Julienne Kurt abriu a porta do seu escritório com o ombro e entrou, sem olhar para trás. Fiquei hesitante, pairando no batente como uma sombra indecisa. — Sente-se — disse ele bruscamente, sem sequer se virar. Atravessei o mesmo andar onde havia me rendido na noite anterior, agora tomada por um sentimento profundo de arrependimento. Que coisa estúpida de se fazer. Eu sabia disso agora — tão nitidamente quanto soubera no momento em que aconteceu. Mas havia uma diferença gritante entre saber e agir com sabedoria. A luz intensa do sol invadia pelas janelas altas, revelando cada detalhe da sala com uma clareza c***l. A mesa... iluminada, exposta, palco do que havia acontecido. Lembrei-me do toque da madeira fria contra minha pele nua, do som abafado da respiração entrecortada, das mãos

