Prólogo

944 Words
   — ACORDA, SEU ANIMAL INÚTIL! -Sinto um choque no meu corpo. Rosno e continuo de costa para eles, porém, acordado. Mesmo querendo matá-los, não posso. Se não descontarão em mim, e não vou poder lutar.     —  O que acha de brincarmos um pouco com ele, Lui? -Ouço um deles perguntar. Odeio eles, todo dia é assim, já estou acostumado. Por mais que eles aumentem a tortura a cada dia.     — Acho uma ótima ideia, Roger. -Eles riem. Então sinto duas picadas na costa, meu corpo vai ficando dormente, e braços me erguem. Correntes são postas em meus pulsos e tornozelos.   Não me movo, a moleza em meu corpo não permite. Minha cabeça está tombada para baixo. Eles começam a me torturar e não emito som algum, mesmo sentindo dor, não darei esse gostinho a eles. De repente, um som alto é ouvido, não entendo bem o que é, minha visão está embaçada pela perda de sangue.     —  O que foi isso, Lui? -Pergunta com apreensão na voz.     —  Não sei, Roger. Acho melhor irmos ver, a chefa não vai gostar nada disso. Antes mesmo deles terminarem a conversa, ouço a porta se abrir em um baque e tiros são disparados.     — Oi! Meu chamo Fury. Agora você está liberto, não vão mais machucá-lo. -Sua voz foi abaixando, até eu não escutar mais nada. **********************     Alguns anos depois…   Estou na minha cabana, quando ouço baterem na minha porta. Fico quieto, não esperava receber ninguém, então não vou abrir.     — Warrior! Abre a porta, precisamos de você urgente! -Escuto Fury gritar e ando devagar até a porta.     — O que querem? -Pergunto sério.     — Justice pediu para te chamar, querem que você rastreie uma pessoa. -Rosno e fecho a porta atrás de mim, não ligando por estar sem blusa e descalço.     — Que seja rápido. -Falo irritado. Entro no carro com ele, e em poucos minutos, chegamos no prédio que o Justice trabalha. Não gosto de ficar aqui. Entro na sala de reuniões e vejo umas pessoas lá. — O que tenho que fazer?     — Boa tarde, Warrior! - Justice fala. —Trisha, pode falar o que aconteceu, por favor? -Ele pede a uma humana que está chorando nos braços do Slade. Ela respira fundo algumas vezes e parece se acalmar um pouco.     — Tenho uma amiga que veio passar uns dias aqui - Ela funga, e o macho passa a mão por seus braços lhe dando força. — Ela não está bem, passou por umas coisas por isso pedi que viesse para cá. Ela estava no centro médico comigo, mas do nada ela começou a ficar nervosa quando um humano passou muito perto dela e ela saiu correndo. Não sei para onde ela foi, e tenho medo que algum macho que não se dá bem com humanos a ache. Ela estava tão transtornada…     — Pode ajudar, Warrior? Não gosto de ver minha fêmea triste. -Ele olha para mim sério. Dou de ombros, quanto mais rápido eu achá-la, mais rápido volto para casa.     — Tem alguma coisa para me ajudar a encontrá-la? -A fêmea se aproxima com cautela, e me estende uma blusa azul escura. Levo ela ao nariz e me perco no cheiro que vem dela, ele vai me consumindo e sei que não vou esquecer tão cedo. Em um choque, solto a blusa e saio correndo. Sinto-me sendo seguido, mas não ligo.   Sigo seu cheiro suave e doce, vou seguindo e entro na floresta, ele se intensifica a medida que estou chegando perto do riacho que tem aqui. Me desespero com o pensamento dela ter caído e não saber nadar. Estanco no lugar ao ver uma criatura pequena, sentada na ponta do riacho tremendo. Seus grandes cabelos ruivos estão encostando no chão por ela estar sentada, ele a cobre, mas por estar molhando, não vai aquecê-la. Sem querer piso em um galho e ela se vira assustada.    Seus olhos, cor de mel me encaram sem vida, dou um passo em sua direção e ela se afasta, logo levantando e me olhando atenta.     — Fique calma, não vou machucá-la. Sua amiga está preocupada com você. -Ela me olha confusa e tomba a cabeça para o lado.     — Quem? -Sua voz é calma e suave, mas posso sentir seu medo.     — Trisha, se lembra dela? Você estava com ela, certo? -Ela me encara por um tempo e depois concorda. — Por que não voltamos? Você está molhada, pode pegar um resfriado.     — Não ligo! Só assim morro logo. -Ela olha para o riacho, e me desespero. Dou mais uns passos, ainda estou uns três metros longe.     — Não pense assim, ela vai ficar muito triste se isso acontecer. -Ouço passos atrás de mim e olho. Slade e Fury estão escondidos atrás das árvores.     — Eu não sei… -Ela sussurra, se não fosse pela minha audição boa, tenho certeza que não ouviria.     — Vamos lá, ela quem me pediu para vir te procurar, não quer la deixa triste, né? -Ela n**a. — Então vem. Vou te levar até ela. -Vejo que ela parece tentar se decidir se vem ou não, por fim acaba dando passos vacilantes até mim, mas para no meio do caminho.     — Não vai mesmo me machucar? -Ela me olha com medo e isso quebra meu coração. Não quero que ela sinta medo de mim.     — Não vou. Tem minha palavra. -Falo olhando nos seus olhos para ela saber que digo a verdade. Estendo minha mão e ela olha por uns segundos até pegar. Sinto uma eletricidade passar pelo meu corpo, e vejo que isso não aconteceu só comigo. — Não vou deixar que nada de errado lhe aconteça mais, prometo.
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