Débora
Fiquei assistindo filme sozinha, as meninas foram embora e a preguiça me consumia, estava desistindo de ir para escola amanhã, era só emendar minha suspensão e ir para escola semana que vêm.
Alemão chegou entrando junto com o coringa me fazendo tomar um maior susto. Encarei ele com cara de b***a e ele sorriu, fazendo meu coração amolecer na hora.
—p***a alemão, vocês chegam entrando nem bate na porta, quero vê quando meus pais estiverem em casa. — disse levantando do sofá.
—Fica tranquila, que seus pais eu levo eles na ponta da agulha. — disse vindo pro meu lado me agarrando e lascando um beijo.
A uma semana trás eu jurava que nunca iria nem trocar uma idéia com o alemão e hoje ele já chega na minha casa me agarrando.
As coisas nem sempre é como planejamos né, meu love platônico, já não é tão platônico assim. Tô fudida de todas as formas.
—Toda vez que tu chega assim eu tomo maior susto, nem bate na porta. — disse me sentando no sofá de novo.
Coringa se jogou no outro sofá enquanto alemão sentava do meu lado me puxando para seu colo.
—Melhor tu nem sentar. — disse abraçando minha cintura. — vai ter uma festa no morro da Rocinha, os cara lá são pacero meu, queria que tu fosse, dá uma moral ai.
—Vai rolar não viu, tô mortinha de preguiça e eu também não gosto muito de festa assim não, só tem drogas, bebidas e pessoas ruins. — disse me lembrando do que aconteceu no baile na última sexta feira.
—Preocupa não pô, sabe que comigo ninguém vai fazer m*l nenhum pra ti. — disse passando a mão no meu rosto me encarando com seus olhos lindos. Ai.
—p***a mermão, é f**a ficar de vela. — coringa falou pela primeira vez desde que ele chegou. — melhor tu se arrumar rápido pretinha.
—Mais eu não vou, me arrumar pra quê? — disse encarando a tevê que estava numa parte interessante do filme.
—Suas amigas vai, e a festa não vai ser pesada. — falou pegando a vasilha com o brigadeiro. — se ficar pesada a gente vem embora, só queria que tu marcasse presença comigo.
—Passa a vasilha alemão. — falou levantando e tomando da mão do alemão. — o que mais tem pra comer aqui? — perguntou indo pra cozinha.
—Tem casa não coringa? — alemão perguntou com maior cara de b***a.
—Deixa ele alemão. — disse rindo da cara dele. — tem lanche pronto na geladeira, se você quiser posso fazer alguma coisa para você.
—Vai fazer nada pra ele não Débora, eu em — fechou a cara.
—Ih, fica sussa ai chefe, a geladeira já tem o suficiente. — voltou com dois pedaços de pizza fria na mão e refrigerante na outra.
—Deixa eu esquentar para você coringa. — falei me levantando e pegando da mão dele. — você quer também Alemão?
—Não Débora, vai lá fazer as vontades do marmanjo velho aí. — disse fazendo bico, o que me fez rir.
—Até parece que você não é marmanjo velho né? — gritei da cozinha, ouvi ele é o coringa resmungando mas nem liguei.
Coloquei as pizzas no microondas é deixei esquentando enquanto pegava ketchup e maionese.
Assim que apitou eu peguei as pizzas coloquei num prato frio e levei tudo para a sala entregando o coringa.
—Da pra tu se arrumar agora Débora? — disse todo sério.
—Arrumar pra quê? — perguntei bancando a sonsa.
—Ih, ta pagando de louca na cara dura, tu vai sair hoje comigo gata, não me estressa mais, vai logo se arrumar.
—Nossa alemão, chatão em? Vou hoje e é bom não me pedir mais pra ir para esses lugares por um bom tempo. — respondi e subir para meu quarto, putassa.
Tomei um banho, lavei o meu cabelo e sair do banheiro enrolada na toalha, finalizei o meu cabelo e bati o secador, para ele ficar um liso natural.
