CAPÍTULO 4

1378 Palavras
NARRAÇÃO RENATA Meu corpo todo parece ser controlado por ele e não consigo me mover. Seus lábios encostam levemente nos meus e mantemos nossos olhos conectados. Desde que me disse que tudo foi parte do plano e virou as costas me dando adeus, tranquei qualquer sentimento por Fábio no buraco da minha alma. Meu coração há muito tempo não batia como bate agora e meus lábios voltaram a desejar o dele. Sua boca desliza pela minha pele e vai até meu ouvido. - Mas eu não quero, justamente por saber quem você é. Sussurra, mas não se afasta. Fábio, você não devia tentar ser fodão comigo. Solto a mão direita do seu terno, escorregando-a pela sua barriga, chegando em seu m****o que está e******o. Percorro sua ereção, sentindo pulsar pra mim. Pode dizer que não me quer, mas seu corpo sempre trairá sua boca. - Quem disse que eu queria seu beijo? Minha língua puxa a parte fofa de sua orelha para os meus dentes e mordo suavemente, arrancando um suspiro alto dele. - Sua boca pode não querer me beijar, mas seu p*u está louco pra voltar a me f***r. Empurro seu corpo pra longe do meu e arrumo minha saia e minha blusa. - Agora me deixe ir terminar o seu serviço, já que não conseguiu nada até agora. Me viro pra ir embora, mas sou puxada pra ele novamente. Dessa vez minha b***a bate em sua ereção e seu peito cola em minhas costas. Sua mão aperta forte meu braço e sinto o ar quente de sua boca em meu ouvido. - Você segue as minhas regras. O golpe é meu! Viro minha cabeça e olho bem em seus olhos. - Tenta me controlar! Puxo meu braço do seu aperto e sigo de volta para a recepção. Bete está em sua mesa e me olha desconfiada. Quando Fábio surge atrás de mim, parece querer entender se nos conhecemos. - Vivian, acho que já pode ficar ao meu lado para aprender as coisas. Diz com a voz um pouco arredia e quero dar um soco em Fábio por isso. Agora vão ficar de olho em nós dois. Me aproximo e sento a cadeira ao seu lado. ******************* Passo o dia entendendo como funciona todo o sistema da recepção e não acho que vou ter problemas. Pelas vezes que entrei na sala do Ramires, pude perceber três câmeras. Uma na porta da sala que foca a frente da mesa dele. Uma no canto direito da sala que pega as costas do monitor e a lateral do Ramires. Uma ultima câmera no canto oposto a outra, pegando outro angulo de frente pro monitor. Preciso pensar em uma forma de acessar os arquivos, sem as câmeras me pegarem. Imagino que se souberem que os documentos foram acessados, correrão para avisar os clientes e toda a sequencia do golpe fica prejudicado. Pegar as senhas de acesso, roubar as informações sem ninguém perceber. - Você devia ter mudado seu nome de golpista. Olho para o lado e Fábio está parado, olhando para o elevador. - E perder a chance de te ver falar Vivian o tempo todo, relembrando o golpe que te dei? - Não faça nada sem antes conversar comigo. Esse golpe é mais complexo do que seu pai pensa. Quando vou responder, as portas do elevador se abrem e uma mulher sai dele. É elegante, alta, extremamente magra, usa um vestido azul marinho e óculos escuro. - Sra. Puentes! Fábio a recebe. É a mulher do Ramires. Ele parece todo preocupado com a mulher e não gosto nada disso. Será que essa é a complexidade do golpe? Está se envolvendo com a mulher do Ramires? Me levanto e ela para a minha frente. - Sra. Puentes! - Meu marido! - Só um minuto! Pego o telefone e disco o ramal da sala dele. - Fala! - Sua esposa! Solta alguns palavrões em castelhano. - Mande entrar em cinco minutos. - Sim, senhor! Desligo e vejo Fábio e a mulher no canto da sala. Ela mostra algo em seu braço, erguendo a manga do vestido, a conversa parece ser