Episódio 5

1163 Palavras
A ameaça do irmão é mais alta que a música. Então a risada de Marcos enche o ar. Ele empurra uma das tias com o telefone. Ela voa gritando para os braços do marido. Leila e Azamat, ainda sem suspeitar de nada, cortaram uma faca no bolo com sorrisos. E um segundo depois o conto de fadas deles desmorona. O meu querido Marcos empurra o garçom que carregava o bolo num carrinho especial. Ele se espalha parcialmente, desliza parcialmente até os pés dos jovens, manchando os seus rostos e roupas. O salão congela em estado de choque, Marcos com um grito vitorioso corre em direção à porta da liberdade e Bekir cai em cima do bolo. Achei que tinha arruinado o casamento da minha melhor amiga? Eu era modesta. Eu me subestimei. Na verdade, eu acabei com ele. Senhor, leve-me embora, por favor. Eu concordo com o inferno. Só não me deixe aqui. O meu pedido ao Todo-Poderoso permanece não realizado. Eu não vou para o subsolo. Tenho que continuar a viver de alguma forma. O feriado está arruinado. No início, o salão fica envolto numa confusão geral, depois as pessoas gradualmente começam a descobrir o que aconteceu. As tias e meninas estão chorando, tentando pelo menos fazer alguma coisa com a bainha “decorada” com creme e merengue do vestido de noiva de Leila. Azamat se sacode. Irritado, é claro. Todos os homens estão com raiva. Ele está ansioso para alcançar o louco desconhecido, mas os mais velhos e amigos o atrasam. Alguém ainda está correndo, mas sei que não vão pegar Marcos... Eu mesmo olho para meu irmão atordoado. Como ele se levanta, recusa ajuda, pede desculpas a alguém, e ataca alguém. Quando ele olha para mim, recuo, embora devesse estar preparada. O seu olhar não promete nada de bom, a minha última esperança de uma resolução bem-sucedida da situação está derretendo. Mas de onde vem uma pessoa próspera? Não poderia ter sido pior... Quando Leila vai trocar de roupa (porque o vestido, claro, não pode ser guardado), ela me puxa junto com ela. Sou grata a ela por isso, mas não consigo nem dizer nada. Desculpar-se. Confessar. Eu apenas a ajudo, movendo mecanicamente os dedos sobre os botões. A minha amiga me fala alguma coisa, até ri, não chora nem nada, mas eu concordo com tudo aleatoriamente. Quando voltamos, o salão está quase como antes do incidente. Mas ninguém vai continuar se divertindo. Não haverá bolo. Fogos de artifício também, ao que parece. Adeus aos jovens... Ah, que vergonha tenho... — Perdoe-me. Não pude evitar, peço desculpas à minha amiga, apertando a palma da mão dela. Leila me olha surpresa e até mexe no meu nariz. — Por que você está pedindo perdão? Não temos nada a ver com isso. Deixe os homens descobrirem... Eu gostaria de poder acenar com a cabeça, sorrir, deixar ir. Mas eu não posso. — Apenas me perdoe. — Tudo bem... Minha amiga ri de novo, me abraça com força, como se fosse o casamento que tivesse sido interrompido e o melhor dia da minha vida estivesse arruinado. Ele me deixa e vai para Azamat. Está claro para ele que ainda está extremamente zangado. Além disso, é claro que com Bekir. Eles estão brigando agora. O meu irmão está sentado numa cadeira. A minha mãe está agitada ao lado dele, limpando as mãos. Finalmente estou convencido de que ele e Marcos lutaram, afinal. Como poderia ser de outra forma? A briga entre Bekir com Azamat teria continuado, mas Leila salva a situação. Ela chama a atenção do marido. Faz ele olhar nos seus olhos e diz alguma coisa. Ele imediatamente suaviza em resposta à sua amada. Acho que ela não precisa daquele bolo há muito tempo. Se for ofensivo, m*aligno, r**m, não é para ela. Isso mostra que não há motivo para ele ficar com raiva. Certamente não com Bekir. Ele olha para meu irmão e sorri para ele. Ouço baixo, seco: — Bagyishlaniz, Leila Khanum... O meu irmão pede desculpas e Leila também o perdoa. — Haverá algo para lembrar, Bekir. Bekir ri, mas não com alegria. E então a minha mãe estende a mão para o rosto dele para tratar o arranhão na maçã do rosto. Ele se contorce e sibila. O que está acontecendo agora é humilhante. Em primeiro lugar, para ele, mas deveria ser para mim. Mas não posso nem me desculpar. Ele não aceitará. Afasto-me, giro os dedos, espero alguma coisa... Não peço ajuda de ninguém em especial, mas a atividade me encontra por si só. A tia de Leila, Farida, que caiu nos braços do marido, está reclinada numa cadeira, abanando-se com as mãos. Eles me pedem para cuidar dela. Corro em busca de água, encontro um ventilador, trabalho como ventilador e observo o que está acontecendo ao meu redor. O meu telefone está vibrando na minha bolsa, mas nunca terei coragem de paga-ló. Este, claro, é Marcos, mas tenho certeza de que está tudo bem com ele, mas por outro lado... Ele nem imagina o quanto estou com raiva dele por tudo que fiz. Pelo desrespeito que me permiti demonstrar... Eu penso sobre isso e fico animada. Eu realmente nunca gritei com ninguém. E agora eu definitivamente explodiria com ele... — Calma. Caso contrário, para aumentar todos os meus problemas. Recuperando o juízo, peço desculpas à minha tia e tento me controlar. Eu me abano com cuidado, não penso em Marcos. Nem em mim nesse momento. Quando vejo o meu pai, o meu coração se parte. Ele entra no corredor e se aproxima do meu irmão. Ele não olha para mim, mas por enquanto é isso. Eu sinto raiva. No momento, em que ele chega a Bekir. Ele lhe conta algo breve e sério. O rosto do meu irmão endurece e m*al consigo conter um novo ataque de choramingo patético. Para Bekir, o respeito do meu pai é muito importante. É tão importante para ele ver aprovação nos seus olhos... É tudo por sua causa, Aika. Todos os problemas são por sua causa... Quase dobro o meu leque e dou um passo em direção à minha família com um desejo ardente de confessar sinceramente, mas sou imobilizado por um rápido olhar do meu irmão. Eu li nele: “não se atreva”. Eu engulo e obedeço. Há cada vez menos convidados. Leila e Azamat vão até a soleira para que todos possam se despedir deles. Onda após onda de vergonha, desespero, alívio toma conta de mim... E quando olho ao redor do salão quase vazio e vejo o meu novo “conhecido” em uma das cadeiras, também sinto raiva. ‎ ‌​​​‌‌ ​‌‌Por alguma razão, pareceu-me que o promotor seria um dos primeiros a ser levado pelo vento, mas não. Ele se acomodou de maneira mais do que impressionante. Ele esticou as pernas já longas, folheou algo no celular e mostrou com toda a aparência que estava entediado.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR