— “Então escuta aqui, moleque!” — começou Gargalo, se abaixando até ficar na altura do Murilo Júnior. — “Nós somos o Bonde do Ferreira. E a partir de hoje, tu tá convocado.” — “Convocado?” — ele perguntou, com os olhos arregalados. Pulga entrou na onda: — “É. Cê agora é parte da firma. Do bonde. Da tropa que segura as pontas quando o mundo vira do avesso.” Neguim completou, batendo no peito: — “Família não é só sangue. É lealdade. E se tu é filho do Murilo... então tu é nosso também.” Faísca se jogou no sofá com as pernas abertas, como se já morasse ali: — “Bem-vindo ao bonde, Murilinho. Mas ó… tem que aprender a jogar truco e fazer café forte.” Eu olhava aquela cena e tentava segurar o riso. Quatro marmanjos, cada um com mais cara de marginal do que o outro, disputando quem conqui

