?⚜CAPÍTULO 1⚜?

1393 Words
?⚜CAPÍTULO 1⚜? HALYNA IVANOV —Dia longo hoje hein Halyna—Igor meu colega no hospital diz me alcançando na saída. —Sim, hoje fiz muitos atendimentos—digo sorrindo. —Quer tomar um drink, alguma coisa assim?—ele inquire, de um tempo para cá Igor tem me chamado várias vezes para sair, mas eu sempre recusava, a fama dele no hospital não era boa, todo mundo dizia que ele era um galinha, e eu não queria isso para mim, mesmo em tempos modernos eu ainda sonhava com um amor verdadeiro, aqueles típicos de contos de fadas. —Não posso Igor, prometi ao meu pai que chegava a tempo de assistir um filme com o meu irmão—digo. —Você gosta muito do seu irmão, não é?—ele inquire. —Mais que tudo, quando a nossa mãe morreu, eu passei a ser uma espécie de mãe para ele também, que nem conheceu a nossa, Alik é um garoto incrível—digo sorrindo. —Seus olhos brilham quando fala sobre ele—Igor diz. —O que posso dizer? Amo aquele menino, bom estou indo, até amanhã Igor, boa noite—digo enquanto destravo o alarme do meu carro. Eu não podia dizer que tinha uma vida r**m, eu havia me formado em uma das melhores universidades da cidade, o meu pai sempre mantivera a casa, a mim e ao Alik com tudo que há de melhor, e eu sei o quanto ele se esforçava, o seu trabalho não pagava tão bem assim, mas ele sempre conseguiu manter tudo, e eu ainda me perguntava como, mesmo após todos esses anos. Sigo para casa, cantando junto com o som do carro, as pessoas que passavam ao meu lado deveriam pensar que sou maluca, mas eu não me importava, eu sempre gostei de tudo que me fizesse feliz flores, música, dança… Assim que entro em casa encontro o meu pai sentado no sofá, procuro por Alik, mas não o vejo. —Oi papai—digo. —Oi filha—ele diz me olhando. —Aconteceu alguma coisa? Onde está o Alik?—inquiro. —Filha precisamos conversar, mas antes de tudo preciso que me entenda, e que me perdoe— o meu pai diz. —Papai, está me deixando assustada, diga-me o que está acontecendo, onde está Alik?—inquiro preocupada olhando para ele. —Alik está bem, ele está no quarto— o meu pai diz. —Então o que está acontecendo?—inquiro. —Eu nem sei por onde começar—ele diz. —Talvez pelo começo, seja bom—digo. —Halyna, você sabe que depois que a sua mãe morreu, tudo mudou, mas mesmo antes da sua morte, eu já estava envolvido com coisas erradas—ele diz. —Como assim coisas erradas papai? Sobre o que está falando?—questiono. —Halyna, você sabe que eu trabalho no porto—ele diz. —Sim, o senhor é gerente das cargas—digo. —Não é só isso filha, eu também comando uma equipe de contrabandistas de armas—ele diz. —Como assim? Contrabando de armas pai? Não me diga que a polícia o pegou? Pai, como pode se envolver com isso?—inquiro sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. —Antes fosse a policia filha, antes fosse—ele diz. —Me fala o que está acontecendo pai—grito. —A máfia Halyna, a maldita máfia, eu tinha negócios com eles, e acabei perdendo um carregamento inteiro de armas que pertencia a eles, adquiri uma dívida muito grande, não tenho como pagar agora—ele diz. —Máfia pai? Isso existe nos dias de hoje?