capítulo 28

1288 Palavras

MAXIMILIANO (insônia, café amargo, e uma voz atravessando cedo) 03h12. A noite foi um campo de batalha. Virei de um lado pro outro, o lençol amarrotado, o corpo queimando e a mente martelando a cena de ontem. O jeito que ela largou a pasta na minha mesa como se fosse prova final de julgamento. O “aceitável é pouco.” O sorriso frio. O “boa noite, doutor” cuspido como sentença. Não dormi. Dormi m*l, quando dormi. E acordei como quem acorda de uma dívida: pesado, irritado, fome nenhuma. 07h04. Café preto, sem açúcar. Engoli quente, sem sentir gosto. Olhei pro envelope dobrado sobre a mesa de jantar número e endereço dela escritos pela mão da própria Renata. Não devia ter aquilo nas mãos, mas tinha. E aquilo queimava. Não era sobre contato. Era sobre rédea. Foi quando o celular vibrou.

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR