dois

1667 Words
– O que está esperando para poder fazer a checagem da lista, Damon? Uma ordem direta do chefe? – A ironia em seu tom divertiu a jovem que os observava – Pensei que esse fosse o seu trabalho – atingindo o ego do seu colega, longos segundos se passaram até que algo voltasse a ser dito. Ainda não acreditando que foi passado para trás por alguém com anos a menos de experiência do que o próprio, e se recusando a aceitar que às vezes sua arrogância interferia consideravelmente em seu desempenho dentro do trabalho. Damon fez a checagem pedida, e ao ver que Claire se encontrava entre os três novos membros de sua equipe, liberou imediatamente a entrada da garota para que pudesse ir ver o que queriam com a sua presença na sala de pesquisas. Enquanto a jovem aspirante seguia fazendo um pequeno tour com a moça que aniquilou a sua chance de colocar o homem em seu devido lugar, mesmo tendo a noção de que poderia ter sido demitida logo após uma única reclamação ao conselho. Mas não se importou com nada disso no momento, pois não seria ela a aceitar desaforo sem ter feito nada para merecê-lo. Sem dúvidas ela agradecia a mulher a sua frente por ter a cortado antes de dizer algo que possivelmente poderia lhe custar a própria carreira. – E então? Vai me dizer o seu nome, e sobre o que se trata esse tal projeto? – Aquilo não foi uma simples pergunta de quem quer logo se integrar a sua nova equipe,não mesmo. Seu interesse era outro completamente diferente, e queria poder colocá–los em linha de frente o quanto antes. – Meu nome é Brenda,sou uma das principais dirigentes do projeto Runaways – Exibindo um belo sorriso,se apresentou já destacando sua área de ocupação e caminhando pela extensão de todo o laboratório com a ideia de apresentar cada canto do lugar para a jovem aspirante,que parecia realmente estar muito interessada em tudo. Não que fosse uma mentira, até porque, esse era o seu trabalho. Mas havia algo de diferente em Brenda, algo que a mesma não soube identificar, e que de alguma forma a fez se ligar àquela jovem dirigente. E mesmo que não possuísse ideia do que poderia ser, Claire tinha apenas uma certeza em mente. Iria se manter por perto e descobrir o porquê de tal sensação. O sentimento que lhe obrigava a manter aquela mulher perto de si e em segurança, sabe–se lá o porquê. Era muito estranho, estava presente e cada vez mais forte – Se você está aqui é porque tem talento e força de vontade para aprender. Afinal, não mandariam alguém tão jovem que não tivesse a capacidade de progredir – Foi firme ao dizer, e em nenhum momento desgrudou o olhar da jovem curiosa a sua frente, que parecia impressionada com cada aparelho disponibilizado, agora como suas novas ferramentas de trabalho – Esse projeto, é de certa forma muito especial, porque ele se baseia no desenvolvimento de robôs cibernéticos com inteligência humana. O objetivo final, é que esses robôs possam substituir os agentes em áreas de alto risco, diminuindo a taxa de mortalidade e aumentando a eficiência na p******o generalizada. – Você disse inteligência humana, mas sabemos que isso é algo que ainda não está ao nosso alcance – Dando a atenção que Brenda esperava, Claire relatou seu ponto – Então o mais ideal, seria uma inteligência artificial ligada diretamente ao centro do Instituto. Porém, analisando o que você me explicou e os acontecimentos passados, essa ideia também se encontra fora de mão. Dessa forma, levando tudo isso em consideração, vocês teriam que está desenvolvendo algo para competir de igual contra a I.A ,e vendo como tudo está bem avançado,me arrisco a dizer que esse programa já deve estar pronto ou quase chegando lá. E a única pessoa aqui dentro que teria livre acesso às modificações posteriores às programadas de início,seria apenas o diretor, por ser ele o dono absoluto do Instituto. Estou certa ou deixei passar alguma coisa de suma importância? – Na verdade não,você soube como resumir praticamente tudo. A única coisa que muda nessa sua rápida análise, é que o atual diretor se desligou por completo de tudo relacionado ao Instituto e deixou o seu lugar para o primogênito. Ou seja, minha irmã é a nova chefe de tudo aqui dentro – Um rapaz que Claire não soube identificar, passou por cima de uma possível resposta de Brenda e aproveitou para adiantar as novidades do momento – Peço desculpas por me intrometer na conversa de vocês. Sou Gregori,o irmão mais novo da Gaby, e um dos cientistas presos nesse projeto – Sorriu estendendo a mão para um cumprimento que foi aceito de imediato,assim como seu sorriso, que foi retribuído à altura. – E você ainda me diz que estou vendo e colocando coisas onde não há? Vê se acorda Greg. Não é só porque ela é a sua irmã que você tem que vê–la como um