Magno Albuquerque
Eu matava pessoas e recebia por isso, esse era o meu trabalho.Tudo havia começado quando eu tinha 15 anos, eu descobri que eu não era só apaixonado por filmes de assassinos, percebi que eu também era capaz de fazer como eles.Na escola onde eu estudava, eu sofria bullying por um grupo de garotos imbecis, não me recordo bem os seus nomes, até porque faz muito tempo, mas sei que eram ricos e mimados.Certo dia, numa de suas diárias tentativas de me humilhar em público, eu esfaqueei um no meio do pátio, os outros sairam correndo assustados.Todos me olhavam como se eu fosse um monstro, um assassino.
Passei anos no reformatório, mas nada me fez perder a sede de sentir de novo aquela sensação do sangue escorrendo nas minhas mãos.
Meus pais desistiram de mim depois do que fiz, me deixaram sob a responsabilidade de meus avós que com sua idade avançada, logo morreram.A vida adulta chegou cedo pra mim e eu aprendi a lidar com ela do meu jeito.
Eu estava na merda quando conheci o Antônio Caldeiras, o dono da empresa multimilionária de jóias.O cara tinha vários inimigos e eu, tinha uma arma e disposição de sobra.Minha vida mudou da água para o vinho até porque, ele pagava muito bem pelos meus serviços.
Naquele dia, eu cheguei na empresa como chegava todos os dias com a minha jaqueta de couro e minhas correntes fazendo barulho.As secretárias me olhavam curiosas, sempre querendo saber o que eu estava indo fazer no escritório do Antônio.Entrei no elevador e ele se fechou, eu já estava acostumado com tudo aquilo, trabalhava para Antônio fazia um ano.
Ao chegar no andar de sua sala e me aproximar da porta, percebi que havia uma mesa com papéis e poltrona na entrada, o que antes não estava ali. "Deve ter contratado uma secretária." Pensei eu batendo na porta e aguardando ele aparecer.
_Bom dia, deseja falar com o Antônio?_ela perguntou vindo do corredor e se sentando na poltrona que estava ali, eu nunca tive uma relação muito boa com mulheres e meu humor não era dos melhores, então a ignorei e continuei ali parado._Ele saiu para o almoço, quer deixar algum recado?_ela insistiu, abusada.
_Não, obrigado, eu vou esperar aqui mesmo._respondi me sentado na cadeira a sua frente, olhando fixamente para ela que corou.Era uma mulher muito bonita, tirando a parte de ser bem intrometida.
_Tudo bem, eu comecei ontem, talvez você não me conheça, mas sou a Sofie._ela disse, chegando perto de mim e estendendo a mão para me cumprimentar.Uma parte de sua saia de couro estava levantada e sem ela perceber, eu consegui ver uma parte de suas coxas o que me deixou desconcentrado, até perceber que ela estava ali com a mão estendida, esperando.
_É um prazer, Sofie._apertei sua mão talvez com um pouco de força, ela me olhou com seus olhos verdes e vibrantes.
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_Quer dizer que agora você resolveu contratar uma secretária?_perguntei dentro da sala de Antônio, enquanto ele mexia no notebook.
_Ah, Magno, a menina é uma graça, muito educada e estava precisando de emprego urgente.Resolvi dar uma chance._ele me olhou com a sobrancelha erguida._Vai dizer que você não achou ela uma bela mulher?
_Eu não achei nada, é quase uma criança, prefiro mulheres mais velhas._eu disse, dando de ombros.Ela tinha chamado a minha atenção sim, mas misturar as coisas, não daria certo._Tem alguma novidade em relação ao Dimitri?
_Fiquei sabendo que ele estará em São Paulo daqui há quatro dias._ele se levantou, arrumando o terno._É a oportunidade perfeita, Magno.
_Sim, com certeza.O senhor espera por isso há muito tempo, eu não irei decepcionar.
_Com a morte dele, eu irei dominar o ramo das jóias no Brasil, será uma grande conquista._ele sorriu, olhando pela janela de vidro.
Antônio era um homem extremamente ambicioso e tinha sede de poder.Aquela empresa era sua maior conquista, mas ele não estava satisfeito, queria sempre mais e mais.
O Dimitri de quem ele falava, era seu maior rival no ramo das joalherias, eles competiam lado a lado como as empresas mais bem sucedidas.Antônio não média esforços para ser sempre o melhor em tudo o que fazia, sendo assim, ele seria a minha próxima vítima.