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A Herdeira Secreta do Mafioso

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Sinopse

Ela precisa salvar a filha.

Ele é o mafioso que pode protegê-las — e o pai da criança que nunca soube que existia.

Quando a verdade vem à tona, ele está pronto para destruir tudo.

Por ela. Pela filha. Pela família.

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Capítulo 1
Charlotte — Não, ah, me escuta. Não me importa se você tiver que pegar seu próprio carro e entregar você mesmo. Estou esperando esse adubo há três semanas, e você está me enrolando. Já chega! Normalmente, eu não sou de perder a paciência. Muitos diriam que sou até bom demais para o meu próprio bem. Afinal, o ramo de flores não costuma ser conhecido por funcionários agressivos. Mas hoje… hoje, a minha paciência está sendo testada no limite. — Você ao menos entende o que eu faço aqui? Eu vendo flores. As flores vêm das plantas. E sabe do que as plantas precisam pra se manterem vivas e saudáveis? Adubo! Não estou comprando oito sacos por hobby. À minha frente, as plantas da vitrine, lindas e exuberantes há poucos dias, começam a murchar, implorando silenciosamente para serem replantadas em vasos maiores, mais seguros. Algo que eu não posso fazer porque meu fornecedor simplesmente perdeu o meu pedido. — Sinto muito, senhora — diz a voz estridente do outro lado da linha, claramente desconfortável. — Mas não há realmente nada que eu possa fazer. Ela não pode ter mais de dezoito anos. Em outro dia, com outra cabeça, eu até me sentiria m*l por ela ser o alvo da minha frustração. Mas hoje, sinceramente, não. Lido com a culpa depois. — Deve haver alguma coisa! Eu enviei o comprovante de compra, mandei até o extrato mostrando o débito na minha conta. Eu preciso daquele adubo. Urgentemente. Vocês não oferecem nenhum tipo de entrega expressa? — Sobre o adubo? — O tom de voz dela é de quem acabou de ouvir a proposta mais absurda da história do comércio. Sinto meu maxilar tensionar enquanto aperto o celular com tanta força que ele chega a marcar minha mão. — Sabe de uma coisa? Esquece. Processe meu reembolso e, por favor, não me ligue mais. Encerrar a ligação abruptamente me traz um alívio momentâneo. Fecho os olhos, inspirando fundo, tentando me ancorar no cheiro de flores, terra molhada que preenche o ar da minha floricultura. Mas quando abro os olhos, lá estão elas: pétalas opacas, caules tristes, flores carentes de atenção. A Florence and co é meu orgulho. Cultivo todas as flores aqui mesmo, garantindo frescor para cada ocasião. Um feito que, aliado ao meu talento para vídeos engraçados no i********:, me rendeu um mês inteiro no topo das buscas. Um sonho, depois de tanto sufoco. Mas três meses seguidos no vermelho já são razão mais do que suficiente para eu querer estrangular meu fornecedor. A compostagem, o adubo é literalmente a base do meu negócio. Passo os dedos por pétalas roxas que começam a perder a vivacidade, enquanto minha mente trabalha a mil tentando decidir onde conseguir terra de emergência. Já limpei o estoque da loja de ferragens e da conveniência local. Hora de ampliar o perímetro. Fechar a loja à uma da tarde não é ideal, mas ao virar a plaquinha para “Volto em 10 minutos” — uma mentira descarada — e trancar a porta, digo a mim mesma que é uma necessidade. Sem flores saudáveis, não há loja. E sem loja… não há mais nada. A terceira tentativa, uma lojinha escondida que meu GPS quase se recusa a acreditar que existe, finalmente me salva. Compro os sacos de adubo como se fossem ouro. No caminho de volta, dou aquela olhada rápida no celular e calculo que terei tempo justo de devolver o material à loja antes de buscar minha filha na casa da babá. Contratar a Larissa foi um dos poucos luxos que me permiti. Meu irmão discorda, claro. Segundo ele, o dinheiro poderia ser “muito melhor investido”. Mas como tudo que ele considera útil se fuma, se injeta ou se