Eu dei meio passo à frente, tentando ajeitar a situação, mas o olhar da Melissa… cê tá maluco. Era navalha na sobrancelha. Olhar que não perdoa.
— “Vaza, bonde.” — falei, sem tirar os olhos dela. — “Agora.”
Silêncio. Um segundo só.
Aí Pulga soltou, debochado:
— “p***a, Murilo… logo agora que ia ficar bom?”
— “Tamo sendo expulso da própria laje?” — reclamou Faísca, já descendo devagar. — “Isso é abuso de poder conjugal, hein!”
— “Primeira-dama bateu o carimbo.” — Neguim riu. — “Murilo foi casado à força em cima do batente.”
Gargalo, o último a sair, ainda virou pra mim e mandou, seco:
— “Se apanha, grita. Porque a gente não volta, não.”
Eu só levantei a mão e fiz um gesto curto: rua.
Eles foram, gargalhando escada abaixo, igual moleque depois da bronca. O barulho da zoeira deles a