Vestir uma calcinha de renda preta, eu sou uma perdição total de calcinha de renda, sem lero. Sentei na minha penteadeira e fiz uma maquiagem completa.
Coloquei um vestido amarelo tomara que caia e aberto nas costas, calcei um salto alto preto para pode combinar com o vestido.
Por fim finalizei com um brinco de argola, passei creme de pele, desodorante e meu perfume da Egeo. Peguei minha bolsa da Gucci e coloquei dinheiro, documento, brilho labial e meu celular.
Eu tava uma deusa minha gente, favelada com a própria alma de burguesa encarnada.
Desci para a sala, aonde só o alemão estava, mais com certeza ele ja havia passado na sua casa, pois ele estava todo arrumadinho e cheiroso.
Estava vestido com uma camisa da Adidas, uma calça jeans e um tênis também da Adidas preto. Ele me encarou de cima a baixo umas duas vezes antes de abrir a boca.
—Caramba, juro que eu iria reclamar pelo tempo, mas p***a. — disse vindo em minha direção e eu sorrir toda boba. — tu ta muito gostosa, da uma voltinha ai. — passou minha mão por cima da minha cabeça, me rodando.
—Eu sei que eu tô uma gata. — falei toda convencida. — falando nisso, você também está maravilhoso.
—Ih fia, o pai sempre tá gostoso, cheiroso e trajado. — respondeu abraçando minha cintura. — então bora? Tenho só que passar em casa para pegar a Eduarda.
—Tira só uma foto pra mim aqui antes. — peço entregando o meu celular, depois que ele tirou uma foto que presta, eu peguei minha bolsa saindo da casa.
Entramos no carro e fomos para a casa dele, fiquei esperando enquanto ele buscava a irmã e quando ele voltou com ela, partimos finalmente para nosso destino.
Fomos o caminho todo escutando música, Eduarda e eu cantando igual duas doidas e Alemão que lute. Aproveitei e postei uma foto, por que hoje eu estava linda de maravilhosa.
Assim que chegamos na barreira do morro da Rocinha, lá tava cheio de traficante, não muito diferente do morro do alemão.
Depois de falar com os meninos que tavam lá, eles liberam nossa entrada e fomos direto para a casa que tava rolando a festa, já estava tocando funk bem alto.
Mc dricka - Pretinha do peitin e do bundão.
Nem preciso dizer que fiquei animada logo de cara né?Desci do carro rebolando a b***a junto com a Duda, enquanto Alemão só olhou e fez cara de b***a como sempre.
—Pra quem não queria vim tu tá animada em? — me abraçou de lado para podermos entrar e eu fiz bico.
Na casa fomos direto para a área da piscina onde rolava a festa, ele comprimento os "paceros" enquanto algumas pessoas olhavam estranho para mim.
Não n**o que me sentir incomodada, mas fingir que nem era comigo, vai vê era porque a mãe ta gata de mais.
Vi a Nivia, Yasmin e a Eduarda num canto e fiquei louquinha pra caça um caô com elas, sem zueira.
—Alemão, tô indo ali. — disse no ouvido dele.
—Fica aonde eu posso te vê, fechou? E nada de sair correndo igual da última vez, deixa de ser doida tá, não tamo' em casa.
—Ih Alemão, eu não sou criança tá. — respondi rápido e sair de perto dele indo de encontro com as meninas.
—Tá gostosa de mais em mana. — Yasmin me deu um tapa na b***a.
—Minha amiga tá gente. — Nivia fez uma dancinha ridícula porém fofa.
—Gente, tamo gostosa né. — falei rebolando minha b***a.
—Já que tamo animada, vamos dançar né gatas? — Duda falou puxando a gente pro meio. Eu estava com vergonha, porém feliz.
Mc Kevin o Chris - Morena cor do Pecado.
