Destino

Boa leitura! Jaqueline acorda no seu novo apartamento, ela dormiu no sofá do que deveria ser a sala do seu apartamento. Dormiu lá porque havia ficado até tarde tentando organizar o seu novo apartamento. Mudança não é nada fácil e Jaqueline estava a passar aperto. Ela se levanta a resmungar de dor nas costas e vai até à cozinha, o único cómodo da (casa) devidamente arrumado. Arruma a cafeteira e enquanto o seu café não fica pronto, vai para o quarto arrumar alguma coisa que faltavam. — Prontinho! Ai aleluia! meu Jesus, até que enfim o meu quarto tá pronto! Disse ela ao arrumar o último livro na pequena estante do quarto. O quarto tinha as paredes em tons pastéis e algumas decorações na parede. Cama box, estante com livros e uma pequena TV. Uma escrivaninha debaixo de uma janela e uma pequena suíte. Jaqueline foi para a cozinha e se serviu de café. Com a caneca na mão, foi para o quarto e ligou a TV no noticiário, o barulho estridente do celular tocando a chamou atenção. Mais uma ligação de Leonardo, seu ex-marido. Ele não estava a superar bem o término deles e ligava a todo minuto fazendo aquilo virar rotina. Jaqueline ignorava todas as ligações, fazendo a sua própria rotina também. Ela queria experiências novas, mais amor e menos razão, estava cansada da rotina vazia viver com o marido em São Paulo, por isso havia voltado pro Rio. Depois que terminou seu café, ela se arrumou para mais um dia a procura de emprego. Com um novo apartamento, precisava de um emprego para ter dinheiro com as despesas. - Bom dia, você é nova por aqui? perguntou uma morena a Jaqueline, fazendo-a parar de tentar trancar a porta e se virar de costas. A moça estava entrando no apartamento de seu vizinho da frente. - Sim, eu sou, acabei de me mudar! Prazer, meu nome é Jaqueline! - O meu é Ana, sou irmã do morador do 3B! - Ah sim, você não mora aqui? - Só tô passando uma temporada aqui, bom tenho que entrar! Foi um prazer te conhecer, Jaqueline! disse Ana de forma simpática. - Prazer é todo meu! respondeu Jaqueline, abrindo seu sorriso rotineiro. Jaqueline desceu de escada os três andares do prédio, já que o elevador estava em manutenção. Assim começava o dia de Jaqueline. Mais um dia andando pelas ruas cariocas atrás de emprego com a sua velha companheira, a pasta com currículos. XXX No prédio, Alexandre se arrumava para mais um dia de trabalho, acordou atrasado como sempre e estava completamente afobado. - Bom dia! disse Ana ao entrar no apartamento com o jornal debaixo do braço e uma sacola de pão na mão. - Bom dia! disse Alexandre, correndo pro quarto para pegar sua pasta tiracolo. - Acordou atrasado de novo, né Alexandre? - Shii, fala baixo que a Mel tá dormindo ainda! - Quem é Mel? - Mel é uma garota que transei ontem a noite! Conheci ela no bar! cochichou ele pra irmã, enquanto arrumava as mangas da blusa social. - Nossa Alexandre, você não tem jeito! - Não tenho mesmo! disse ele piscando um olho pra irmã. - Tô indo hein? Fui! disse depositando um beijo no rosto da irmã e depois saindo sem esperar uma resposta. - Perai Alexandre mas e a Mel? perguntou ela, mas sem obter resposta já que Alexandre já havia fechado a porta. XXX - Amiga, onde você tá? perguntou Tina ao telefone com Jaqueline. - Eu tô no centro, a procura de emprego! Ai amiga, não tá fácil não viu? disse Jaqueline cabisbaixa. - Que isso, deusa, não fica assim não, oh eu sei que as coisas não estão fáceis mas já já aparece alguma vaga de arquiteta pra você! - Ai do jeito que eu tô, eu tô aceitando qualquer coisa! Jaqueline parou de falar quando viu um cartaz dizendo que precisava de vendedora para uma galeria de arte. - Perai, Tina, já te ligo! disse antes de desligar o telefone. Ela entrou na galeria de arte e lá uma moça loira simpática a atendeu. - Olá, em que posso ajuda-la? - Oi, eu vi o cartaz dizendo que precisa de uma vendedora, queria me candidatar! - Você tem alguma experiência com venda? - Tenho, quer dizer na verdade eu sou arquiteta mas a crise tá me obrigando a me virar em dez, então mesmo que eu não tenha experiência, eu garanto uma coisa...eu me viro e aprendo rápido! - Entendo, olha eu não posso contrata-la assim de imediato mas posso lhe dizer que você tem grandes chances, é bonita, fala bem e...conhece alguma coisa sobre o mundo das artes? disse a loira. - Eu leio bastante sobre e gosto muito também! - Certo, deixa seu currículo com a gente, qualquer coisa eu te ligo! - Muito obrigado, viu? Já digo que se me contratar, não haverá arrependimentos! disse Jaqueline, de forma descontraída. - Tá certo, até mais... -disse a moça querendo saber pelo nome de Jaqueline. - Jaqueline! - Meu nome é Carlorine, até mais, Jaqueline! - Até mais! XXX Alexandre tentava montar uma campanha para uma galeria de arte do Rio. Ele estava encarregado disso a semanas e estava super atrasado. - Ota, me ajuda aqui cara, eu tô muito atrasado nessa campanha! disse Alexandre chegando perto da mesa de um estagiário que Carlos conversava. A agência onde os dois trabalhavam parecia uma redação de revista. Havia várias mesas de estagiários espalhadas pelo lugar e mais ao fundo um corredor que dava pras salas dos publicitários, onde ficava as salas de Alexandre e Carlos. - Claro sem problemas! Até mais, Mario! Não esquece daquele chopp hein? disse Carlos ao estagiário. Os dois seguiram para a sala de Alexandre. - Chopp mais tarde, a Kimberly tá sabendo disso? disse Alexandre rindo. - Não, ela acha que eu vou ficar até mais tarde aqui na agência e deve continuar achando! É só um chopp, não tem nada demais! - Só um chopp mesmo ou vai rolar motelzinho com uma estagiária mais tarde? - Que mané estagiária, tá louco? Não sou você que fica comendo Deus e o mundo ai não! - Não tenho culpa se todas querem o Nero! disse Alexandre todo convencido. - Safado! Oh, um dia você ainda vai conhecer uma mulher que vai fazer você comer na palma da mão dela, você vai ver! - Tá me rogando praga, é isso, Carlos? - Não tô te rogando praga nenhuma, só tô dizendo o seu futuro! Tá no destino de todo homem, se apaixonar e claro...se casar! - Ai chega de falar disso, Carlos! Chego a ficar todo empolado quando você fala essa palavra! Vamo trabalhar, falou?