CAPÍTULO DOIS- O SEQUESTRO

1189 Palavras
Lindsay suspirou quando as últimas aulas chegaram ao fim. Ela gostava de estudar ,mas estava com a cabeça cheia e queria sair logo daquele ambiente. Quanto mais rápido ela saísse da sala, menos chance teria de encontrar Alana. E depois de seu comentário na hora do intervalo, Lindsay tinha certeza de que ela iria querer se vingar. Era justamente por isso que Lindsay não podia se expor, ela já estava na mira de Alana há muitos meses e precisava ser invisível para fazer o seu trabalho. Ela precisaria tomar muito cuidado com Alana. Lindsay sai da sala torcendo para não encontrar Alana. Seu plano teria dado certo se Alana não tivesse a encontrado. Com seu olhar fulminante, contido por debaixo de uma máscara sorridente, Alana sorri para Lindsay (deixando - a confusa, por um momento apenas). _ Desculpe pelo que falei mais cedo, eu fui bem indelicada. _ Alana disse com um sorriso gentil ( e totalmente falso ) estampado em seu rosto. _ Você pode enganar a quem você quiser, mas a mim não. Agora dê - me licença, este assunto está encerrado._ Lindsay disse após se afastar de Alana e começar a caminhar em direção à porta. O que ela não esperava é que Alana seria mais rápida e a empurraria contra a parede, fazendo- a bater com a cabeça. Ainda desnorteada, Lindsay recebeu uma coronhada, perdendo a consciência de vez( sem ter a chance de defesa). *** Lindsay acordou horas depois, sentindo uma dor de cabeça imensa, estava amarrada em uma cadeira, não conseguia se lembrar daquele lugar. _ Vejo que acordou! Ótimo, isso é por ter me respondido daquele jeito Alana disse, dando um soco na face de Lindsay. _ Ninguém, ouça bem, ninguém fala daquele jeito com Alana Johnson e sai impune. Além disso , de insignificante você não tem nada, não é mesmo? Quase me pegou com essa cara de mosca morta. Minha teoria estava errada, eu subestimei você. Hoje eu percebi que você pode ser mais perigosa do que imaginava. Ao invés de deixar tudo enterrado decidiu investigar a minha vida. Estava tudo ótimo até você chegar. _ Só por ter te respondido chegou a essa conclusão? _ Não foi a resposta em si, mas percebi a forma como sempre se esquivava e escondia sua vida. Sabia que havia alguém investigando minha vida aqui mas não sabia que era você. Achei que estivesse do lado do bem, que fosse apenas uma garota nerd mas me surpreendi, você é perversa. _Eu estou do lado do bem. _ Mentira! Você está do lado dele. Ela sacou a arma que estava dentro de sua bolsa, mas um som a interrompeu. Lindsay reconheceria esse som em qualquer lugar: era o carro de Vitor. Alana resmunga um comentário que Lindsay não consegue decifrar , nem poderia, estava feliz pois se Vítor estava por perto , seria um sinal de que não estariam tão longe da faculdade. _o que houve?_ perguntou mesmo sabendo que não obteria resposta. _ Não se mexa ,eu já volto. _"Como se desse pra me mexer,essas cordas estão apertando os meus ossos."_Ela pensou, com raiva. Enquanto Alana não voltava, Lindsay tentava a todo custo desamarrar as cordas que a prendiam . Durante o trajeto até o portão de sua casa, Alana pensava no que dizer para o rapaz. Olhando para seu segurança, deu - lhe um recado silencioso para que ele resolvesse esse pequeno contratempo. _ Boa tarde, gostaria de falar com Rebeca Parker . _No momento ela não se encontra. _ Tem certeza disso? Deixe- me apresentar : Vítor Garcia, detetive particular Vitor disse antes de mostrar seu distintivo. _E esse,ao meu lado, é o oficial de justiça. A senhorita Parker não compareceu ao tribunal para depor como testemunha. _ Deixa que eu resolvo isso, Marcos. Pode ir. Rebeca não conseguiu se controlar, logo foi até as autoridades presentes. _ Nunca mais me chamem assim, meu nome é Alana Johnson. Rebecca Parker morreu há um ano. _ Tudo bem. Eu sou oficial de justiça e essa é uma intimação para que apareça no tribunal daqui a 10 dias. Caso não apareça, será presa por desobediência. _ Não se preocupem, eu não quero problemas com a justiça. Após se despedir do oficial e do detetive , alegando estar com dor de cabeça, Alana saiu em disparada ao lugar aonde havia deixado Lindsay. Ao chegar no quarto, onde manteve Lindsay trancada por horas, Alana encontra Marcos caído e recebe um soco na mandíbula que a desnorteia. Um chute em sua barriga e Alana cai, nocauteada. Lindsay corre, com todas as forças que lhe restaram. Ela escuta um disparo, mas não consegue se virar. Já estava do lado de fora da casa, mas não conseguiria ir muito longe. _Eu não queria ter que fazer isso, Lindsay. Só ia te dar uma lição, amanhã você estaria na faculdade de novo e estaria tudo bem,mas você nocauteou o Marcos. O meu melhor amigo. A arma que eu segurei antes, estava descarregada. Essa eu peguei dele. Enquanto Alana falava tudo o que Marcos significava para ela e o quanto ela era grata por tê-lo, Lindsay estava no chão, com sua perna sangrando. _ Isso vai soar muito estranho, contando que acabei de atirar em você, mas eu não matei aquele homem. Eu sou a testemunha que deve ser protegida, não acusada. _ Eu não acusei ninguém._ Lindsay ainda conseguiu dizer isso com dificuldade antes de desmaiar de dor. *** _ Essa foi a última intimação. Até amanhã, oficial Freitas. _ Até amanhã, detetive Vitor. _" Faz tempo que a Lindsay e eu não nos vemos. Desde que ela começou a namorar,nossa amizade foi pra escanteio."_ Vítor, pensou,com raiva._" Além disso, ela vai gostar de saber que já encontramos Rebeca." Decidiu, então, ligar para ela para convidar os dois para saírem com ele e uma amiga. Afinal, o mais inteligente ( se Vitor quisesse recuperar sua amizade com Lindsay) seria tratar bem o namorado dela. Mas, para a surpresa dele, não foi Lindsay quem atendeu e sim uma voz que ele lembrava ter ouvido em algum momento. _ Desculpe, acho que me enganei. _ Você é algum parente da Lindsay? _ Por que gostaria de saber? Afinal, quem é você e por que está com o celular dela? _ Ela está no hospital, sofreu um acidente. Para estar com esse tom de voz preocupado deve ser o namorado dela, vou te passar o endereço e não se preocupe, ela está estável. _ Daqui a meia hora eu estou aí. Vitor desligou, entrou em seu carro e dirigiu rumo ao hospital. Chegou lá, cerca de meia hora depois,como havia comunicado a pessoa do outro lado da linha. Alana ia em direção a Vitor, quando o médico responsável pelos cuidados de Lindsay chegou. _ Parentes de Lindsay Montenegro? _ Eu fiquei com a guarda dela por alguns meses antes dela completar 18 anos então sou o parente mais próximo dela. _Quando nos falamos ao telefone, não me disse isso._ Vitor ignorou o comentário, olhando fixamente para Alana _ " Ela e Lindsay são amigas?"_ Ele se perguntou. _O que ela tem, doutor?
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