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Doce Vingança - Harém Reverso

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professor x aluno
os opostos se atraem
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polygamy
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intro-logo
Sinopse

Após a morte repentina de seu pai, Julienne Gardner inicia uma residência médica no prestigiado Instituto Otto — mas seu verdadeiro objetivo vai além da formação profissional. Determinada a descobrir a verdade por trás da morte do seu pai, ela segue uma pista que a leva a uma misteriosa lista com três nomes.

Três homens poderosos. Três figuras influentes dentro do instituto que querem mais do que silenciar sua investigação — querem dominá-la.

Kurt, o psicólogo carismático de fala mansa, tem um charme hipnótico que esconde segredos sombrios. Nikolas, o médico brilhante e enigmático, observa tudo com olhos que parecem decifrá-la por completo. E Louis, o sedutor cirurgião cardíaco, comanda corações dentro e fora da sala de cirurgia com a mesma precisão letal.

No início, Julienne os culpa. Desconfia. Resiste. Mas à medida que as tensões aumentam — e os desejos também — ela percebe que há algo mais perigoso do que a verdade: se apaixonar pelos três homens.

Principalmente quando todos eles a querem... ao mesmo tempo.

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1 - Morte
Julienne — Há duas coisas que posso dizer com absoluta certeza, Julianne. Primeiro, o mundo procurará cem maneiras de destruir uma mulher capaz. Segundo, você nunca deixará isso acontecer. Reprimi a onda crescente de arrependimento amargo que ameaçava transbordar pela minha boca. Antes disso, eu tinha poucos motivos para imaginar qual seria o gosto da tristeza — mesmo que ela estivesse entranhada em minha vida como uma sombra persistente. – Das cinzas às cinzas, do pó ao pó, nós te consagramos à terra. Que haja paz para tua alma – murmurou o padre, suas palavras soando como uma canção de ninar fúnebre, lançando um feitiço brando sobre meu coração dilacerado. Apertei a bolsa com mais força. Será que Otto, enfim, encontraria paz agora que não estava mais entre nós? Porque para mim, a paz parecia um luxo inalcançável. A última vez que senti algo que lembrasse paz foi dois dias antes, quando estava encolhida na poltrona aconchegante próxima à lareira de casa, ouvindo Otto narrar os acontecimentos do seu dia com aquele entusiasmo vibrante que lhe era tão característico. Otto... seu calor, sua paixão pela vida, seu coração generoso e cheio de amor por mim. Eu não nasci dele, mas não havia no mundo homem algum que eu preferisse chamar de pai. A injustiça de tudo me atingiu como uma pedra atirada contra a garganta. Deveríamos ter visto o mundo juntos. Pisquei com força, lutando contra as lágrimas que ameaçavam escapar. Um vento cortante atravessou os detalhes pretos do meu casaco. Encolhi-me, puxando-o para mais perto do corpo, e olhei para o céu. Talvez fosse a forma de Deus dizer que Otto merecia uma despedida adequada, mesmo que o funeral fosse íntimo e silencioso. Considerando o quanto ele detestava pompa e ostentação, parecia justo manter as coisas restritas à família mais próxima. O outono havia chegado a Connecticut com pressa, uma lufada fria de mudança que varreu os cantos tranquilos onde Otto havia vivido, amado e, por fim, dito adeus ao mundo como um homem profundamente admirado. As árvores, já nuas de sua antiga glória verdejante, erguiam-se como sentinelas contra o céu opaco, seus galhos esqueléticos gemendo com o peso da estação. Folhas caídas – vermelhos ardentes, laranjas queimados – dançavam ao sabor do vento, formando redemoinhos de despedida sobre o cemitério amplo e silencioso. – Senhorita Morgan? Mordi o lábio para conter o grito que quase escapou. Era a centésima vez que alguém falava comigo naquele tom meloso de "sinto muito", carregado de pena. Fechei os punhos, as unhas se cravando nas palmas das mãos. – Tio Corand – murmurei. – Obrigada por cuidar dos preparativos. O advogado de Otto assentiu brevemente. – Era o mínimo que eu podia fazer. Foi uma despedida modesta para um homem de tanta estatura e realizações. Mas, considerando como tudo aconteceu tão inesperadamente, talvez... Deixei que suas palavras morressem no ar. Nada poderia amenizar o vazio. As últimas notas do hino fúnebre pairavam no ar gelado, uma melodia que flutuava como um fantasma sobre a terra recém-revirada. Quando os carregadores baixaram lentamente o caixão de Otto até seu leito final, senti algo se esvaziar dentro de mim. Cada toque da madeira contra as paredes do túmulo era uma batida c***l da realidade, uma confirmação surda da perda que eu não queria aceitar. – Vamos fazer um momento de silêncio por Otto – disse o Padre Thomas, sua voz cortando o ar como uma lâmina afiada. As cabeças