intensa e minha mente já imagina a razão da conversa. Fábio é intenso nas trepadas e talvez tenha a machucado. Balanço minha cabeça e sinto nojo em pensar nisso. Não posso pensar nisso. Não quero pensar nisso. Sei que como golpista, estamos sujeitos a fazer qualquer coisa pelo golpe. Mas eu realmente desejo que eles não estejam tendo algo. Não posso ficar nesse golpe sentindo o que estou sentindo. Vou ferrar essa merda toda. Ando até a mulher e interrompo a conversa. - Sr. Puentes pediu para entrar em cinco minutos. - Obrigada! Diz sem graça e meus olhos focam no braço exposto. Tem hematomas enormes e ela cobre novamente com a manga. - Aceita uma água, um café? - Não! Dá um pequeno sorriso e volta a olhar para o Fábio. - Obrigada por se preocupar. Se afasta e vai em direção a porta. Não foi Fábio quem a machucou, foi o Ramires. Então tudo começa a fazer sentido. Ela não se expondo e praticamente reclusa em casa. - Há quanto tempo ela vem sofrendo agressões e sendo mantida presa por Ramires? Ele me olha assustado. - Ele ameaçou a criança? - Não se envolva nisso! Tente focar nas informações que precisamos. - Achei que não me queria aqui. - Não quero! Respira fundo e passa a mão no cabelo. - Mas isso não significa que não preciso de você. Se afasta e vai para o elevador. Entra nele e vai embora sem olhar pra mim. - O que acontece com vocês dois? Me viro e vejo Bete atrás de mim. - Seja sincera! - Ele é um grande amigo de um ex-namorado meu. - Parece que ele é seu ex-namorado. - Não! Nós nunca tivemos nada. - Você já viu como o César te olha? Então esse é o nome dele nesse golpe? - Como ele me olha? - Como se você fosse a coisa mais importante do mundo. - Está vendo coisa demais. - Apenas tome cuidado! Evelyn não vai gostar de saber que o namorado tem alguma coisa com a nova secretaria. - Ele é namorado da Evelyn? - Sim! Estão de casamento marcado para daqui seis meses. Que merda é essa? Betina e Fábio entraram no golpe como casal? Isso significa que se beijam. Ele beija ela! O ar parece querer sumir de dentro de mim e tento de todas as formas me manter firme. - Posso ir tomar um café? Pergunto e ela confirma que sim! - Quinze minutos no máximo. Depois esquece café, porque entro de licença e fica sozinha. - Certo! É rapidinho! Ao invés de ir para o elevador e descer para a lanchonete, entro nele e subo para o terraço. Ando de um lado para o outro, até as portas se abrirem. Assim que se abrem, saio e ando em direção a porta que dá acesso ao terraço. Abro-a e o vento forte bate contra o meu corpo. Aspiro o ar que consigo para aliviar a dor em meu peito. A ideia de que ele esteja beijando a Betina me sufoca. Preciso não pensar nisso. Preciso superar e eliminar Fábio do meu corpo e da minha mente. Mas como fazer isso estando tão perto? Não vou conseguir continuar nesse golpe! Vou avisar meu pai que eu não consigo. - Renata! Me viro e vejo Fábio. - Estou saindo do plano! Digo envolvendo meus braços em torno de mim. - Não posso trabalhar com você e a Betina. Não dá! Vem andando em minha direção e não tem como recuar ou fugir de sua aproximação, porque o espaço é pequeno demais. - Estou caindo fora. Para na minha frente e seus olhos ainda continuam no vazio que vi naquele hotel, enquanto tentava me explicar. - Não posso trabalhar com você. Suas mãos seguram meu rosto, prendendo meu cabelo, que dançava no vento. - Seu pai te mandou por algum motivo! - Eu não posso! Sua boca vem se aproximando da minha e fecho meus olhos. - Chega desse joguinho, Fábio! Peço já cansada desse beija não beija. - Vou embora e... Sou calada pela sua boca que cobre por completo a minha.
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