Capítulo 3

1897 Words
      A família Luccas Swan estava almoçando como era de costume, Emma mesmo vivendo em seu mundo particular, exigia que todos sentassem a mesa, era assim que sua esposa gostava e a loira decidiu que seguiria todas as manias de Ruby, era uma forma de tê-la sempre consigo.     A loira comia calada, como se não houvesse ninguém a mesa além dela, apenas respondia quando perguntada sobre algo, diferente da pequena Lexie que tagarelava toda animada por conta do passeio de logo mais. - Com licença patroa. – falou Daniel entrando na sala de jantar. - O que foi Daniel? – Perguntou mirando o veterinário, todos sabiam que Emma detestava ser incomodada na hora das refeições. - Preciso que a senhora venha comigo aos estábulos. - Não está vendo que estou almoçando? – falou seria e voltou a comer, o que fez o rapaz olhar para baixo. - É que ...é urgente patroa. – insistiu o rapaz com receio, pois, conhecia muito bem o temperamento da patroa.     Emma soltou os talheres na mesa, fazendo com que Lexie se calasse e todos na mesa a olhassem. - Já que você atrapalhou meu almoço, fale logo. – Disse fria não ligando para os olhares. - É o Angus, ele não está nada bem. – nessa hora Daniel recebeu toda atenção da patroa. - O que aconteceu com ele? – Perguntou se levantando e indo em direção à porta.     Após ver a mãe sair praticamente correndo da mesa, a pequena Lexie entristeceu o rostinho e pôs o garfo ao lado do prato. - Posso ir para meu quarto vovó? – Perguntou à pequena. - Não vai terminar de almoçar Lexie? – perguntou Paloma. - Já terminei, posso ir vovó?- insistiu a menina e se retirou da mesa quando a permissão foi concedida.     Paloma olhou preocupada para Granny e foi atrás da sobrinha. Entrando no quarto a morena encontrou Lexie deitada na cama abraçada a Tom, a garotinha possuía um olhar triste para uma foto de Ruby que havia na mezinha de cabeceira. - Meu amor, que carinha triste é essa? O que aconteceu? – Perguntou Paloma. - Ela não vai não é? – Perguntou a garota. - Claro que vai meu anjo, de onde tirou isso? – disse sentando-se ao lado de Lexie sabendo que a pequena falava sobre a mãe. - É sempre assim tia, toda vez que tem um problema com os cavalos ela não sai de lá. - Mas hoje será diferente meu bem, Emma prometeu que irá com agente. Mas antes ela tem que resolver esse problema. – disse a morena, mas Lexie não esboçou nenhuma reação. – vem, vamos vestir sua roupa, a qualquer momento Emma vem nos chamar. – Pediu e foi pegar em uma poltrona as roupas que a garota havia separado com ajuda de Granny.                                                                                                [AF]     Emma e Daniel entraram a passos largos na baia onde Angus estava. O animal estava deitado no canto e parecia muito fraco. - O que aconteceu para ele estar desse jeito? – Perguntou Emma. - Não sei patroa, quando vim alimentá-lo já o encontrei assim. – Falou Marcus, um dos rapazes responsável pela alimentação dos animais. - Já verificaram se ele foi picado por alguma cobra? – Perguntou Emma preocupada, pois, já haviam acontecido casos de animais picados por serpentes. - Já sim patroa, não há sinal de picadas. – disse Daniel.     Emma agachou-se ao lado do animal e começou a examinar Angus, fez alguns procedimentos básicos, a loira desconfiava sobre qual o problema com o cavalo, colheu amostras de sangue para confirmar ou descartar sobre sua hipótese, pedia aos céus que estivesse errada, porque do contrário a loira iria perder um dos animais mais amado da fazenda. - Daniel, vá até o povoado, leve essa amostra de sangue para o laboratório e peça urgência no resultado. Depois passe na farmácia e compre esse medicamento. – disse ela escrevendo o nome no papel. - Tem que ser aplicado imediatamente. Agora vai e não demore. – ordenou e o rapaz saiu correndo.     Emma voltou a agachar ao lado do cavalo e acariciar os pelos do animal. Angus foi um presente da loira para a esposa assim que inauguraram a fazenda. Ruby era apaixonada pelo bicho, ao lembrar como Ruby ficou feliz no dia em que o ganhou a loira abriu um sorriso. Emma faria o possível para ter mais um pedacinho de sua lobinha por perto. - Como ele está? – perguntou Paloma ao chegar à baia. - Nada bem. – respondeu sem olhá-la. - O que irá fazer agora? – Continuou a morena. - Mandei Daniel levar uma amostra de sangue e comprar o medicamento, depois de aplicado terá que ser observando. – falou triste. - Vim avisar que já estamos prontas. – Comunicou Paloma. - Não irei, teremos que fazer esse passeio outro dia. – disse Emma se levantando. - Como não Emma?! – a olhou incrédula. – Sua filha esta esperando por esse passeio o dia todo. – Aumentou um pouco o tom de voz. - Será que não vê que tenho coisas mais importantes para me preocupar? -Perguntou apontando para o animal no chão. - Mais importante que a Lexie? Por Deus Emma! Ela é sua filha. – Gritou à morena. - Não foi isso que eu disse. Nada é mais importante que minha filha Paloma. – Falou também alterando o tom de voz. - Então comece a demostrar isso Emma. Porque desde a morte de Ruby você praticamente a excluiu da sua vida. - Isso não é verdade! – Gritou à loira. - Todos nós sentimentos a morte da Ruby, Emma. Ela era minha irmã, minha heroína. Fiquei destruída tanto quanto você quando ela se foi, nem por isso fico pelos cantos lamentando