02 - Anjo da Guarda

3414 Words
O culto estava fluindo bem, mesmo que o encontro na porta da igreja não tenha sido a coisa mais agradável para mim, e eu não conseguisse tirar aquilo da cabeça. Mesmo assim, era bom que o culto estivesse fervoroso e abençoado. Não conseguia tirar da cabeça, que o filho rebelde da família Meyer também estava aqui, na igreja de meu pai. Eu já havia escutado várias histórias maquiavélicas sobre ele, e não estava afim de me aproximar o bastante para descobrir se era verdade. Claro que, sempre deixei claro minha dúvida, algumas coisas eram simplesmente loucas demais para que alguém pudesse acreditar, mas a sua pose ameaçadora me fazia querer pensar duas vezes. Aaron não fazia o tipo de garoto punk, ou algo do gênero, se é que eu sei clássica alguém assim; mas, o cabelo longo e as tatuagens a mostra, com tantos anéis no dedo, o davam um ar de psicopata. Olhar para ele era como ver um pedaço do inferno. – Antes que esse culto termine, eu quero agradecer a Deus pela presença do outro reverendo que ouvimos aqui. O reverendo Meyer veio de Holmes Chapel junto de sua incrível esposa, filha, e também seu filho. Gostaria de lembrá-los que Deus ama a todos incondicionalmente. – Se eu fosse Aaron, eu teria sentido aquela indireta. – Vamos agradecer. Alguns jovens ali presentes engoliram uma risadinha sobre o comentário de meu pai, e tentaram focar na oração final. Eu achei aquela cutucada desnecessária, uma provocação sem cabimento. Mas esse era o jeito do reverendo Scotter, papai não era do tipo que sabia ficar calado. Aaron Meyer era uma dessas pessoas que deixava meu pai de cabelos em pé, ele conseguia até mesmo repensar na existência de Deus, afinal, papai sempre se perguntava, se Deus existe, como uma alma pode se perder tanto como a alma do Meyer parecia estar perdida? Quando a oração acabou e todos começaram a sair da igreja, a maioria começava a se juntar em seus grupinhos e começar a conversar fora da igreja, muitos me cumprimentavam e eu apenas ficava ali esperando por Larissa. Mas minha amiga não parecia muito feliz quando saiu da igreja me encontrando no mesmo lugar que estávamos antes do culto começar. – Aconteceu alguma coisa? – Perguntei já sabendo que era óbvio que tinha acontecido algo para ela estar com aquela cara murcha. – Claro que aconteceu. – Ela apontou para perto do carro de Aaron e então eu entendi o problema. Aaron e Harrison estavam conversando e sorrindo um para o outro como se fossem amigos a longa data e tinham passado um grande tempo sem se encontrar. – Eles estão conversando, o que tem de errado? – Alguma coisa bem seria estava por trás do fato dela não gostar dessa aproximação daqueles dois. Eu estava curiosa, admito. – Não sabia que Harrison e Aaron se conheciam. Eles parecem bem amigos. Tentei não fazer da minha frase final, algo muito acusativo, ela me contaria do que tinha medo se quisesse contar. – É uma história complicada... – Então havia uma história? Sua voz saiu baixa depois daquela frase e eu levantei a sobrancelha como quem tenta entender um enigma. – Se isso estiver incomodando você, pode ir na minha casa mais tarde e conversamos sobre isso. Seu sorriso se alargou diante de meu convite, me alegrava saber que de alguma maneira eu tinha consigo lhe arrancar um sorriso mais sincero. Olhamos para o lado e vimos papai se aproximar com uma bíblia em mãos, era a hora perfeita para matarmos o assunto, sem dúvidas. – Harrison conhece o filho do reverendo Meyer? – Meu pai perguntou diretamente a Larissa, praticamente ignorou minha presença ali. – Eles são apenas conhecidos, senhor. – Sem dúvida nenhuma a resposta dela demonstrou o quanto tinha ficado desconfortável com aquela pergunta, papai raramente sabia o significado da palavra discrição. Era incomodo, ver minha amiga