se curvaram, um mar de roupas negras refletindo o cinza do céu prestes a virar inverno. As palavras do padre ecoaram como uma prece antiga. – Venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no Céu... Ajoelhei-me, pegando um punhado de terra úmida. A friagem do solo penetrou minha pele, trazendo consigo uma textura crua, áspera – um lembrete de que tudo retorna ao pó. Cinzas às cinzas. Pó ao pó. O ciclo da vida batendo à porta da eternidade. – Solte a terra, filha – disse o padre com doçura grave. – Ao soltá-la, liberte sua dor. Eu o ouvi, mas permaneci ajoelhada, imóvel como pedra. Essa era a última coisa que eu poderia fazer por meu pai. As lágrimas estavam por um fio. Uma mão antiga, frágil mas firme, se agarrou ao meu cotovelo com a delicadeza de uma garra maternal. – Venha, querida – sussurrou a Sra. Wild. – Ele gostaria que você fosse forte. Engoli em seco e me levantei com dificuldade, como se minhas juntas fossem de madeira. Levantei o punho fechado sobre a boca aberta da cova. Olhei uma última vez para o padre. Então, com uma oração silenciosa, deixei a terra escorregar pelos meus dedos. Cada grão caía como um sussurro de adeus, afundando no vazio com um som seco e triste. Estava feito. – Ele era um bom homem – murmurou o Padre Thomas. – Seu legado vive em você. O que ele poderia saber sobre o legado do meu pai? Fitei o Padre Thomas com tanta intensidade que desejei, por um segundo, poder gritar, berrar, culpar alguém — qualquer um. Talvez ele. Talvez eu. O pequeno grupo ao redor do túmulo incluía apenas eu, o advogado e a velha Sra. Wild, assistente leal de Otto nas últimas três décadas. Todos os outros eram membros da equipe doméstica. A Sra. Wild me seguiu de perto, e então o restante das pessoas se reuniu para prestar suas últimas homenagens. Rostos solenes, cada um mais pálido que o anterior, preenchiam as bordas da minha visão embaçada. Mantive o rosto impassível, a cabeça ereta. Só mais alguns minutos e eu poderia ir para casa. Um sorriso pequeno, completamente fora de lugar, ameaçou surgir nos meus lábios. Tive que reunir tudo dentro de mim para impedi-lo. Ninguém entenderia por que a filha de Otto, a suposta luz da vida dele, estaria sorrindo feito uma tola ao lado do túmulo. Nem mesmo se eu dissesse que era só uma tentativa desesperada de aceitar que meu lar nunca mais seria o mesmo. Não sem ele. Assim que o último procedimento terminou, soltei um suspiro e voltei o olhar para o advogado e para a Sra. Wild. Seguimos em silêncio até meu velho e surrado Ford V8, estacionado perto da entrada do cemitério. O que restava do cortejo seguiu logo atrás em dois Daimlers pretos alugados, deslocando-se com uma lentidão quase cerimonial. Quando estacionei diante da pequena casa de campo do meu pai — agora silenciosa como um túmulo fechado — desci primeiro, seguida pelos outros dois. Permaneci ali, parada, observando até o carro fúnebre desaparecer numa curva, atravessando a área arborizada e rumando para a estrada principal. Com tudo acabado, um alívio desconcertante se instalou dentro de mim. Não suportava continuar revivendo a imagem dele sem vida, a luz nos olhos dele apagada, os dedos gelados entre os meus, ainda mais frios pelo choque do que pela morte em si. Essas não eram as memórias que eu queria guardar. — Quer que eu a leve para casa, Sra. Wild? Lancei um olhar de lado para Donna Wild, que respondeu com um aceno enfático. — Não, querida, não se incomode. Uma longa caminhada e um pouco de silêncio serão bem-vindos. Imagino que você tenha muito o que discutir com o Sr. Larusso. A Sra. Wild era feita de rotina. Mesmo que o mundo dela tivesse virado de cabeça para baixo naquela manhã, ela não cederia à desordem. Nos últimos trinta e três anos, ela fez o mesmo caminho de volta para sua pequena casa todas as noites depois de terminar o dia ao lado de Otto. Caminhar sobre folhas secas, até a porta da frente coberta de madressilvas, era sua maneira ritualística de digerir o mundo. — Está bem — respondi com uma doçura que só conseguia dirigir a ela. — Vá com cuidado. Nos vemos amanhã. Ela sorriu com esforço, piscando rápido demais. — Sim, querida. — Com um tapinha leve no meu braço, virou-se com uma destreza surpreendente e desapareceu sob as sombras das árvores altas. Suspirei quando ouvi uma tosse hesitante romper o silêncio. — Srta. Morgan, quer terminar isso? Ah, o querido Tio Corand, sempre tão insistente em manter o decoro, mesmo agora. — Você me conhece desde que eu era uma adolescente teimosa, Tio Corand. Não precisamos de formalidades — muito menos hoje. Venha, vamos discutir tudo lá dentro. Enquanto o guiava para dentro da casa, uma onda quente de nostalgia me atravessou. A residência de Otto e a da Sra. Wild eram, originalmente, casas de trabalhadores, construídas lado a lado nos arredores do que hoje era o Instituto de Pesquisa