dia após dia. – Passou a mão no rosto para afastar uma lágrima. –Eu resolvi lutar, decidi viver Emma. Viver por sua filha que na época tinha apenas cinco anos de idade. Tive que ser forte a cada vez que ela acordava chamando pela mãe, tive que ser forte a cada vez que ela aos prantos implorava pelo colo da mãe por quem tem uma admiração, tem uma paixão fora do comum e essa mãe ao invés de estar ali para ajudá-la a superar a dor, estava enchendo a cara e definhando em um quarto escuro, sentindo pena de si mesmo. - Você não sabe o que estou sentindo para me julgar Paloma. – Disse Emma entregue às lágrimas. - Sim Emma, eu sei. Sei por que é o que estou sentindo também, não foi só você que perdeu a Ruby, então pare de ser egoísta e faça o que MINHA IRMÃ estaria fazendo no seu lugar... Ame a SUA filha, porque você é tudo o que ela tem. Já está sendo duro para ela, uma criança de sete anos, superar a morte de uma mãe, ela não merece o desprezo que outra está lhe dando. – Terminou Paloma aos berros, a morena nunca falou assim com a cunhada, mas Emma precisa acordar para a vida.     Emma sabia que estava deixando sua filha de lado, mas ela não queria isso, ela só não conseguia seguir sem a Ruby. A loira ouviu tudo sem ousar olhar nos olhos da cunhada. - Irei selar os cavalos, espero você e a Lexie na casa grande. – falou Paloma e saiu sem olhar para traz.     Emma apoiou as mãos na parede da baia tentando acalmaras lágrimas que desciam de seus olhos.                                                                                            [AF]       Lexie está em seu quarto esperando sua mãe ir chama-la como Paloma havia lhe dito. Enquanto aguardava a pequena pegou a foto da mãe morena e sentou na cama passando os dedinhos na fotografia. - Queria você aqui, ia ser tudo diferente. – sussurrou.     Emma entra no quarto e garotinha abre um sorriso tímido. Emma vai até sua pequena e a abraça forte sentindo suas lágrimas virem à tona. Emma fazia de tudo para ter as coisas de Ruby sempre perto, as roupas, objetos, fotografias, enfim, todas as coisas da sua morena, por isso ficava reclusa em seu mundo, porém, as palavras de Paloma fizeram com que Emma percebesse que o bem mais importante, mais precioso que sua morena lhe deixou estava sendo negligenciada por ela. Lexie sua linda e amada filha, que sempre cuidava da mãe, sempre a consolava após cada crise, mesmo que Emma estivesse dormindo e não a visse lhe abraçando ao amanhecer, a melhor parte de Ruby que estava ali em seus braços agora, era a lembrança mais bonita e verdadeira que Emma poderia ter. A loira afastou a filha e beijou seu rosto delicadamente. - Mamãe, não chora. – pediu a garotinha passando as mãozinhas no rosto da mãe. - Me perdoa meu amor. Por favor, me perdoa. – pediu sinceramente Emma. - Pelo que mamãe, perdoar porque?  – perguntou Lexie sem entender do que a mãe estava falando. - Eu prometo ser a partir de hoje a melhor mãe do mundo minha pequena. – disse Emma. - Mas você já é a melhor mãe do mundo. – confessou Lexie, fazendo a mãe abrir um lindo sorriso entre as lágrimas. - Eu te amo minha pequena. – disse abraçando a filha mais uma vez. - Também te amo mamãe.                                                                                                [AF]       As três cavalgavam sorridentes pela enorme propriedade dos Luccas Swan. Emma montada em seu fiel amigo Argo de pelagem totalmente branca, Paloma em um lindo alazão na cor preta ao qual deu o nome de Pirata, presente que ganhou da irmã e Lexie estava feliz da vida montada em sansão, que ganhou de Emma assim que ela completou 4 anos, a garota deu esse nome inspirada no cavalo da história da bela adormecida que Ruby sempre contava antes da garotinha dormir.     Lexie ia a frente, animada com sansão, uma cópia fiel de Emma, a garota vestia-se exatamente igual à mãe, calça jeans, regata preta, bota e um chapéu marrom. Paloma e Emma vinham um pouco mais atrás, a loira permitiu que a loirinha fosse à frente porque queria falar com Paloma. - Obrigada por tudo que você me disse. – falou sincera. - Eu só queria ajudar Emma. – sorriu. - Eu sei que será difícil recomeçar, preciso que me ajude com isso. – pediu a loira com um sorriso tímido. - Somos família Emma, em uma família todos se ajudam. – sorriu.     As duas mulheres olharam para a garotinha que estava parada olhando algo a sua frente. Após passar o choque inicial a garotinha gritou pela mãe. - Mamãe! – ao ouvir o grito amedrontado Emma disparou em direção à filha julgando ser algum animal.     Ao se aproximar da garota a loira se deparou com uma mulher desacordada. Emma desmontou e abaixou-se para verificar se a moça estava viva, pôs os dedos no pescoço da desconhecida e pode sentir uma pulsação muito fraca.  A loira levantou-se e olhou em volta, não era possível que a tal mulher chegasse naquelas condições sozinha àquele local, não visualizou ninguém, então se voltou para a mulher, ela estava muito machucada e se não fosse tratada logo talvez não conseguisse sobreviver. - Paloma, me ajude a coloca-la no cavalo. – Pediu Emma e a morena desmontou Pirata e foi ajuda-la.     Emma  com um pouco de dificuldade ergueu a mulher em seus braços e com ajuda de Paloma, montou em Argo com a desconhecida em sua frente e seguiu para a fazenda.
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