incomodada. – Acho que no fim das contas, palavras não bastam. – Mandei um olhar mortal para meu pai quando ele disse aquilo. Tudo bem, ele vivia falando sobre não nos misturarmos com a escória, e coisas do gênero, mas insinuar aquilo para Larissa era complicado, ela não tinha culpa e já estava se preocupando bastante. Papai parecia saber de algumas coisas sobre o menino Meyer, coisas que talvez outras pessoas não soubessem, afinal, como um amor que prega sobre o amor ao próximo podia ter tanta repulsa com relação a um rapaz que ele supostamente está vendo a primeira vez na vida? As pessoas são assim, elas não são obrigadas a seguir uma seita só porque sua família, ou porque outra pessoa acha isso necessário, eu acreditava muito no livre arbítrio, e meu pai sendo um homem de Deus deveria crer na mesma coisa. Meu coração estava cansado de reprovar as coisas que o reverendo Kevin fazia. – Vamos lá para casa? – Encarei minha amiga que estava tentando contornar a situação desagradável que se instalou entre nós. Aquilo tinha sido um banho frio tão grande em nós duas que nem percebemos o momento em que Harrison e Aaron sumiram da frente da igreja. – Você volta para casa mais tarde. Preciso de ajuda, e claro que o senhor seu pai não vai ligar de você ficar um tempo comigo. Ambas encaramos papai com um sorriso aberto, era daquela maneira que vencíamos ele. Depois disso, vimos ele revirar os olhos se dando por vencido. – Pode ir, mas não quero você voltando tarde, sabe que fico muito preocupado de te ver andando sozinha por ai. Sorri concordando com a cabeça e inclinei a cabeça quando ele veio me dar um beijo na testa, logo depois, o reverendo entrou novamente na igreja e eu e Larissa fizemos uma careta uma para outra. Vai saber o tipo de sermão que ele estava preparando para o próximo culto? Eu não negava que meu pai era uma pessoa maravilhosa. Você olhava para nós dois e via um relacionamento normal, pai e filha, não parecia ser conturbado nem nadado tipo, não era como se discutíssemos ou brigássemos, na verdade, papai e eu sempre vivemos em muita harmonia. Ele costumava dizer que vivíamos com o amor ágape, que é o amor puro e divino, segundo a bíblia ou qualquer outro livrinho cristão que ele leu por ai. De alguma maneira, as vezes aquilo me cansava um pouco. Eu tinha Larissa como uma amiga maravilhosa, passamos anos andando juntas, mas meu grande problema era ser filha do reverendo, e eu não podia curtir a vida como a maior parte dos jovens da minha idade e da minha vizinha faziam. Não que eu quisesse sair por ai transando, fumando, e descendo até o chão, eu apenas queria poder ir e vir sem que o povo esperasse que eu fizesse algo de errado para contar para o meu pai, como se a filha do reverendo fosse proibida de tudo e só de sair de casa estivesse cometendo o pior dos pecados. Tinham muita expectativa em uma pessoa que não tinha nada para oferecer. – Preciso de ajuda para decidir algumas coisas. – Encarei minha amiga que já estava caminhando comigo e laçando seu braço no meu. – De verdade, o casamento está me dando nos nervos. – Tudo bem, vou ficar feliz em ajudar. – Mostrei a língua pra ela mas era apenas a provocação de sempre. Era sempre assim, brincávamos e dávamos risada depois. Era uma amizade muito gostosa a qual eu partilhava com ela. Caminhamos até seu carro; sim, Larissa já tinha um carro em sua idade, enquanto meu pai continuava a achar que isso era um absurdo, pela idade e pelo fato de sermos mulheres. Eu não sabia dirigir, mas podia afirmar que faria melhor que o próprio reverendo se soubesse. Papai sempre se mostrou um pouco machista para falar a verdade, as desculpas seguidas de seu machismo eram de "tudo isso foi culpa de Eva, e ela era mulher" até a parte onde "a mulher comandando só pode significar o fim dos tempos". As