dissolve, aprendi a ignorar essas opiniões. Larissa, por outro lado, é uma bênção. Nicole a adora. Virou parte da família, até passou o último Dia de Ação de Graças conosco. Não tem preço. O celular vibra com uma chamada no número comercial. Forço um sorriso na voz e atendo. — Oi! Aqui é a Florence and co, Charlotte falando. Como posso ajudar? — Oi, Charlotte ! É a Marília! Demoro um segundo até fazer a conexão. — Marília Wilson? Do casamento? Conversamos semana passada pelo i********:? — Essa mesma! Ah, claro. Marília. A noiva que já mudou o esquema de cores do casamento três vezes. E cada vez, uma reformulação completa dos arranjos. — Ah, Marília! Claro. Como posso ajudar? Está tudo certo? — Tudo perfeito, mas… — O tom dela me prepara para o golpe. — Preciso mudar o esquema de cores de novo. Fecho os olhos por um instante, inspirando fundo. A última paleta era laranja e creme. As rosas pêssego já estavam reservadas, as flores já aguardavam no estoque. Mas tudo bem. A cliente paga bem, e no fim das contas, é disso que preciso. — Sem problemas! Toda noiva quer seu grande dia perfeito. Qual é a nova ideia? — Branco e dourado, com toques de marrom, bem outonal. Mesmo sendo primavera. Mas você vai entender quando vê meu vestido. Te mandei as fotos por e-mail! — Perfeito, vou dar uma olhada assim que puder. Fique tranquila, Marília, vou cuidar de tudo. Ela desliga antes que eu possa acrescentar algo. O silêncio do carro volta, mas minha mente já está fervendo com combinações possíveis. Rosas caramelo não tenho, mas talvez os amores-perfeitos deem conta do recado, dependendo do tom do dourado. Estaciono atrás da loja já atrasada para buscar Nicky. Cada minuto que passa é mais dinheiro para Larissa, mais culpa para mim. Carrego um saco de terra fresca às pressas para dentro, jogo-o atrás do balcão e volto para o outro. É quando meu tornozelo se enrosca numa caixa largada de qualquer jeito. — p***a! — Tropeço, caio, e só não bato a cara no chão graças ao saco de adubo que amortece a queda. Olho para a caixa com ódio. Claro que é do meu irmão. Depois de ser despejado, largou tudo aqui “temporariamente”. Entre dor e frustração, cogito a ideia de matá-lo. Mas só por um segundo. Coloco os sacos no canto da estufa e passo os próximos vinte minutos mancando, tirando fotos de flores douradas, marrons e creme para mandar para Marília. Quando finalmente volto ao carro para buscar minha filha, meu coração dispara. Eu deveria ter chegado há pelo menos quinze minutos. Nicole tem só três anos. Talvez não vá se lembrar de um dia qualquer em que a mãe se atrasou. Mas eu vou. Larissa me recebe com aquele sorriso de sempre, mas seus olhos estão atentos. — Charlotte , você está bem? Parece exausta. — Dia daqueles — respondo com uma risada que esconde mais do que revela. — Sinto muito pela demora. — Não se preocupe. Nicole estava me contando sobre uma briga com um pinguim. — Um pinguim? — sigo Larissa para dentro, intrigada. — Como assim? — Acho que foi um sonho da soneca, mas, pra ela, foi real. Assim que entro na sala, Nicole corre em minha direção, os cachinhos negros balançando e os olhos verdes brilhando de animação. Ela se joga nos meus braços e, por um instante, nada mais importa. — Então, Nicky — digo enquanto a ajeito no colo. — Me disseram que você teve uma discussão com um pinguim hoje. — Sim! Ele foi muito m*l-educado na hora do bolo. Eu disse: “Pinguim, hora do bolo é hora de silêncio!”. Mas ele não escutou! E aí tentou me morder! Ela cobre a boca dramaticamente. — E ele mordeu? — pergunto, fingindo choque. — Sim, mas foi um erro. Depois a Larissa apareceu e… olha! — Ela estica a mãozinha. — Não tem mais erro! Sorrio, o coração aquecido. — Deve ter sido um pinguim mágico, então. No caminho de volta, com Nicole rindo no banco de trás, percebo: sim, estou sempre correndo, sempre lutando. Mas momentos assim me lembram por que tudo isso vale a pena.

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