As Verdades que Acordam No chalé, a manhã caminhava preguiçosa. O sol parecia brincar com a madeira clara das paredes, acendendo pequenas brasas douradas. Alicia sentia algo parecido com coragem pulsar sob a pele, como se seu coração tivesse recebido uma carta anônima dizendo: é hoje. Alan a observava com aquela serenidade que desarmava tempestades. Alex, por outro lado, parecia um raio domesticado, inquieto, faminto de significados. E ela, filha única, órfã, marcada por cicatrizes que nunca exibira, agora estava ali, no centro de dois mundos que enfim a enxergavam. "Quer que eu comece?" Alicia perguntou, ajeitando uma mecha atrás da orelha. Parecia um gesto simples, mas naquele momento era uma convocação para revelações. Alan inclinou a cabeça, sempre médico, sempre atento ao subtexto