interpretações que meu pai fazia sobre a bíblia eram no mínimo duvidosas com relação a isso também. Famosas interpretações sobre roupas, cabelos, maquiagens e até mesmo sapatos com salto. Eu fazia de tudo para não contrariar alguém como ele, mas era difícil, pois na minha cabeça, as coisas funcionavam um pouco diferente do que ele via por ai. – Sabe me dizer se a família Meyer vai ficar por muito tempo? – Larissa perguntou já dentro do carro tomando seu caminho. Apenas a encarei pelo canto do olho e depois neguei com a cabeça. – Ah, fala sério, você é filha do reverendo, se eles são convidados do seu pai, ele deve saber quanto tempo vão ficar. – Tudo bem, mas eu não sei, mesmo. – Observei algumas pessoas na rua, o local estava até movimentado pra um domingo à tarde. – Perguntou porque está toda preocupada não é verdade? Sabe que Aaron pode ter melhorado e a gente nem se tocou disso? Todo mundo tem salvação. Falar sobre Aaron era um problema, isso fazia com que minha amiga ficasse visivelmente desconfortável e eu queria saber o que ela tinha na cabeça sobre o Meyer que a deixava tensa daquela maneira. – Desculpe não poder te contar tudo, mas é visível que a presença de Aaron me incomoda. Ele não tem salvação nenhuma. Harrison e ele eram muito amigos quando adolescentes, e você sabe que ele já foi envolvido com drogas. Adivinha quem ofereceu essa vida a ele? Aaron, claro. – Será que meu pai sabia daquilo? Seria um ponto forte para não gostar do filho do seu companheiro reverendo. – Tudo bem, Harrison agora está limpo, mas só a presença do Meyer já me faz pensar o quanto meu noivo não pode se contaminar de novo. – Sabe se Aaron ainda faz essas coisas? Nem todo mundo é contra maconha sabia? Não precisamos ficar tão alertas assim. – Perguntei curiosa observando a destreza de Larissa ao estacionar o carro frente à sua casa. – Gostaria tanto de saber. – Vi suas mãos baterem contra o volante com força, aquilo me fez perceber que ela definitivamente não gostava do assunto, falar daquilo a deixava fora dos eixos. – Só para ter certeza se ele é ou não uma ameaça ao meu casamento. Não quero Harrison perdido novamente. Ver minha amiga daquele jeito fazia meu coração doer, não existia nada que eu pudesse fazer que melhorasse as coisas. Dei um sorriso de lado tentando lhe dar coragem e acariciei seu ombro. – Vamos entrar. – Eu disse por fim. Descemos do carro com o melhor sorriso que podíamos colocar no rosto, aquilo era um bom sinal. Acho que Larissa estava certa em ter medo, mesmo que fosse desnecessário, final, ela confiava no noivo, ou não? Harrison amava aquela garoto mais do que tudo, ele não a trocaria por uma noitada em boates e por drogas na madrugada muito menos, isso nunca aconteceria. O sonho dela era se casar com ele, Deus não colocaria um sonho no coração dela que ela não pudesse realizar, não era assim? A casa onde Larissa morava foi um presente de seus pais, eles moravam um quarteirão para baixo. Disseram que ela poderia ter sua vida de casada ali, e se tudo desse errado, eu também poderia procurar refúgio ali. Os pais dela eram adoráveis, só que viajavam demais, a negócios, o que me impressiona é ela conseguir espalhar tanto amor por aí sendo que os próprios pais não deram tanto amor assim a ela. Bom, talvez se apaixonar tenha esse efeito nas pessoas. – Seu pai poderia deixar que você dormisse aqui por hoje. – Ela disse se jogando no sofá, eu dei risada e me joguei no outro que era menorzinho. – Essa casa é tão sozinha e silencioso só comigo aqui dentro. – Como se você não chamasse seu noivinho para ficar com você. Lhe fazendo uma ótima companhia. – Joguei uma almofada em cima dela soltando uma gargalhada logo depois. – Ultimamente eu nem tenho chamada mais. Os vizinhos daqui são muito fofoqueiros, contaram pra minha mãe que Harrison