JAMILE (sexta à noite, comida quentinha, e uma ligação atravessada) O corpo voltou pra casa cansado, mas a cabeça não. Sexta à noite carrega esse veneno: a cidade vai apagando devagar, mas dentro da gente a energia ainda corre, elétrica, como se o dia não tivesse acabado. Joguei a bolsa na cadeira da sala, chutei o salto com gosto um pro lado, outro pro outro, cada um voando num arco perfeito. Prendi o cabelo num r**o alto, abri as janelas. O ar de Brasília entrou morno, trazendo um sopro preguiçoso que fez a cortina dançar. Banho rápido, de dois tempos: água morna pra soltar a tensão dos ombros, jato frio no final só pra lembrar pra pele quem manda. Hidratante de baunilha espalhado correndo, camiseta larga que caía solta, short de algodão macio. Corpo pronto pra descanso. Liguei a p

