BOREL
Amigos é como chamamos as pessoas que consideramos e que mostram nos considerar o que é um passo para a longa decepção não agravando a todos, comigo também não foi diferente e eu só tive a certeza quando cair na tranca. “Minha mulher” foi uma das primeiras a pular da barca deixando nosso filho com minha mãe e sumindo no mundo, depois vieram os “aliados” não fizeram a mínima questão de me tirar desse lugar ao menos pensaram no meu filho que vira e mexe fica doente por sentir minha falta.
Isso foi bom porque eu finalmente entende que é como minha mãe dizia “amigo do peito é colete o resto é bala” , “p**a só, ladrão só” tudo parecia mais claro e com um sentido e talvez se eu estivesse escutado ela não me decepcionaria com aqueles p*u no cu que nunca me topou apenas amava me boa fase, amava o meu dinheiro, ama meus bens materiais e o que eu lhes proporcionava.
Carcereiro: Tá surdo seu merdinha? Adianta o passo tem visita para você – Rosnou batendo com o cacetete nas grades fazendo aquele barulho irritando e me fazendo rugir.
O motivo de eu ter caído na tranca foi um roubo o qual eu sabia que poderia morrer ou ser preso mas mesmo assim eu quis brincar com a verdade e tomei no meu cu, as coisas aqui são sem piedade os cana quebra e amassa legal ainda tira com nossa cara. Mas comigo é história, se falar vai ouvir tenho medo de nada nem ninguém, sou sujeito homem e honro o p*u que carrego nas calças.
― Merdinha é você seu corrupto de merda, bota moral não nós é bom mas não é bombom ― Rosnei enquanto ele me algemava.
Carcereiro: Se fosse bom não caia na tranca – Murmuro com um sorriso cínico o que me fez soltar um riso.
― O que você quer dizer com isso seu capacho do governo, p*u no cu? Vocês me caçaram por 9 anos e só agora conseguiram me pegar e foi porque eu quis não porque vocês foram espertos ou ágeis ― Debochei com um sorriso presunçoso e o ouvir bufar.
Quando eu entrei pro crime era bem novinho tinha uns 15 á 16 anos na época que meu pai morreu numa troca tiro por terem confundido seu violão com uma fuzil, hipócrita não? Pós desde essa tempo eu quis me vingar dos cana e como lá em casa começamos a ter necessidade e pouco dinheiro para sustenta-las eu cheguei no chefe do Jaca e por ser novinho fiquei um bom tempo de orelho e dai fui me desempenhando para subir e hoje eu sou o dono do jaca já que o Marreco deixou nas minhas mãos quando estava na beira da morte e eu honrei e honro seu nome.
Carcereiro: Sem qualquer contato físico – Falou tirando minhas algemas e colocando as chaves na cintura.
― Se f***r seu fila da p**a, vou fazer o contato que eu quiser ― Peitei o mesmo que rangeu os dentes antes de me empurra pra dentro.
Resmunguei alguns palavrões até me virar por conta de um soluço e ver a minha mãe que tinha um sorriso singelo no rosto, sem muito rodeio a abracei apertado sentindo seus carinhos em meu cabelo e seus beijos carinhos na minha testa como se eu ainda tivesse 5 anos e estivesse com medo do bicho papão.
Yara: Meu filho, meu menino – Murmurou entre o choro – Que susto que você me deu seu infeliz, inconsequente, ridículo. Que d***o te deu pra fazer a p***a desse assalto sabendo que você podia cair nesse inferno meu filho – Surrou meu braço de leve me fazendo encara-la e secar seu rosto com o dedo.
― Sem oprimir o cara coroa, fiz porque tinha que fazer e agora tô aqui mas não vai durar muito tempo ― Me sentei a sua frente e segurei sua mão fazendo um pequeno carinho.
Yara: Fala comigo direito Borel, já falei pra parar de usar essas gírias ridículas garoto – Me acertou um tapa na cabeça e a olhei feio – Olha feio pra mim de novo que eu esqueço que tu já tá nesse inferno e quebro sua cara todinha – Apontou o dele na minha cara e eu bufei.
― p***a mãe ideia errada essa sua vamos parar ― Cocei a cabeça ― Solta o verbo como está o Tarlisson? Melhorou? Está frequentando o colégio direitinho? – Sorrir de canto ao lembrar do meu moleque, saudade define.
Yara: Ideia erra uma desgraça Borel já mandei fala direito nessa p***a – Se irritou me fazendo gargalhar – Tarlisson está bem, hora ou outra fica com febre e tristinho perguntando de você mas está tudo ok. E vim conversar justamente sobre ele – Apoiou os braços na mesa e arqueei a sobrancelha já preocupado.
― Enrola não mãe o que pega com meu filho? Está faltando alguma coisa? Do que ele precisa? ― Fiz uma pergunta atrás da outra já imaginando um monte.
Tá maluca odiei rodeio pra falar ou fazer qualquer coisa ou fala ou nem começa ou age ou nem faz e quando se tratava do meu bem mais precioso todo sentimento é em dobro.
Yara: Deixa de palhaça Patati e Patatá – Resmungou e a olhei sério – Já mantei você não me encarar assim c*****o, Tarlisson não precisa de nada somente de uma babá porque não posso ficar levando ele pro salão é muita coisa pra fazer – Fez um cara feia e logo continuou a falar me deixando aliviado.
― George vai te dar uma meta maneira e tu arruma alguém pra olhar ele e a senhora poder trabalhar na paz ― Recostei-me na cadeira me espreguiçando.
Yara: Quando eu voltar vou pedir pro Pantanal ajeitar tudo com ele e passar lá em casa pra entregar – Disse simples e se levantou – Agora venha aqui meu menino que só nos resta 5 minutos – Falou com a voz fraca e pude seus olhos lacrimejar.
― Chora não mãe eu vou sair daqui rapidinho, o filho da Eliane ajeitou tudo com o pai dele. Vou durar nada aqui ― Pisquei sapeca para mesma lhe dando um beijo na testa.
A porta se abriu e o Carcereiro de merda estendeu as algemas como aviso que meu tempo chegou ao fim, dei mais alguns beijos na minha mãe e caminhei até o mesmo estendendo meus braços.
Yara: Eu te amo meu menino , que São Jorge te proteja e te livre de toda m*l que te rodeia e te cerca – Falou entre soluços e eu Murmurei um “amém” antes do fardadinho fechar a porta.
Voltei pra cela no maior silêncio e o p*u no cu também já que não fez nenhum comentário i****a ou graçinha com minha cara, alisei meu pulso quando ele tirou as algemas e fui direto pra minha cama sem trocar muitas palavras com os caras que a dividiam comigo.