tinha dormido aqui uma vez. Ela quase me bateu, dizendo que eu era uma qualquer que tinha se entregado pra qualquer um. Só faltou dizer que queria cancelar o casamento. – Considerando que Larissa iria se casar na igreja que meu pai era o reverendo, eu conseguia até imaginar ele dizendo que não faria mesmo o casamento de uma moça que não era virgem. Vivíamos com o controle de costumes antigos, a igreja deveria fazer o casório só de meninas virgens. É a grande explicação para que casamentos sejam raros na nossa igrejinha. As coisas mudaram, mas algumas igrejas não são adeptas de mudanças. Tenho minhas dúvidas quanto a encontrar uma moça de vinte anos que seja virgem e que se case de branco como a tradição manda. Claro que toda regra tem sua exceção, não estou aqui para generalizar. Sei disso porque, eu e Larissa por exemplo, somos virgens, mas eu duvido que menos da metade da igreja, em questão de moças solteiras também seja. Para uma igreja com tantas regras e tradições impostas pelo meu pai, o local era até bem frequentado, mesmo assim a maior parte dos jovens está ali obrigado e não por vontade própria. Larissa passou a tarde inteira me mostrando arranjos florais, e vestidos, nem isso ela tinha decido ainda, queria um vestido bege, não queria casar de branco, e eu tive que debater com ela, meu pai gostava da tradição do casamento com vestido branco então quando ele visse a cor do vestido ia dar um vexame em casa. Quanto as flores, fazer o que, Larissa queria muitos arranjos em todos os cantos da igreja. Eu não entendia porque colocar flores em um casamento, flores morrem sem água enquanto casamentos morrem sem amor, era para lembrar isso que elas serviam? Comemos algumas besteiras enquanto eu evitava falar muito sobre a igreja e meu pai. Eu adorava passar um tempo com Larissa, já cogitamos a ideia de morarmos juntas, mas ela foi noivar e arranjar esse casamento, então essa ideia foi água a baixo. – Pietra, são quase nove horas. – Minha amiga desligou a televisão enquanto passava um filme de romance e apontou pro relógio. – Seu pai vai te matar e me crucificar. – Ele não me ligou, sabe que estou aqui, calma. – Me levantei calçando os saltos de manhã que eu havia retirado e finalmente me dando por vencida comecei a andar até a porta. – Eu vou para casa. – Quer que eu te deixe em casa? – Ela perguntou já pegando as chaves do carro e procurando seus próprios calçados. – Não é necessário, vou rápido, não é tão longe assim. – Lhe mandei um sorriso e um beijo no ar – Até mais! Nem escutei quando ela respondeu, apenas sai pela porta e comecei a andar em direção a minha casa. O tempo estava esfriando e a noite parecia bem escura, abracei meus próprios braços em consequência disso e fui na direção de alguns atalhos pelos becos onde eu e Larissa pegávamos quando seu carro estava no rodizio e não podíamos utilizar o veículo. No entanto, quando passávamos por ali de dia não parecia tão assustador, já com o tempo escuro eu estava com medo até da minha sombra. Tenho que confessar que nunca fui o tipo de garota acostumada a andar pelas ruas sozinha, principalmente durante a noite, já que meu pai sempre foi muito protetor. Por causa disso, e de um certo medo, peguei o caminho mais curto até em casa, torcendo para que ele realmente me fizesse chegar em casa mais rápido. A última rua antes de eu conseguir chegar em meu destino era uma travessa, escura e estranha e ela fazia parte do meu caminho curto, mas naquele horário ela parecia mais estranha e escura do que nos outros dias. Meu pensamento era positivo, passaria por ela e logo estaria em casa tomando uma xicara de chá com meu pai. Meus passos se apressaram por instinto, e quase no meio da travessa eu escutei um barulho atrás de mim. Meu coração disparou com o susto e eu me virei imediatamente procurando o que tinha me assustado, mas eu não queria saber o que era, de verdade. Não havia nada atrás de mim, graças a Deus, então me virei novamente depois de respirar fundo afim de seguir meu caminho até em casa, mas logo que me virei um grito foi preso em minha garganta, já que minha boca foi tampada por alguém sem deixar que o som saísse. – Fique quieta. – O homem a minha frente era alto e forte, velho e não era nada familiar para mim, nunca o tinha visto nas redondezas. – Ora só, você não é a filha do reverendo? – Meu coração estava batendo tão forte com o medo que passava pelas minhas veias que eu podia apostar que teria um colapso. – Será que hoje eu descubro se você é a favor dos votinhos de castidade? Eu não conseguia nem mesmo me debater para conseguir sair dali, e observei ele retirar do bolso um canivete cumprido, ótimo, se antes eu estava paralisada de medo agora eu viraria uma estátua, impossibilidade de me mexer por conta de todo o pavor que tomara conta de mim. – Por favor... – As palavras saíram tremidas e minha voz falhou, parecia que eu estava prestes a chorar mas nem isso eu conseguia devido ao choque. – Não querida... – Ele encostou a ponta do canivete na minha barriga e eu senti meus joelhos tremerem, eu iria cair a qualquer momento – Você vai pedir por favor, quando eu estiver dentro de você, e você vai gostar disso. Meu estomago embrulhou pela maneira como ele falou, era suja, era nojento. Eu queria sair dali correndo, mas minhas pernas não me obedeciam, nem mesmo meus pensamentos estavam funcionando direito. Aquele homem nojento começou a aproximar o rosto do meu e eu senti o hálito de álcool bater contra meu rosto. No fundo, eu estava orando para que aquilo não passasse de um pesadelo, ou até mesmo pedindo a Deus um anjo que viesse me proteger. Eu queria que todo o ensinamento do meu pai fizesse sentido agora, e que Deus tivesse piedade da minha alma naquele momento. Na minha cabeça, se Deus estivesse zelando por cada um de nós por favor que ele me mandasse um anjo que pudesse zelar pela minha vida naquele momento. Um anjo para me proteger de tudo o que fosse r**m era tudo o que pedia. – Ei você! – Ouvi uma voz grossa soar atrás de mim. Tentei fiquei firme mas meu coração continuava batendo muito rápido e eu continuava com a impressão que fosse desmaiar a qualquer momento. Não reconheci a voz que soou e também não tive coragem de me virar. – Quer por favor ficar longe da minha namorada? O homem a minha frente tinha ficado branco, parecia que estava vendo uma assombração. Só podia ser um anjo, logo eu que cheguei a duvidar que Deus estava do meu lado, e agora Ele mandou um anjo para me ajudar. – Eu não sabia que vocês namoravam, me desculpe. – Ele se desculpou comigo, e se afastou atravessando a travessa correndo e saindo da minha visão. Todo meu corpo amoleceu de uma só vez, eu soltei todo o ar que tinha segurado em meus pulmões com o choque e fechei os olhos sentindo o tempo parar e meus joelhos finalmente cederam. Minhas costas bateram contra um corpo forte e eu senti mãos envolverem minha cintura por trás. O chão estava próximo, eu podia sentir isso mas a pessoa não deixou que minhas costas tocassem o solo. Não dava para saber se tinha sido uma queda de pressão ou só o susto que eu levei com tudo aquilo mas eu me sentia uma boneca de pano. – Você está bem? Ele fez alguma coisa com você? – A voz grossa e rouca invadiu meus ouvidos novamente. Abri meus olhos já esperando ver a face do meu anjo, e juntando forças para lhe agradecer. No entanto, levei um choque. Lembro de ter pedido que Deus me mandasse um anjo, eu queria proteção, era verdade. Mesmo assim, ali estava a única pessoa que eu não conseguia imaginar como um anjo. Aaron Meyer havia me salvado. 
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