Capítulo 03

1291 Words
Acordei um pouco sonolenta e com vontade de voltar correndo para a minha cama. O problema era que tinha muito o que fazer. Começando em ter que passar na casa da minha mãe para entregar o dinheiro para a Sabrina poder comprar o presente da mesma, iria aproveitar para levá-la comigo e então escolheríamos a televisão. Sabrina havia mandado uma mensagem tarde da noite dizendo que mamãe não estaria em casa porque iria ir visitar sua amiga e aproveitaria para almoçar na mesma. — Cheguei! — Gritei, despertando a minha irmã que estava entretida com a televisão. — Oi Selena, será que você pode falar mais alto? — Perguntou irônica, fazendo-me lembrar o quão ela odeia que grite com ela. — O que acha de pararmos com a conversa e irmos comprar os presentes para a mamãe? — Perguntei, balançando a chave do carro. — Você irá me levar para comer? — Perguntou fazendo cara de pidona. — Sabe que sim. — Revirei os olhos. Como as lojas onde precisávamos ir ficavam dentro do shopping mais próximo, poderíamos aproveitar para almoçar na praça de alimentação. Ainda era cedo e por isso iríamos comprar os presentes primeiro. — Irá comprar a televisão? — Perguntou. — Sim. Ela está precisando. — Respondi. — Mamãe sente a sua falta em casa. — Contou. — Ela te contou isso? — Estava ansiosa com a sua resposta, todas as notícias sobre a minha mãe me chamavam a atenção sempre. — Não. — Negou com a cabeça. — Ela não precisa dizer. — Comentou. Gostaria de ter aproveitado mais o tempo ao lado da minha mãe, desde que sai de casa me senti sozinha por não ter mais um lar de afeto. Estar em casa com frequência é difícil, não pelo meu trabalho, mas sim pelo fato da i********e que perdemos uma com a outra. Hoje é estranho estar perto por mais que eu tenha necessidade de estar. — No que está pensando? — Perguntou quando entrávamos em uma loja. — Na mamãe. — Confessei. — Ela precisa que você deixe o seu trabalho. — Falou. — Sabe que não posso, pelo menos não agora. — Falei. — Você é nova, inteligente, tem tantos trabalhos por aí que adorariam ter você. — Comentou. — Nunca é tão fácil assim. — Reclamei. Sabrina não precisou de muito tempo para encontrar o vestido que a mamãe havia pedido. Estava fácil, inclusive encontrava-se no alto em uma das manequins. — Adoro essa loja. — Elogiou enquanto esperávamos na fila. — Realmente é muito boa. — Concordei. O que Sabrina falou martelava na minha cabeça. O novo contrato poderia ser uma nova oportunidade para me aproximar da minha mãe. Quem sabe, caso ela imaginasse que eu estivesse namorando de verdade, seria mais fácil de estarmos juntas. — Acha que devemos comprar uma televisão toda preta ou colorida? — Perguntei. — Uma preta será ótimo. — Respondeu. Havíamos terminado de fazer as compras, acabamos comprando roupas e alguns acessórios que estávamos precisando. Como sempre, precisei pagar as coisas da minha irmã porque ela não tinha dinheiro. — Você poderia trabalhar em alguma coisa. — Sugeri. — No que exatamente? — Perguntou. — Não sei, algo que você goste de fazer. — Respondi. — Não sei se me daria bem, não faço nenhum curso. — Comentou. — Não seja por isso, faça um, trabalhe e estude. — Falei. Ela me olhou como se não estivesse acreditando no que eu estava falando. Por mais que eu tivesse começado da maneira errada, não gostaria que a minha irmã mais nova tivesse o mesmo destino, por mais que eu achasse que isso fosse um pouco impossível. Primeiro porque ela não era do tipo que achava o meu trabalho correto, por mais que entendesse. Segundo porque ela sempre teve sonhos maiores do que os meus. — Iremos almoçar e então lhe deixarei em casa. — Avisei. O almoço foi lanche, nada saudável como sempre. Mamãe nos incomodaria muito, já que para ela o almoço é uma refeição importante e não podemos trocá-la por besteiras. Ficar um tempo com a minha irmã fazia-me esquecer os problemas e o meu novo trabalho. Não havia contado nada para ela sobre o meu novo "acompanhante", como na minha cabeça estava planejando ficar com ele e utilizar isso de uma boa forma para que mamãe se aproximasse de mim. — Até o sábado. — Despedimos uma da outra. Sabrina pediu para que o presente que havia comprado para mamãe ficasse guardado comigo para que ela não mexesse e nem desconfiasse de nada. Como ainda era cedo, resolvi que iria para casa a tarde para dormir um pouco. Era necessário estar acordada para que pudesse agir com o plano de conquistar Alan. Estava ansiosa para conhecer o mesmo, já que seu pai nem ao menos mostrou uma foto dele para que eu tivesse uma pequena noção de como ele seria. [...] Acordei um pouco assustada com o horário, com o tanto de coisa que tinha para fazer estava atrasada. Demoraria alguns minutos para fazer as unhas, tanto da mão quanto do pé, arrependia-me o máximo de não ter marcado o salão para um dia tão "importante". Mais um pouco de tempo para arrumar o cabelo, fazer a maquiagem e colocar o vestido. A questão era que como esse praticamente era o meu trabalho fazia mais rápido do que de costume. — Estou atrasada. — Falei comigo mesma. Como nesse trabalho teria que ser eu mesma, ou seja, sem nomes falsos e perucas. Confesso que isso me deixava um pouco aflita com tudo que estava acontecendo. Em ser eu mesma. Havia perdido essa maneira de ser ha cinco anos atrás. Vestido preto, roupas íntimas vermelhas, unhas na cor vermelha e o salto também. Preto e vermelho, duas cores que chamam muito a atenção de um homem. Quer dizer, segundo as minhas pesquisas. Depois de estar pronta, precisava pegar o meu carro e ir para a festa que me esperava. Andei apressadamente até o meu carro que estava no estacionamento do prédio. Dirigi com pressa e urgência até a o endereço que o pai de Alan havia me passado. Nós havíamos trocados mais mensagens pelo computador onde ele havia dito que comentou com seu filho sobre a nova secretaria que ele havia contratado. Isso seria ótimo, Alan já estaria a minha espera. Conformei-me em chegar alguns minutos atrasadas na festa. Por sorte não era a única. Alguns carros estavam encostando na rua da casa, estou sendo modesta, era enorme, uma mansão. Quando cheguei, fui recepcionada pelo senhor Estevan que estava ao lado da sua mulher, era o que eu imaginava. — Boa noite Selena, estou feliz que tenha vindo. — Estevan apertou a minha mão. — É um convite inescusável. — Falei. — Gostaria de te apresentar a minha esposa Helena. — Apresentou-a. — É um prazer conhecer a senhora. — Dei um beijo em cada bochecha. — O prazer é meu. — Falou. — Adorei o seu vestido, quem dera ter um corpo como o seu. — Brincou. — A senhora tem um corpo muito bonito. — Elogiei. Afinal, precisava agradar minha futura sogra. Ela parecia ser uma mulher adorável e isso fazia com que eu ficasse com a consciência pesada. — A casa de vocês é maravilhosa. — Olhava cada detalhe da mesma, por dentro era muito mais bonita. — Logo você irá esbarrar com o nosso filho, o Alan. — Helena avisou. — Por falar nele. — Estevan falou, chamando a nossa atenção. E foi quando os meus olhos cruzaram com os dele. Um homem perfeito, em uma roupa social que só fazia com que o seu corpo ficasse ainda mais bonito. O estilo do cabelo, a barba por fazer, era único.
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