Rebeca Vasconcellos Prado
A camisa branca de linho escorregava fácil sobre minha pele.
Maquiei os olhos com delicadeza.
Batom nude. Cabelo solto.
Eu só queria sair.
Só queria andar, respirar, talvez ir à livraria que ficava no centro, tomar um café longe de olhares.
Longe dele.
Mas o silêncio da casa traiu minha esperança.
A porta do quarto abriu sem bater.
Vi o reflexo no espelho.
Gustavo.
Molhado.
Com uma toalha enrolada na cintura.
O peito nu. O sorriso i****a no rosto.
— Tá se arrumando pra mim? — ele disse, como se aquilo fosse charme.
Meu corpo enrijeceu.
— Vou sair. Sozinha.
Ele se aproximou por trás.
Deixei o rímel cair na bancada.
— Gustavo, não.
— Só um pouco, Rebeca… Você tá linda demais pra sair assim e não ser minha.
— Eu disse não.
Mas ele não escutou
