capítulo 37

1135 Palavras

MAXIMILIANO O sol ainda não tinha aquecido o asfalto, mas Brasília já brilhava. Eu estava ali, encostado no carro preto, camisa justa colando no corpo, óculos escuros escondendo metade do olhar, mas não o suficiente pra disfarçar o que passava por dentro. O relógio marcava 6h48, mas a sensação era de que eu já estava esperando há horas. A porta do elevador abriu. E lá estava ela. Jamile. O salto ecoando no mármore, o blazer dobrado no braço, a mala puxada com firmeza. O coque no alto, deixando o rosto à mostra. E aqueles olhos sempre atentos, sempre frios, sempre me desafiando sem precisar de palavra. Meu corpo reagiu antes da lógica. A postura se endireitou sozinha, como se a simples visão dela fosse comando. O sangue desceu quente, e eu respirei fundo, disfarçando o peso que já la

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