eu pudesse ficar ali por horas. — É tudo muito simples aqui. — Margott falou como se precisasse se explicar. Quem sabe meus pais fossem exagerados por quererem uma casa muito grande. Ali na casa de Margott havia tudo que uma família precisava. Era limpa e organizada, o que para mim já era o suficiente. Quando adentramos a cozinha pela segunda vez, demos de cara com dois meninos atacando as sacolas com toda pressa e curiosidade que havia neles. — Meninos! — Dona Margott chamou. — Olhem os bons modos. Assim que os meninos ouviram a voz de sua mãe, viraram os calcanhares rapidamente para olhá-la. Infelizmente, assim que se viraram, percebi que um dos meninos era o Arthur. Ele estudava comigo e com certeza era uma das pessoas que eu mais detestava na face da terra. Quando seus olhos encontraram os meus sua cara se fechou, diferente de seu irmão que ainda permanecia surpreso. — Oque você está fazendo aqui? — Arthur perguntou carrancudo. — Arthur! Olha a maneira como fala com ela. — Sua mãe chamou sua atenção. — Ela é filha dos donos da casa onde trabalho, Laís fez a gentileza de realizar a nossa compra do mês. — Nós não estamos precisando do seu dinheiro. — Afirmou rancoroso. Via o olhar de tristeza em Heitor a cada palavra dita por Arthur. Embora nossa relação não fosse nada boa no colégio, isso não dava o direito de me tratar daquela maneira, ainda mais quando eu estava apenas tentando ajudar sua família. — Quem diria uma patricinha fazendo uma boa ação. — Falou irônico. — Eu não sou patricinha. — Neguei. — Imagina. — Retrucou. — Dona Margott, já retiramos tudo do carro, até amanhã. — Falei enquanto me retirava. Não era justo que eu continuasse dentro daquela casa ouvindo ofensas. Ele precisava aprender a separar as coisas. Quando estava quase chegando no portão, ouvi meu nome ser chamado mas não era a voz de Arthur, e sim de Heitor. — Esqueci alguma coisa? — Perguntei confusa. — Não. — Respondeu. — Na verdade, vim me desculpar pelas coisas que meu irmão disse. — Acredite, estou muito acostumada com isso. — Afirmei como se já não importasse mais. Ele revirou os olhos e encarou o céu por alguns segundos. — Ele não fez por m*l, quer dizer, você sabe como ele é i****a. — Falou forçando um sorriso. — Agradecemos imensamente o que fez por nós e prometo tentar não comer tudo aquilo em uma semana. Presenciar a forma como seus olhos brilhavam e como estava feliz com minha pequena atitude, fez com que meu coração enchesse em chamas. Como se suas palavras houvessem transmitido um calor para a minha alma. Durante o caminho até em casa meu pensamento fora todo voltado a situação daquela família e principalmente no bom coração de dona Margott e no quão valente ela era. — Onde você estava? — Foi a primeira coisa que mamãe falou assim que adentrei nossa sala. — Fui ao supermercado fazer a compra do mês com dona Margott. — Respondi. Ela se surpreendeu de imediato, era evidente por conta dos olhos arregalados e sequentemente marejados. — Você está crescendo tão rápido. — Falou chorosa. Era difícil encontrar mamãe em momentos assim, normalmente ela não costumava demonstrar sentimentos. Talvez essa fosse uma mania que eu havia herdado dela. Passamos algumas horas conversando sobre o que havia acontecido naquele dia. Contei toda a história, retirando apenas os detalhes do clima chato que havia acontecido com Arthur, não precisava estragar essa grande história com isso.  

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