Médica Otto F. Morgan. Enquanto Wild se entregava a um maximalismo quase barroco, Otto sempre preferiu o charme refinado da estética Rainha Anne — um reflexo discreto de sua herança anglo-saxônica. A entrada, feita de carvalho robusto, era encimada por uma ferradura para dar sorte, e se abria para um salão circular. Ele se ramificava com uma precisão quase naval em três câmaras adjacentes, protegidas por vigas de madeira arqueadas, como braços protetores. Lembro-me da primeira vez que vi essa casa. Fiquei encantada com seu charme excêntrico. Isso, somado ao amor dele por segundos cafés da manhã, me levou a perguntar se Otto era um Hobbit disfarçado. Ele só riu e disse que, se algum dia fosse embarcar em uma aventura, me levaria com ele. Promessas. O amor que compartilhávamos pelas casas de campo do Velho Mundo nos levou a muitas pequenas jornadas — vasculhando feiras, vendas de garagem e leilões pelo interior em busca de relíquias encantadoras. Estávamos sempre em busca de objetos que complementassem sua paixão por velharias artesanais. Lembranças dessas caçadas estavam por toda parte — no aparador da sala de jantar, por exemplo. Meu troféu de redação do ensino médio ainda estava lá, lado a lado com uma caixa de quebra-cabeça chinesa. Uma fileira de máscaras tribais Māori decorava uma das paredes, e uma kukri nepalesa, aninhada em um berço de veludo vermelho-sangue, repousava ao lado de uma maquete de vidro do sistema solar. Essa última foi meu presente de dezoito anos. Otto jurava que a havia vencido numa luta. Essas pequenas esquisitices transformaram esta casa no meu lar. Mas hoje, tudo dentro de mim gritava. Tive uma vontade quase insuportável de pegar uma cadeira e jogá-la do outro lado da sala, de destruir cada arranjo meticulosamente organizado, de desfazer a ordem que ele tanto amava. Sacudi a cabeça, tentando espantar a fúria e foquei no tio Corand, que me olhava como se eu fosse um animal ferido. — Podemos conversar no escritório? — perguntei, tentando soar composta. Minha voz, no entanto, saiu rouca, quase trêmula. — Claro, Srta. Morgan. Revirei os olhos por dentro. Ele me conhecia desde que eu era uma adolescente petulante. Aquela formalidade toda soava absurda, ainda mais hoje. Atravessamos dois cômodos até o escritório, um espaço comprido e suavemente iluminado por lâmpadas de seda japonesa. A cadeira de Otto estava lá, parada atrás da mesa de mogno. Meu estômago se revirou. Não havia a menor chance de eu me sentar ali. Fiquei de pé, firme, e me virei para o advogado. Em vez de encará-lo nos olhos, me concentrei nas pequenas rugas em seu pescoço. Não suportava a ideia de ver pena em seu olhar. — Está tudo bagunçado agora — admiti. — Não tive tempo de revisar os papéis dele. — Isso é compreensível, Julienne. Ouvir meu nome sair da boca dele me fez hesitar por um segundo. O tio Corand se afundou numa poltrona que quase o engoliu. — Você já sabe que vai herdar tudo do seu pai adotivo. Mas... O silêncio depois do "mas" me incomodou. Ele tirou os óculos, esfregando as armações com uma força que não combinava com sua idade. — Aham. O que foi, tio Corand? — A pergunta arranhou minha garganta como areia. — Parece que há algumas questões pendentes — disse ele, com um tom hesitante, quase um sussurro. — Pendentes? — repeti. A palavra pareceu amarga. — Você está dizendo que havia alguma dívida? — Não, meu Deus! O choque em sua voz foi tão evidente quanto sua desaprovação. — Seu pai morreu rico, Srta. Morgan. Tudo, incluindo bens pessoais, será passado a você. Balancei a cabeça, impaciente. Eu já sabia disso. Ele já tinha me dito. Mas essa não era a parte que importava. — Então o que você quis dizer com “pendente”? — insisti. Os dedos dele se entrelaçaram, e sua boca se curvou num traço sombrio. As rugas ao redor dos olhos se aprofundaram. — O inventário não é uma mera formalidade — disse com uma calma quase dolorosa. — Especialmente considerando as circunstâncias incomuns da... morte. Os resultados da autópsia trarão mais clareza. — Achei que fosse só um procedimento de rotina — rebati, com a voz afiada. Abri e fechei as mãos. Ele assentiu, devagar. — Era o esperado. Mas surgiram novas evidências. Sugiro que você se sente. Fiquei imóvel. A voz saiu num fio. — Não precisa. O que você descobriu? E então, a outra voz — aquela, antiga, c***l, que sussurrava nos cantos da minha mente — se fez ouvir. Você já sabe, sua inútil. Patética perda de espaço. Senti um suor frio escorrer pela minha testa. Não, não podia ser. Todos amavam Otto. O suspiro de Corand foi pesado, fúnebre. Meu peito se apertou. — Me desculpe, Julienne — disse, sombrio. — Eu queria poder... Ele não completou. E então, com uma voz que parecia pesar toneladas: — Vou te contar algo diferente do que todos ouvirão. Otto foi assassinado.

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