—inquiro. —Nunca deixou de existir filha—ele diz. —Tá mas de quanto é essa dívida? Eu tenho algumas economias, posso ajudar—digo. —Filha, as suas economias, m*l chegam a um terço da dívida, estou devendo muito, e eles me ameaçaram, me mandaram isso—ele estende o celular e vejo uma foto de Alik saindo da escola, eles sabiam onde ele estudava. —Alik, não pai, vamos a polícia—digo. —Halyna, não podemos ir a policia, eles nos acharão, estou te dizendo isso por que vou até os Skravonski, vou me entregar, eles me matarão com certeza, mas quero que pegue o seu irmão e fuja para bem longe— o meu pai diz. —Papai, não pode fazer isso, Alik não conheceu a mamãe, eu a perdi, não podemos perder o senhor também—digo chorando. —Filha isso que eu tenho que fazer, não posso aceitar dar o que eles querem—ele diz. —E o que eles querem pai?—inquiro. —Esqueça Halyna—ele diz. —Me fala, o que esses malditos querem?—pergunto irritada. —Você Halyna, eles querem você—ele diz. —Eu? Para que?—inquiro. —Não importa para que, eles não vão te ter, amanhã de manhã vou me entregar—ele diz me abraçando. —Pai, tem que haver outro jeito, Alik precisa do senhor—digo chorando. —Não há minha filha, eu só preciso do seu perdão antes de morrer, eles são monstros, minha filha, demônios vestidos em ternos caros, não posso permitir que eles se aproximem de vocês— o meu pai diz e eu o abraço chorando, eu não podia aceitar isso. —Pai, eu não vou conseguir sem o senhor—digo entre lágrimas. —Vai sim, você é forte, só te peço não conte ao seu irmão, eu não quero que ele se lembre do pai como um bandido covarde— o meu pai diz me olhando. Eu via nos olhos do meu pai, o sofrimento e a dor, eu não poderia aceitar aquilo, eu não ia aceitar aquilo. Antes que o dia amanhecesse, eu levanto, troco de roupa, pego a minha bolsa e saio na ponta dos pés, passo pelo quarto de Alik e me aproximo dele, beijo o seu rosto com carinho e digo baixinho. —Não vou deixar que nada de r**m te aconteça. Saio devagar e abro a porta do quarto do meu pai, ele dorme profundamente, o calmante que coloquei na sua água fez efeito e quando ele acordasse eu já teria partido, deixo a carta na mesinha de cabeceira e saio. “Meu querido pai, eu te perdoo, pelo o que fez e peço que me perdoe também, eu não posso deixar que Alik cresça também sem o pai, fale coisas boas de mim a ele, e lembre-se sempre do meu sorriso. Com amor Halyna.” Vou até a garagem e entro no meu carro, olho para a minha casa mais uma vez antes de sair, eu sentiria tanta saudade deles, eu não sabia o que me esperava, mas eu sabia que se eu morresse, morreria sabendo que os protegi de alguma forma. Dirijo até em frente o grande portão da mansão Skravonski, que mais parecia o castelo do Drácula, paro em frente ao interfone, e vejo vários homens armados do lado de dentro, a voz de um deles ecoa pelo aparelho. —O que deseja?—o homem diz. —Quero falar com Roman Skravonski—digo com a voz trêmula. —E quem é você?—ele inquire. —Sou o pagamento de Boris Ivanov—digo sentindo uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Alguns minutos se passam e o grande portão é aberto, acelero, mas sou barrada logo quando o cruzo. —Desça do carro—um dos homens diz me olhando e eu faço o que ele manda. —Vou pegar a minha bolsa—digo. —Sem bolsa, me acompanhe—ele diz e começa a andar rumo a grande porta, olho para os lados e vejo vários homens armados, decido que é melhor acompanhar aquele à minha frente. Ele abre a porta, e revela um grande salão, uma escadaria de mármore, e vários lustres, de fato parecia um castelo, m*l assombrado, mas um castelo, eu olhava tudo quando a voz fria ecoou no topo da escada. —Halyna Ivanov, eu temia ter que trazê-la à força—o homem diz, ele parecia o próprio d***o, no topo da escada vestindo um roupão preto, com um charuto na mão, eu havia entrado no inferno, de onde eu temia nunca mais sair.
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