Lucca Baroni
Olho meu relógio mais uma vez. Respiro fundo, antes de seguir até Elias Craig, ele vê minha aproximação e respira fundo também.
— Sua filha tem cinco minutos pra descer. — Digo impaciente. — Ou eu mesmo irei buscá-la.
— Ela irá descer, vou trazer ela agora.
— Assim espero, ela não quer testar minha paciência no dia do nosso casamento. — Viro as costas para ele. — Cinco minutos Sr. Craig.
Volto ao meu lugar e vejo ele se afastar, meu irmão se aproxima de mim.
— Não se preocupe, ela virá.
— Vaffanculo Nicola (vá se ferrar Nicholas)
— Calma aí, fratello! Não sou eu quem estou atrasado.
Reviro os olhos.
— Não, não é. Mas você não está me ajudando.
Ele se aproxima, um olhar divertido brinca em seus olhos, enquanto ele apenas fala próximo ao meu ouvido.
— Pensa alla tua prima notte di nozze, penso che migliori il tuo umore. (pensa na sua noite de núpcias, acho que isso melhora seu humor)
Sorrio. Sim, pensar em minha noite de núpcias melhora sim o meu humor. Mas para isso, minha querida noiva precisa virar minha esposa.
Olho no relógio mais uma vez, tentando decidir se devo ainda esperar ou se está na hora de começar a ensinar Alícia sobre cumprir horários, quando a música anuncia sua chegada.
Alícia vem descendo as escadas de cabeça baixa, mas assim que chega nos últimos degraus, ela olha em minha direção. Nossos olhares se encontram e uma lágrima rola no rosto dela.
Seus passos são lentos até mim, mas assim que chegam em minha frente, Elias me entrega a mão de sua filha, que por instinto agarra a do pai.
Sorrio e olhando em seus olhos, sussurro…
— É melhor soltar a mão de seu pai, Alícia. Você já testou minha paciência por uma vida.
Ela arregala os olhos e mesmo parecendo relutante, solta a mão do pai.
— Cuide dela Lucca, por favor.
— Isso não é mais de sua conta, Elias.
Ele assente com a cabeça e vai para seu lugar.
A cerimônia correu, com toda aquela baboseira que sempre é visto em um casamento.
Ao meu lado, Alícia não parou de chorar nem por um minuto.
— Eu vos declaro, marido e mulher. Pode beijar a noiva.
A voz do padre ecoa por todo o ambiente e Alícia se encolhe ao meu lado. Me viro para ela e deixo um beijo casto em sua boca.
O gosto de seus lábios é delicioso, mas não aprofundo o beijo. Vou guardar o melhor pra depois, quando estivermos a sós.
Ela me encara por um longo instante e assim que arqueio a sobrancelha, ela abaixa os olhos.