Capítulo 2

707 Palavras
Alícia Craig Já se passaram várias horas, ainda estou na minha festa de casamento, tomando meu suco de laranja. Fui ao bar e pedi algo forte para beber, mas o garçom me entregou esse suco. — Ordem do senhor Baroni. — Me disse ele. Apenas concordei, peguei meu suco e fui em direção às escadas, mas no caminho um segurança me parou. — Senhor Baroni pediu que a Senhora permaneça na festa até seu retorno. — Mas eu só vou ao meu quarto. — Desculpe Senhora, mas não posso permitir. Reviro os olhos. Por Deus, sou uma estranha em minha própria casa. Meu marido, logo após a cerimônia desapareceu, o que não deixa de ser bom. Tenho medo do meu futuro, mas não vou abaixar a cabeça pra ele. Vejo minha mãe conversando com minha sogra, e acabo decidindo me aproximar. — Oi. — Oi filha, estou aqui comentando com Elena, como vocês formam um casal bonito. Sorrio amarelo. —Meu filho tem um gênio forte, mas é um bom homem. Tenho certeza de que formarão uma linda família. — Elena sorri carinhosamente para mim. — Onde está o papai e os meninos? — Pergunto à mamãe, ignorando a fala de minha sogra. — Estão todos no escritório. Concordo com a cabeça. — Iremos voltar para casa hoje mesmo. — Hoje mesmo? — Pergunto triste. Mamãe se aproxima e segurando minhas mãos, ela diz. — Sua casa agora é na Itália, minha filha… Seus irmãos, seu pai e eu estaremos aqui torcendo por sua felicidade, mas não poderemos fazer nada além disso. Solto uma risada, sem qualquer humor. — E vocês acreditam mesmo, que aquele homem poderá me fazer feliz? — Isso é o que vamos descobrir, querida esposa… Respiro fundo e me viro lentamente. Lucca está agora aqui, bem na minha frente. Lindo, mas com seu olhar frio. — Vamos partir agora mamãe. — Fala, sem desviar os olhos de mim. — E suas coisas já estão no carro. Vamos. — Não há tempo para resposta, ele se vira e sai. Me despeço de minha família, apesar dos pesares, na minha casa, da porta pra dentro, sempre fomos uma família cheia de amor. Porém, nesse mundo da máfia, somente os homens têm voz e vez. Nós mulheres nascemos apenas para obedecer. Meu pai e minha mãe vivem um casamento feliz, apesar das desavenças, tenho três irmãos mais velhos, Emanuel, Pietro e Thomás eles ajudam papai nos assuntos relacionados a máfia. Nós crescemos rodeados de amor, mesmo quando os meninos precisaram começar o treinamento, ainda assim, em casa éramos uma família tradicional. Eu estudei em casa, com professoras selecionadas por eles. Sempre que sai de casa, estava acompanhada por eles, nunca pude sair sozinha. Mas sempre quis a minha liberdade. Bom, sonhar nunca foi um crime, não é mesmo? Eu soube que me casaria um dia antes do meu noivado. Eles selaram esse casamento para unir as máfias e eu fui a garantia do acordo. Injusto? Muito. Mas como eu disse, às mulheres na máfia apenas fazem aquilo que lhes é ordenado. Só peço a Deus que Lucca não seja um daqueles homens que usam as mulheres apenas como objeto de seu próprio prazer. Acho que eu não aguentaria isso. Estamos a caminho do aeroporto. Os Baroni tem seu próprio jatinho e vamos embora nele. Sei muito pouco sobre meu marido, apenas que agora ele é o chefe da máfia Italiana e que ele é doze anos mais velho que eu. **Lembranças on** — Thomás, meu noivo, tudo que falam sobre ele, é verdade? — Não fica pensando nisso, Lili. — Eu preciso saber. Ele é doze anos mais velho que eu mesmo? — Olha, se você quer saber… Sim tudo o que dizem sobre ele é verdade, tudo e mais um pouco. Sim, ele é doze anos mais velho que você. Mas isso não significa que ele é velho. — Então pelo menos ele não é um velho careca e barrigudo? — Tento fazer graça, mas as lágrimas ainda rolam dos meus olhos. — Não, pelo menos isso não. ** Lembranças off** Respiro fundo e olho através da janelinha. Eu nunca viajei de avião, e essa imagem faz eu esquecer, por poucos minutos, o meu futuro.
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