1- Dom

1002 Palavras
Estou aqui com mais um lançamento pra vocês. Espero que gostem . Não esqueçam de adicionar na biblioteca e comentar muitooooo CAPÍTULO 01 HERDEIRO DA QUEBRADA. DOM NARRANDO: Eu sou o Dom, o verdadeiro dono dessa p***a toda aqui. Cresci no morro, nasci e fui criado entre esses becos, onde o certo e o errado se confundem fácil. Meu pai era quem mandava nessa bagaça antes de mim. n**o respeitava o véio, ninguém ousava atravessar o caminho dele. Ele era f**a, o dono de tudo aqui. E eu? Eu sempre fui o filho do dono, o moleque que ia assumir tudo, mas eu nem queria essa responsa, tá ligado? Só que a vida não te dá opção, não nesse lugar. Meu pai morreu quando eu tinha 17. Foi numa dessas invasões de polícia, uma daquelas que chega como se fosse fim do mundo, trocando tiro pra todo lado, matando gente como se não fosse nada. Lembro até hoje… parecia cena de guerra. Era helicóptero, caveirão, tiro de fuzil cortando o ar. Minha mãe, Sandra, gritando pra gente se esconder. Só que o velho não tinha medo. Ele ficou lá, na frente, de peito aberto. Meu pai não corria. Eu vi ele cair, tomei um susto da p***a, tá ligado? Foi ali que a realidade bateu. O dono do morro não era invencível. Não tinha “vida eterna” aqui. O comando era dele, mas naquele dia, ele tombou. A polícia veio com sede de sangue. Levaram meu pai e metade dos caras com ele. Só sobrou eu, a minha mãe e o Luiz meu irmão. A partir dali, eu virei o homem da casa. A responsa caiu no meu colo e eu não tinha escolha. O morro olhava pra mim, os caras esperavam que eu assumisse. E eu assumi. Não porque eu queria, mas porque se eu não fizesse, algum filho da p**a faria, e minha família ia acabar. Ninguém ia me respeitar se eu ficasse só na aba, tá ligado? Com 17 anos, quase 18, eu me tornei o dono da Rocinha. Mas essa p***a é muito mais do que uma favela, é uma selva, e aqui, se você não tem poder, você tá morto. Minha mãe, Sandra, era a única pessoa que ainda me lembrava de quem eu era antes de tudo isso. Ela tentava me manter são, mas o crime já tinha me corrompido, já era tarde. Eu passei a cuidar de tudo: das bocas, dos homens, das armas. Virei o chefe, e quem não aceitasse, caía. Foi nessa época que eu conheci a Karina. p***a, eu nunca achei que fosse me apaixonar. Na real, eu nem sabia o que era isso. Eu tava focado em manter o morro em ordem, mas aí ela apareceu. Ela tinha aquele jeito marrento, desafiador, mas ao mesmo tempo, me olhava diferente, como se eu fosse mais que só o dono do morro. Era como se ela me visse de verdade, e isso me pegou. Não demorou nem um mês e já tava de quatro por ela. Depois de umas semanas juntos, ela soltou a bomba: tava grávida de quatro meses. Eu tomei um susto, claro, mas na hora eu soube que ia assumir. Não era minha filha de sangue, mas f**a-se, ia ser minha do mesmo jeito. Quando a Luiza nasceu, eu virei pai de verdade. E o que era o Dom, o chefão da Rocinha, agora também era pai da pequena. Essa menina é minha vida. Quando olho pra ela, me sinto humano de novo, como se o crime não tivesse me comido por dentro. Mas a vida no crime não te dá trégua. Um ano depois, quando eu já tava com 19, aconteceu a merda. Outra invasão da polícia. Eu já tava esperto, tinha gente na escuta, mas, mesmo assim, os homens vieram mais preparados do que nunca. Tava dormindo quando acordei com o barulho. Era tiro pra tudo que é lado, parecia que o inferno tinha descido pra Terra. Helicóptero no ar, sirene gritando. Eu sabia que ia ser feio. Minha primeira reação foi pegar minha arma. Já tinha passado por isso antes, mas a diferença é que agora, eu era o alvo. Sair daquela casa parecia suicídio, mas eu tinha que me mexer, minha filha, Karina, todo mundo dependia de mim. Tentei passar um rádio pros meus homens, coordenar a resistência, mas os caras estavam sendo derrubados um por um. Era tiro de fuzil, bomba de gás. Vi uns moleques caindo, sangue espalhado no chão, e só conseguia pensar que meu pai tinha morrido assim. No meio desse caos, meu único pensamento era sobreviver, não por mim, mas pela Luiza. Mas quando saí correndo pelos becos, tentando chegar na casa onde Karina e ela tavam, os homens me cercaram. Naquela hora, eu percebi que não ia dar. O morro tava perdido. Tentei resistir, claro, troquei tiro, mas quando me acertaram de raspão, eu soube que o jogo tava perdido. Me levaram de um jeito que nunca vou esquecer. Não teve conversa, não teve negociação. Me algemaram, jogaram no camburão, e me enfiaram na delegacia. O julgamento foi rápido. Peguei oito anos. Oito anos da minha vida jogados no ralo, longe de tudo que eu lutei pra manter. Mas mesmo preso, eu nunca deixei de mandar no morro. Coelho, meu irmão, ficou lá fora pra garantir que ninguém tomasse meu lugar. Eu sabia que ele ia segurar a barra, mas essa p***a toda de cadeia… é outro jogo. Aqui dentro, o crime também tem dono, e eu fiz meu nome rápido. Não demorei pra mostrar que ninguém me pisa, nem aqui, nem fora. O respeito que eu conquistei lá fora, eu trouxe pra dentro. E foi assim que eu sobrevivi. Mas, mesmo com tudo controlado, eu sabia que algo tava errado. A vida no crime é assim. Não tem volta. Eu sou o Dom, herdeiro do morro da rocinha, dono da p***a toda. E nem mesmo essas grades conseguem me parar. Continua .... Deixem bilhetinhos amores ❤️ 📚
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