ser livre de falhas – um longo suspiro deixou os seus lábios diante os dizeres – Não é estranho ela ter conseguido a posse de tudo justo quando o projeto está caminhando para a fase final? Faltam apenas duas semanas, talvez menos. Sabemos o que pode acontecer se esse programa cair em mãos erradas,e nada me tira da mente que ela é uma dessas mãos – Cada palavra foi dita com grande cuidado e uma altura consideravelmente baixa. Não poderia correr o risco de ser ouvida. Se estivesse certa,sua vida poderia estar em perigo caso o que pensa caísse em ouvidos traiçoeiros. Desde que o projeto foi iniciado,Brenda sempre se manteve um passo atrás em relação a tudo o que era ligado a ele. E com o início da criação do novo programa,foi esperta ao deixar falhas que mais ninguém além dela mesma, saberia como detectar tal erro e o consertar. Isso era o que a mesma pensava até bater seus olhos na jovem à sua frente. O modo como Claire fez uma análise tão precisa, apresentando teorias cabíveis ao projeto tendo pego apenas um pequeno resumo sobre o mesmo, foi impressionante. A jovem cientista viu, que no fim das contas, alguém mais dentro daquele prédio poderia sim consertar o que a mesma tinha feito de tudo para manter escondido. Contrariando os seus pensamentos, existia uma mente que poderia colocar o fim do mundo nas mãos de alguém que não pensaria duas vezes antes de apertar o botão para conseguir obter o poder máximo disponível,e Brenda estava certa de que Gabriela seria essa pessoa, tinha certeza de que as intenções da chefe não caminhava ao lado das intenções de metade de sua equipe. O motivo responsável para que a brilhante cientista não tivesse se desligado do projeto, havia sido unicamente o seu enorme senso de moralidade. O qual a fez tecer cada linha até o momento e deixar um escape para acabar com tudo caso as suas possíveis previsões viessem a se realizar. Não somente pelas mãos de Gabriela,mas pelas mãos de qualquer um que não tivesse uma integridade moral formada. – Não vamos voltar nesse assunto, Brenda, já deixei claro qual o objetivo real dela. Essa mudança de cargo foi decisão do meu pai junto de toda família. O que só aconteceu porque a Gaby se mostrou capaz, ela só está onde está porque fez por merecer cada subida de degrau – o rapaz foi firme ao dizer, em seguida dando as costas pronto para se retirar. Gregori Mendes era aquele tipo de irmão caçula que sentia imenso orgulho dos feitos da irmã mais velha, e não pensaria duas vezes antes de colocar as mãos no fogo por ela, mesmo havendo uma grande possibilidade de se queimar f**o diante as consequências. – Se for para voltar nesse assunto mais uma vez, não me procure. É melhor nem vir falar comigo caso não seja algo ligado ao projeto dela – o jovem cientista completou por fim se afastando, não escondendo toda chateação que sentia. – Eu devo fingir que não vi nada, ou posso m***r a minha curiosidade perguntando qual a sua desconfiança em relação à finalidade do projeto nas mãos da filha do chefe? – A mais nova não se conteve e acabou despejando a pergunta, mesmo com o seus consciente dizendo que seria uma péssima ideia, que essa curiosidade sem limites poderia levá-la ao buraco a qualquer momento,e só para pregar uma boa peça, quando ela menos esperasse. Com certeza não seria nada agradável. – Eu preciso de ajuda para terminar uma pequena investigação que comecei a mais de uma semana,e para finalmente concluí-la, preciso de alguém de confiança comigo. Não posso contar com ninguém aqui dentro, todos seguem as ordens da Gabriela à risca. E ainda tem o Greg que a defende com unhas e dentes, não podendo esquecer o palhaço do Damon, que estando afim dela, faria de tudo para ajudá-la ou para impedir qualquer um que tenha o objetivo de prejudicá-la, não importando o que a mesma possa ter em mente – aceitando que havia uma grande chance para confiar na jovem em sua companhia, relatou tomando imenso cuidado para não ser ouvida. Sabia da enorme chance de alguma coisa cair diretamente nos ouvidos de Gabriela, o que a levaria a concretizar as óbvias suspeitas que a mesma possivelmente nutria sobre si – Posso confiar em você e te arrastar junto a mim nessa missão obviamente suicida? Ao ouvir tal convite, a jovem aspirante paralisou por breves segundos, deixando seu cérebro analisar com o máximo de cuidado tudo o que acabou de receber. Não poderia simplesmente abrir a boca soltando a resposta, apesar de ter certeza que a negativa era a opção mais lógica tendo em conta que ela é apenas uma estagiária com a oportunidade dos sonhos nas mãos e que poderia perdê-la em um piscar de olhos se vacilasse com seus superiores. Definitivamente a resposta teria que ser não. Porém;
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