Ficamos dançando mó cota, até as meninas inventarem de beber.
—Vai Débora só uma latinha. — Nivia disse insistindo.
—Não adianta Nivia, sabe que eu não gosto de beber. — respondi rápido e procurando Alemão com os olhos como não vi, só deixei pra lá.
—Débora só uma, por favor. — Duda disse me olhando com cara de dó. — nunca te pedir nada.
—Tá bom gente, só uma. — dei por vencida, afinal, hoje não tem problema beber. Peguei uma latinha de cerveja junto com as meninas e voltamos para o meio do pessoal.
—E se tiver uma brecha no escurin', é só chamar, se ligar e pedir replay pra mim, não vou negar, juro vou estar sempre aqui, pra te catucar, caso a saudade pessistir, eu vou tá lá. — cantei enquanto rebolava minha b***a na batida do funk.
Olhei de relance pro alemão que me olhava fixado enquanto uma menina, falava alguma coisa pra ele, que parecia nem ligar.
Dei uma piscada para ele, que deu um sorrisinho fazendo a mina me olhar, fingir que nem vi ela e continuei dançando com as meninas, quando eu vi, já tinha um tanto de n**a embrazando com a gente.
Tinha bebido três latinhas, minhas pernas estavam doendo de tanto que eu dancei, então voltei para perto do alemão igual um neném, pois me joguei no seu colo, deitando no seu ombro.
Peguei meu celular na bolsa e fiquei mexendo nas minhas redes sociais, Já era uma hora da manhã e cada vez chegava mais pessoas.
Alemão ficou fazendo carinho na minha coxa, enquanto eu ficava sentindo seu cheiro maravilhoso.
Ficamos nesse lenga até eu começar a pedir pra ir embora, alemão pediu pra esperar e foi resolver não se o quê.
Nesse meio tempo eu conheci a irmã do Maicon, que é o dono da Rocinha, a mina muito gente boa, já criamos mó i********e.
Alemão voltou e ficou me apressando pra ir embora, só porque agora eu já nem queria ir mais, porém o senhor esquentadinho começou a pertubar demais e eu cedi.
Me despedir dela é dei meu número de telefone para ela, despedir de umas meninas que eu tinha conhecido na festa também, enquanto alemão despedia dos meninos.
A festa estava longe de terminar, mas o alemão diz que o morro não pode ficar muito tempo sozinho, observei e vi que as meninas também já tinha ido embora e Eduarda estava esperando a gente.
Entrei no carro tirando o salto, alemão entrou também me entregando minha bolsa. Duda estava apagada no banco de trás, com certeza ela havia bebido muito.
Alemão ligou o som bem baixinho, enquanto íamos rumo ao morro.
—Quem era a menina que tava do teu lado aquela hora? — perguntei sem olhar para ele.
—Uma mina que tava querendo me dar. — disse na cara de p*u e eu dei os ombros achando graça.
—Que nojo Alemão, não precisava falar assim, eu só perguntei.— respondi emburrando a cara e fazendo bico.
—Eu em Débora, tu me perguntou e eu só te respondi pô. — continuou falando e eu cortei ele.
—E quem disse que isso é problema meu? Só fiquei bolada pela grosseria, por mim tu pode ficar com quem tu quiser.
—Começa não, eu tô tranquilo, não tô? — perguntou e eu nem respondi, não tô louca de ficar bringando com machos dos outros. — tô falando sério, eu não tô afim de mais ninguém além de uma tal Débora, a mina é mandada pra c*****o, mas tá no meu nome pô e já tem mó cota. — disse depois de algum tempo, quebrando o silêncio.
Não vou negar que meu coração acelerou com aquilo, sentir minhas pernas ficarem bamba, parecia que tinha borboleta batendo asas no meu estômago.
Foi inevitável não sorrir para ele, acho que meu sorriso foi uma ótima resposta, pois o mesmo colocou a mão na minha coxa.